Raquel Baracat

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Atividade Física e Envelhecimento - Coluna Fitness por Isabela Casline da Cia Athletica Campinas



Por que tendemos a ter mais cuidados com idosos durante a prática de exercícios físicos do que com adultos ou adultos jovens? Será que os idosos são mais frágeis? Será que negligenciamos os cuidados com as outras populações? Será que os idosos precisam resultados da prática de exercícios diferente das outras populações? Será que os limites físicos dos idosos por serem mais nítidos devem ser respeitados? Será que negligenciamos os limites físicos das outras populações por acreditar que a juventude, ainda que relativa, seja sinal de proteção contra patologias gerais?


Qualquer rotina que interfira com o funcionamento normal do organismo deveria começar com a análise de um médico, pois realizar exercícios físicos significa colocar seu corpo funcionando em um ritmo acelerado se comparado ao que ele executa no cotidiano. Imagine que todos nós poderíamos ter um carro que chegasse a 300km/h, mas só teríamos segurança se tratássemos nosso carro como as equipes de corrida que tem carros que andam a 300km/h rotineiramente tratam seus carros: com diversos profissionais e avaliações periódicas. Se um carro merece um grupo de pessoas, uma pessoa merece pelo menos um médico, um fisioterapeuta, um fonoaudiólogo, um nutricionista, um terapeuta ocupacional e um educador físico para cuidar da sua saúde na sua rotina buscando desempenho.

Atingir metas vem em segundo lugar. O objetivo é fazer o exercício físico se tornar eficaz e regular. Nosso interior determina grande parte do que somos por fora. Assim, o importante não é atingir um objetivo, é ter um objetivo e batalhar para alcançá-lo.

Idade não é doença e não devemos pensar no idoso como um ser debilitado. Como todo jovem, adulto, criança ou portador de limitação física, o idoso também possui um limite físico que deve ser respeitado, mas temos de ter o cuidado de não dar menos estímulo que este pode suportar sob penalidade deste não obter os resultados que buscamos e desistir do exercício físico, desistindo assim de todas as benefícios que este pode trazer.

Envelhecer, entre outras coisas é diminuir a velocidade com que reagimos ao ambiente ao nosso redor, sendo assim, podemos esperar perda de gordura corporal e desenvolvimento da musculatura assim como num indivíduo jovem, só temos de ter a noção de temporalidade e de respostas que um idoso tem para podermos manter nosso paciente em boas condições e em rumos frutíferos.

Envelhecer também é perder capacidade funcional de reserva, ou seja, a sobra de capacidade que temos para usos emergenciais do nosso organismo, portanto temos de encarar o exercício como estudiosos e não como entusiastas. Pessoas sempre terão desejos e estímulos. Cabe aos profissionais que acompanham este grupo especial em manter a orientação forte para que este paciente não tenha a ilusão de que quanto mais exercício melhor. Tudo tem sua dose certa, inclusive e principalmente o exercício físico. Além disso, além da prática desportiva recreativa, temos várias outras coisas para melhorar, como dieta, equilíbrios de grupos musculares, destrezas, propriocepção, estereognosia, repouso, etc...

Isabela Casline

 

Professora e Personal Trainer da Cia Athletica Campinas - contato: isabela.casline@soucia.com.br