Raquel Baracat

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Testes em animais


Testes em animais: Saiba como funciona este Mundo cruel.

Dia 18 de agosto houve em diversas cidades do Brasil um movimento chamado: "Crueldade nunca mais."

Cansados da escravidão, tortura e crueldade contra animais, protetores de todo País se unirão para pedir um basta deste absurdo.

Veja a manifestação em Campo Grande-MS:


No mês que vem um projeto de lei que prevê o aumento na pena para crimes contra os animais será votado no Congresso Nacional. Hoje quem comete este tipo de delito acaba pagando penas alternativas, como serviços comunitários ou pagamento de cestas básicas, por exemplo.

A vivissecção é a dissecação de animais vivos para pesquisa e estudo, também considerada uma prática cruel e desnecessária.

O grande questionamento a respeito dos testes realizados em animais é sua real necessidade, já que nem sempre as reações observadas no organismo animal correspondem às reações do organismo humano. A dúvida sobre a validade dos testes está também relacionada à questão da ética. Que direito temos nós de utilizar os animais como objetos, causando-lhes sofrimento, medo e dor?

De acordo com a PEA, já existem métodos eficientes desenvolvidos, como a utilização de sistemas biológicos in vitro, que possibilitariam a abolição do uso dos animais nestes testes.

Um dos maiores exemplos de crueldade que se pode citar é a utilização de coelhos em testes de produtos de higiene pessoal, como xampus e sabonetes. Os coelhos possuem olhos grandes e possibilidade de observação maior, assim como hipersensibilidade no globo ocular e os testes dos compostos químicos destes produtos causam uma irritabilidade muito superior à causada nos olhos humanos. Durante o teste, os coelhos são imobilizados para evitar que reajam coçando ou machucando os próprios olhos.

Além do teste de irritação dos olhos, a PEA enumera alguns dos principais testes realizados em animais:

  • Teste de irritação dermal: aplicação de substâncias em peles raspadas e feridas até que se cause edema ou sangramento.
  • Teste LD 50: teste de medição de toxicidade de substancias, inseridas no organismo animal através de uma sonda gástrica. Além da perfuração, há ocorrência de dores fortes e convulsões, dentre outros sintomas. As doses são administradas até que metade da população do teste morra.
  • Testes de Toxidade Alcoólica e Tabaco: inalação de fumaça e ingestão de bebidas alcoólicas e posterior dissecação para estudo dos efeitos destas substâncias no organismo.
  • Testes comportamentais: os animais são submetidos à privações de diversos tipos, como a de água, comida, amor materno, sono, dentre outros. Podem ser feitos testes para observação do medo e estresse. Pode-se realizar estes estudos com a abertura do cérebro e colocação de eletrodos, durante os testes.
  • Testes armamentistas: submetem os animais à radiação de armas químicas, explosões, colisões, inalação de fumaça, gases tóxicos.

Estes são alguns exemplos, mas existem muitos outros. Muitos testes se mostram ineficazes, já que o organismo animal pode ser comportar de forma diversa do humano. Alguns testes realizados em animais, que não trouxeram qualquer consequência, não tiverem o mesmo resultado em humanos, causando danos à saúde. Outros, que se mostraram potencialmente perigosos, não afetavam o organismo humano. Um exemplo é a ineficácia da penicilina nos coelhos, usada por Fleming.

Atualmente, alternativas vem sendo buscadas para evitar o uso de animais. Uma das possibilidades é o cultivo de tecidos animais in vitro, que permitem a observação de toxidade nas células.

O PEA possui uma lista de empresas que não testam seus produtos em animais, o link está disponível no website:http://www.pea.org.br/crueldade/testes/lista.htm

Como consumidores, a maior parte das pessoas pode travar uma luta silenciosa, evitando as empresas que testam seus produtos em animais e escolhendo produtos livres de crueldade.


Agnes Nääs é Servidora Pública Federal. Autora da fan page Amor de Bicho-MS. Ex radialista da Rádio Ataláia de Campo Grande-MS, na qual era responsável pelas matérias destinadas à saúde animal, prevenções de doenças e posse responsável.

Desde criança é apaixonada por animais, mas somente quando se mudou para Campo Grande-MS teve contato com outros protetores, veterinários e autoridades do ramo da saúde animal.