Raquel Baracat

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O amor e a fraternidade dentro de casa

O ser humano traz em si a necessidade do encontro com um outro ser que seja capaz de fazer comunhão com ele.  Esse laço profundo, que une o homem e a mulher, nós encontramos de forma poética em Gn 2,18-24: “Deus disse: Não é bom que o homem esteja sozinho. Vou fazer para ele um ser semelhante que o ajude..." A mulher aparece como dom gratuito de Deus, criada enquanto o homem dorme (inativo, incapaz de realizar algo).  Assim, homem e mulher aparecem em igualdade total: ambos feitos do mesmo ser, com a mesma dignidade e feitos para serem mutuamente complementares e solidários.  Por isso, cada um pode ver no outro não apenas a “metade melhor” da parceria, mas “a metade que o torna melhor”.

No Salmo 127 lemos que o mistério do ser humano não se encontra separadamente no homem ou na mulher, mas na comunhão dos dois que, impulsionados pelo afeto, exercem a liberdade de escolher e construir a vida como um projeto de amor lúcido, comprometido, perseverante e fiel, principalmente junto de Deus.  A união entre o homem e a mulher não é mero assunto legal, reduzido a texto e papel. Esta união significa e exige profundidade da doação, da entrega pessoal capaz de unir duas pessoas e não apenas dois corpos. 

E, por ser tão fundamental, esse relacionamento não deveria ser estragado!  O estrago impede a felicidade querida por Deus, e pode produzir efeitos muito destrutivos.  Todos nós conhecemos pessoas maltratadas por amores mal vividos que geram sofrimento também para os filhos! O melhor modo de evitar estes efeitos destrutivos está na preparação para o casamento, quando se trabalha o namoro com lucidez, honestidade e coragem, um vendo o outro como vida vocacionada para a doação e a comunhão integral ao outro; e continua, principalmente dentro do casamento, no desejo de ser cada dia melhor para o outro.

Se isso for conseguido será um passo fundamental para que haja amor e fraternidade dentro do lar, gerando convivência entre dois seres que se amam, com harmonia, paz, concórdia e plenas condições para criar todos os filhos que lhes forem destinados, porque não há melhor exemplo para os filhos do que a atitude dos pais.

Rachel Lemos Abdalla

Site: www.pequeninosdosenhor.org

Se desejar enviar perguntas ou expressar opiniões sobre os temas tocados pela coluna organizada por Rachel Lemos Abdalla, enviar email para: rachel.abdalla@pequeninosdosenhor.org

 

 Rachel Abdalla é Fundadora e Presidente da Associação Católica Pequeninos do Senhor; é colaboradora da ZENIT.org – O mundo visto de Roma, responsável pela Coluna Pequeninos do Senhor de orientação catequética; é membro da ‘Equipe de Trabalho’ do ‘Ambiente Virtual de Formação’ da Arquidiocese de Campinas; escreve para dois sites em Portugal (ABC da Catequese  e Laboratório da fé); e é membro da Equipe de Formação da Paróquia Nossa Senhora das Dores.