Danilo Gentili fala sobre sua paixão pelos animais em entrevista
Pouca gente sabe que o apresentador Danilo Gentili é um grande defensor dos animais. Desde criança, viu a mãe Guiomar resgatar bichos em “estado deplorável” e aprendeu a conviver com a casa cheia. Hoje, além de cuidar de cinco cães e dez gatos, ele pede leis mais rigorosas contra os maus-tratos, defende a adoção dos abandonados e questiona o comportamento de alguns tutores. “O que eu não gosto é de gente”, conta.
Seu próximo trabalho é o personagem “Leléo” no fime “Mato sem Cachorro”. A estreia está prevista para o próximo dia 04 de outubro, Dia Mundial dos Animais. Em entrevista exclusiva ao Procura-se Cachorro, o apresentador relembra seus bichinhos de estimação e revela paixão pela causa. Veja:
Procura-se: Qual foi seu primeiro animal?
Gentili: Foi um gato que achei na rua. É muito comum em casa, desde criança, pegar animal na rua e cuidar, nunca compramos bichos em pet shop. Só comprei um animal até hoje, que foi um papagaio. Mas foi por dó e me arrependi. Geralmente pegamos os que cruzam nosso caminho e chamam atenção por algum problema.
Procura-se: Entre papagaio, cachorro e gato, quantos já passaram pela sua vida? Como era o convívio com eles?
Gentili: Este papagaio era o bicho que eu mais odiava ter. O cara estava vendendo o filhote num péssimo estado, dentro de uma sacola. Eu era criança, tinha oito anos, fiquei com dó quando vi e chorei. Minha mãe comprou, acreditávamos que era melhor ele na nossa mão do que na mão do vendedor. Só que ele ficava sozinho na gaiola, odiava ver aquilo. Era patética aquela situação. Não podia soltá-lo porque acostumou com o cativeiro, também não podia deixar livre porque tinha gato em casa. Anos depois, descobrimos um vizinho com papagaio fêmea e levamos o pássaro lá. Pode parecer ridículo o que vou dizer, mas ele virou outra criatura. Era nítida a alegria dele, foi bem cuidado e vivia livre. Na real, tenho vontade de encher de tapa todo mundo que faz isso. Prender passarinho é a coisa mais cretina que existe, não tem propósito. Simplesmente, não tem propósito. Deveria ser permitido por lei dar uma surra de tapa, de mão aberta, em cada ‘tiozão’ que captura passarinho e deixa na gaiola. Eu poderia ser esse agente da lei sem precisar receber salário. Adoraria fazer isso.
Procura-se: Qual deles foi o mais marcante? Por quê?
Gentili: Meu gato preferido é este da foto. Ele é o último resquício da minha vida em Santo André (SP) e da época que minha família era viva. Depois que a antiga dona morreu, a filha o jogou na rua e ele foi parar em casa. Ele gosta de mim e eu dele. Ele é caolho. Aliás, eu gosto muito dele. Está velhinho já, muito… e eu vou ficar triste quando ele morrer.
Procura-se: Quantos animais tem hoje? Como eles se chamam?
Gentili: O último que entrou em casa foi um gato que não tem uma pata. Hoje deve ter em casa uns cinco cachorros e uns dez gatos, todos da rua e encontrados em estado ruim. Minha casa recebe animais em estado deplorável desde o dia que eu nasci. Todos animais pra mim se chamam: Gatos e Cachorros.
Procura-se: Você acha que sua paixão por bichos teve influência da sua mãe?
Gentili: Sim. Não só da mãe, como do pai também. Quando tinha cinco anos, lembro que vi meu pai apanhando de um cara gordo e forte da carrocinha. Ele laçou um cachorro na rua de forma muito violenta. Meu pai foi pra cima e abriu a carrocinha (sério). E, claro, tomou um pau.
Procura-se: O número de animais desaparecidos aumenta muito no período das férias. Algum dos seus já se perdeu?
Gentili: Tem gato que morava em casa e sumiu. Mas gato é assim, acha outro gato ou gata, ou outra casa. E é por isso que são meus animais preferidos. Ele vai onde quer, a hora que quer, e gosta da sua companhia. Diferente dos cachorros, os gatos não lambem o saco de quem não quer. O gato olha as pessoas de igual para igual. Ah sim, não estou dizendo que odeio cachorro, eu adoro cachorro também. O que eu não gosto é de gente
Procura-se: Você é daqueles que para o carro e recolhe o cachorro que está na rua?
Gentili: Se ele tiver precisando, incapaz, correndo risco, é provavel que eu pare, sim. A grande maioria das vezes que encontrei um cachorro ou outro animal nessas circunstâncias, eu parei
Procura-se: Você acompanhou os casos de maus-tratos divulgados na imprensa recentemente?
Gentili: Eu não acompanho caso de maus-tratos e nem divulgo por um simples motivo: me faz sentir coisas que eu não gosto e não adianta nada. Adianta? “Mulher matou cachorro a martelada”. O cachorro morreu e essa mulher é uma “f**** da p***”. O que adianta eu divulgar isso? Eu prefiro acompanhar e ficar atento em notas onde sei que animal precisa de adoção. Sei que se divulgar, posso ajudar.
Procura-se: Seus bichos são todos adotados. Você nota que ainda existe preconceito com os cachorros sem raça definida?
Gentili: Acho que todos os bichos são adotados, mesmo os comprados. Mas eu acho bem ‘pé no saco’ gente que compra bicho em loja. Eu simplesmente detesto e abomino esse comércio. Tem uma cena de “Planeta dos Macacos”, do Tim Burton, em que um macaco vai comprar um humano e o comerciante tira uma criança da mãe. Essa cena é muito divertida. Sempre me lembro dela quando alguém toca no assunto. Ai você vai me dizer: “Que idiota você é, esses cachorros são bem tratados, etc etc etc”. Ou “bicho não é gente, etc etc”. E daí? Eu penso assim. Permita-me, por favor, que eu ache quem faz isso cretino, ok?
Procura-se: Mudança, gravidez, falta de tempo e malcriação do cachorro estão entre as principais justificativas para o abandono. Que recado você mandaria para as pessoas que descartam seus bichos?
Gentili: Aquela lei de tapa na cara, de mão aberta, para ‘tiozão’que prende passarinho poderia servir aqui tamém. Eu adoraria fazer isso com qualquer pessoa que abandona animal, com o maior prazer do mundo.
Fonte: Procura-se Cachorro
Agnes Nääs é Servidora Pública Federal. Autora da fan page Amor de Bicho-MS. Ex radialista da Rádio Ataláia de Campo Grande-MS, na qual era responsável pelas matérias destinadas à saúde animal, prevenções de doenças e posse responsável.
Desde criança é apaixonada por animais, mas somente quando se mudou para Campo Grande-MS teve contato com outros protetores, veterinários e autoridades do ramo da saúde animal.