Raquel Baracat

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Coluna sobre Teatro

Viver o nosso tempo, está na cara que o que estamos fazendo faz parte do século novo, é a nouvelle vague, vocês têm sorte de estar numa onda dessas, existem tantos problemas individuais que te sufocam para o novo ar?

Revolução na Turquia, por causa de uma árvore!  Cineastas da rua brotando com o próprio corpo, nós temos uma tribo de seres brotados - isso aqui é o novo cinema novo, é um filho! 

Fazendo arte é o único jeito que me sinto em casa! Se não for possível você se sentir em casa, por que perder tempo de vida!? É a construção da sua vida que está aqui.

Você como agente revolucionário, você como perpetuador dessa legião de artistas que entraram para a história, enxerga mesmo seu papel, vê o tamanho da sua responsabilidade!? Olha o jardim imenso e fértil que você tem que cuidar.

Acordar! Enxerga a vida com o seu olho secreto, o único que vê! E veja o tempo que você está perdendo tentando se organizar, catalogar e fazendo planos! 

Quem decide é você, não espere que uma onda de consumo pareça mais atraente no momento (free lances, trabalhinhos) e que os outros lhe aprovem por isso. A sua obra é o que interessa, a sua obra está no teu corpo, na sua respiração. 

Você vai fazer os outros se apaixonarem por você. É automático. 

Fazer cinema guerrilha não é dedicar-se ao criança esperança enquanto você vive uma vida cega. 

Não é curtir uma foto de criança morrendo de fome achando que você irá salvá-la. 

É mais que "amor". 

 


Vitor Steinberg é formado em cinema e história das artes pela FAAP, foi convidado por José Celso Martinêz Correia para trabalhar no Teat(r)o Oficina enquanto lia Paul Valéry em uma praia no sul da Bahia. Permaneceu na associação por três anos operando como editor de vídeo, dramaturgo e fotógrafo.