A Caderneta de Poupança é o pior investimento! Tesouro Direto é hoje a melhor opção - Semana 19-01
A POUPANÇA teve um ano excepcional em 2013. A quantidade de dinheiro nas cadernetas aumentou 20,5% em um ano (captação bruta). Já para o bolso de seus investidores, foi a decepção habitual, com rendimento de 5,85% no ano. Para calcular a rentabilidade real da poupança a fórmula é:
taxa real = ( (1 + remuneração da poupança) / (1 + taxa de inflação) ) – 1
Tal rendimento não bate nem a inflação, que deve ter ficado em torno de 5,8% (medida pelo IPCA),ou seja, quem depositou na caderneta viu seu dinheiro render coisa alguma, zero, em termos reais e apenas manteve seu poder de compra. “Estranho” vários profissionais não relatarem esses detalhes e continuarem a informar que a poupança é um “bom” investimento, é “seguro” (lembram-se do Collor?) ...
Ainda assim, a poupança atraiu mais dinheiro, em termos relativos, do que o conjunto dos fundos de investimento, que até novembro tiveram uma captação bruta de 8,8%.
Os fundos tiveram um ano agitado, com tombos no valor das cotas devidos aos tumultos de meados do ano (com altas de juros nos EUA e no Brasil naqueles meses de “disparada do dólar”.). Os fundos chamados de "renda fixa" e os multimercados juros e moedas sofreram as maiores sangrias de 2013.
Além do mais, o setor continua a oferecer não tão satisfatórias, com taxas de administração elevadas que levam vários fundos a perder até do rendimento ruim da poupança.
Considerados todos os pesares e a perda relativa de espaço para as aplicações em cadernetas, os fundos resistiram. Até novembro, os depósitos na poupança representavam 23,8% do total do patrimônio líquido nos fundos.
Desde 2004, as aplicações na poupança têm representado entre 20% e 25% do patrimônio dos fundos. As cadernetas têm ficado mais gordas nos anos de governo Dilma Rousseff, quando as taxas de juros caíram, expondo os rendimentos pífios de muito fundo de investimento.
O poupador comum (maioria no Brasil), pois, tem estado entre a cruz e a caldeirinha. Se é trabalhador com carteira assinada, vê seu dinheiro guardado no FGTS perder valor (pois a remuneração do FGTS perde feio da inflação). Aplica-se na caderneta, no máximo consegue evitar que sua poupança suada seja corroída pela inflação. Faz-se um plano de previdência privada, em geral paga muito pela comodidade de não administrar sua aposentadoria.
Faz tempo a melhor aplicação em renda fixa é, de longe, o Tesouro Direto (emprestar dinheiro diretamente para o governo, comprando títulos públicos). No título indexado, de vencimento mais curto (maio de 2017) e atraente em termos tributários, é possível conseguir rendimento de uns 4% ao ano mais inflação.
Em novembro passado, o estoque de dinheiro investido no Tesouro Direto, no entanto não passava de R$ 11 bilhões, menos de 8% do total do dinheiro aplicado na poupança.
O problema do Tesouro Direto é que a aplicação é difícil para o investidor comum (aliás, para quase todos os investidores). É preciso escolher os títulos; é preciso entender que não se pode vendê-los antes do vencimento sem o risco de perdas fortes.
Em suma, é necessário ter algum conhecimento básico de finanças. Mas dá para entender parte do básico pelo site do Tesouro Direto e vale a pena fazer algum esforço adicional de aprendizado. Do jeito que anda as opções no mercado, há grande chance de o seu dinheiro suado não estar rendendo nada. Preste atenção.
Tem dúvidas? Entre em contato.
Um abraço. Até a próxima semana.
Rodrigo Teixeira Mendes é Graduado em Direito (Unip) - Pós Graduação Administração de Negócios (Mackenzie);
Experiência Profissional: Banco Itaú, RR Donnelley Moore, Camargo Côrrea e Valuta Invest (desde out.2011). Atualmente, trabalha na Valuta Invest (parceira da Ágora Corretora – Bradesco) na distribuição dos produtos disponíveis no Mercado de Capitais (Bolsa de Valores,Tesouro Direto, Debêntures, Fundos Imobiliários, Fundos de Investimentos Multimercado e Renda Fixa entre outros) e ministra cursos e palestras na área de Educação Financeira.
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