Raquel Baracat

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O mundo perturbador da indústria da seda

É bastante óbvio o motivo pelo qual muitas pessoas escolhem não comer carne ou não usar peles, mas quando se trata de escolher não usar seda, devido à falta de divulgação, a conexão entre essa escolha e os direitos animais não parece tão fácil de se notar. 

 

O tecido chamado seda, que remete a belas e delicadas roupas, e artigos luxuosos de decoração, tem a ver com bichos-da-seda mergulhados vivos em tanques de água fervente. As informações são do Care2.

Assim como vacas, galinhas e porcos, os bichos-da-seda são criados, domesticados, reproduzidos em fazendas e também são mortos aos milhões todos os anos. Dois a três mil desses animais são utilizados para a produção de meio quilo de seda.

Antes do processo de metamorfose no qual os bichos-da-seda transformam-se em mariposas, eles fiam fibras para criar os seus casulos – é o estágio chamado “pupa”. Para que esses casulos tenham valor de mercado, é preciso que as pupas dentro deles estejam mortas antes da eclosão, e por isso são jogadas em água fervente para que seus casulos sejam desprendidos e assim seja iniciada a produção da seda.

Há um outro método para produção de seda chamado “Ahisma”, que não se dá a partir da morte dos animais. Porém, há questões éticas quanto a esse método no que diz respeito à domesticação e exploração, além de trazer consequências como mariposas adultas incapazes de voar, pois seus corpos ficam muito grandes, e machos muitas vezes ficam impossibilitados de se alimentar, porque partes de suas bocas não se desenvolvem corretamente.

Para os aficcionados pela seda, atualmente já existe uma alternativa: a “peace silk”, um tipo de seda que é tecida à mão na Índia. Esta seda é colhida dos casulos da mariposa selvagem “Eri”, recolhidos a partir da floresta após a mariposa emergir e voar para longe, ou seja, sem que nenhum animal precise ser mantido em cativeiro ou fervido vivo.

Esta seda está se tornando a escolha de alguns estilistas por todo o mundo, preocupados com a ética de seus materiais e com a situação dos bichos-da-seda. Uma pesquisa na Internet pode revelar os produtores que aderiram à “peace silk”.

Por outro lado, ninguém precisa da seda, e para quem prefere evitar produtos de origem animal de qualquer maneira, há muitas alternativas disponíveis em tecidos naturais ou sintéticos.

O mundo perturbador da produção da seda não recebe muita cobertura da mídia, pois a indústria acredita que não é importante se preocupar com insetos. Mas a verdade é que não é necessário explorar insetos ou qualquer outra espécie animal para satisfazer a vaidade humana, e nada justifica o uso dessas pequenas criaturas para estes fins.

Fonte: ANDA 

Agnes Nääs

Servidora Pública Federal. Autora da fan page Amor de Bicho-MS. Ex radialista da Rádio Ataláia de Campo Grande-MS, na qual era responsável pelas matérias destinadas à saúde animal, prevenções de doenças e posse responsável.

Desde criança é apaixonada por animais, mas somente quando se mudou para Campo Grande-MS teve contato com outros protetores, veterinários e autoridades do ramo da saúde animal.