Raquel Baracat

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Contrata, demite

Alguns dados merecem ser avaliados criteriosamente. Seria acaso o fato de mais de 70% das empresas com maior destaque no ‘Guia 2012 das 150 Melhores Empresas Para Você Trabalhar’ publicado pelas Revistas Exame/ Você S.A. terem nota superior a 85% de aprovação no que diz respeito ao investimento sobre desenvolvimento de seus funcionários? Sabia que este critério é mais relevante para os funcionários do que o próprio salário?

Pois é. E sabe por quê? Porque as pessoas correlacionam diretamente o investimento em treinamentos e desenvolvimento com perspectivas de crescimento profissional, de ascensão na carreira.

 Acha bobagem? Então perceba se já se deparou com este quadro: profissionais que chegam atrasados e torcem para o relógio chegar àquela fantástica hora de ir embora; que aos poucos vão perdendo rendimento, começam a ter problemas de relacionamento dentro da empresa. As faltas vão aumentando, afastamento por atestado médico, atrasos e reclamações também. Pouca concentração no que fazem, desperdício de materiais e insumos. Vivem insatisfeitos com seu trabalho, desmotivados, produzem pouco resultado positivo, se queixam aos colegas sobre o ‘descaso’ da empresa, contaminam o ambiente. Vivem no ciclo de entrega de tarefas SMM (Sempre a mesma...mesmice).

 

A saída para o empresário? São duas: ou ignora e finge que está tudo bem, apesar de reclamar aos quatro ventos sobre o funcionário ou a mais radical. Demite e contrata outro. Encargos trabalhistas para quem sai, novos gastos para a nova contratação. O novo contratado, por sua vez deverá passar pela experiência, pela adaptação à função, aos companheiros, à política da empresa e se tudo der certo consegue ser efetivado. Ufa! E adivinha o que acontece? Um ciclo semelhante ao descrito acima começa.

Parece ‘chover no molhado’, mas infelizmente ainda é cultura em algumas empresas não investir em treinamento. As justificativas? Não é fácil mensurar o resultado, ou o retorno sobre o investimento e que não adianta preparar as pessoas porque elas podem a qualquer momento ir embora da empresa. mentalidade um tanto quanto obsoleta.

 

Afinal, em tese, onde seria aplicado este desenvolvimento obtido, quem desfrutaria desta melhoria? Logicamente a própria empresa. É bem possível que você conheça profissionais capacitados tecnicamente, mas que mesmo assim rendem muito aquém do esperado. O motivo? Falta de desenvolvimento de Competências Comportamentais. Quais são? Relacionamento interpessoal, comunicação, trabalho em equipe, liderança, criatividade, flexibilidade, resiliência, entre outras.

 

Ainda não está convencido? Pois bem, mais alguns dados importantes: Segundo a Fundação Getulio Vargas, 86,3% dos problemas nas empresas são de ordem comportamental e de acordo com a Revista Vida Simples 75,1% dos profissionais apontam a desmotivação como fator que impacta negativamente em seu rendimento.

 

Como disse há algumas décadas um grande empreendedor, que tornou sua empresa aérea a maior do país: “Investir em treinamentos é caro. NÃO investir é MUITO MAIS CARO”. Pode ter certeza, é bem mais gratificante e mais barato do que este eterno ciclo ‘contrata-demite’.

Dr. José Carlos Carturan Filho

 

Head Trainer da Elleven Desenvolvimento Humano, especialista em Medicina Comportamental pela UNIFESP/EPM (Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina) e manter Practitioner em PNL formado pela International Trainers Academy - Londres.

MBA em Gestão de Saúde e Marketing, professor do MBA de Gestão em Vendas da Universidade Paulista – Disciplina: "Comportamento do consumidor" e Cirurgião Dentista.

Formação em Hipnose Ericksoniana e Hipnose Clássica pela UNIFESP/EPM (Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina).