Raquel Baracat

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Marrakesh, para explorar e sentir

Visitar Marrakesh, no Marrocos, é viajar no tempo. Um lugar repleto de misticismo, tradições, turistas e poeira. Sem dúvida, uma cidade que impressiona. Em todos os sentidos. Mesquitas, ruínas, ruas estreitas, cores e barulho. Um verdadeiro caldeirão, onde o passado e o presente se misturam. Religião, deserto, muralhas, reis... Uma babilônia de emoções, onde se vende de tudo. Marrakesh é respirar história. Aos poucos, tudo se encaixa (será?) e você percebe que aquele mundo é real, existe, e tem sido assim por anos.

A parte central e mais visitada de Marrakesh, chamada Medina, é um labirinto de mercados (souks), com cheiros, sabores e raridades. Você encontra desde uma cabeça de bode empalhada até uma espingarda do exército argelino. Ou um colar do século passado, cravejado de esmeraldas. O segredo (e a diversão) é procurar e pechinchar. Mal educado aquele que não tenta negociar. Jóias, tapetes, especiarias, relíquias, vendedores prontos para iniciar uma barganha.

 

Mas existe outra Marrakesh, “urbanizada”, com hotéis cinco estrelas, áreas verdes e avenidas movimentadas. Algumas charretes e mulheres de burca estarão por perto, mas é possível ver traços contemporâneos em meio ao curioso caos. Marrakesh foi fundada em 1062 e possui atualmente cerca de um milhão de habitantes. É a quarta maior cidade do país, depois de Casablanca, Fes e Rabat.

 

A vida noturna, em geral, é restrita a bares e restaurantes. A culinária, aliás, é um caso a parte. Exótica e sofisticada. Ou não, que tal o cuscuz ou a sopa Harira? O consumo de álcool não é comum entre os locais, mas é possível encontrar cerveja e destilados em alguns estabelecimentos. Uma das tradições marroquinas é o “fumo coletivo” com o narguilé e o chá verde com menta.

Falar que existem locais para serem indicados, durante uma visita, é ignorar toda a riqueza que a cidade e seus habitantes oferecem, naturalmente, dia e noite, a céu aberto. Marrakesh vale a visita por si só. O melhor a fazer é se perder, literalmente. Vai ser difícil voltar para casa, achar seu hotel. Mas, pelo caminho, você vai se deparar com o inusitado e o imprevisível, a cada viela, a cada beco percorrido. Pacífico mundo muçulmano. Um choque cultural que surpreende até os mais viajados.

Quando você colocar os pés na praça Djemaa El-Fna, ver encantadores de serpentes, macacos, um tráfego insano de charretes, a fumaça densa, sons de flautas hipnóticas e o artesanato Berber (povo nômade do deserto), você vai agradecer. Se ainda não estiver satisfeito, visite a Mesquita de Koutoubia, Jardim Majorelle, as ruínas de El Badi Palace e Jardim Menara. Se tiver tempo e preferir cair na estrada, siga para Ouarzazate, bela e surreal.



Fernando Fragoso - Estudou jornalismo na PUC-Campinas e trabalhou como repórter fotográfico e editor de site. Especializado em esportes e viagens. Em seu currículo tem mais de 100 competições e 22 países visitados. Atualmente, tem se dedicado aos desenhos e ilustrações, além de dar aulas de inglês no Cambuí. Contato: info@fernandofragoso.com