Raquel Baracat

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O teto por José Carturan

 

Mais uma vez citarei meu grande amigo e mestre José Orlando. Faço questão de citá-lo nominalmente porque acho importante mencionarmos as fontes de onde ‘bebemos’ conhecimento e pelo privilégio que tenho em desfrutar de sua companhia, amizade e sabedoria.  Este meu amigo, de forma bem tranqüila e serena, já me disse algumas vezes: “Zé, não adianta insistir. Cada um tem seu próprio teto”.

Ouço isto dele, normalmente em situações onde estou tentando inserir alguém em algum projeto ou quando pergunto se na opinião dele determinada pessoa possui o perfil para empreender algum novo caminho.

Faço questão de ressaltar que não se trata de menosprezo. Muito pelo contrário. Geralmente percebo, vezes de modo correto e outras equivocadamente, capacidades nas pessoas que elas mesmas não percebem. Quantas vezes você não entendeu, não se conformou com o fato de pessoas que conhece ficarem muito aquém de seu real potencial e consequemente colherem resultados bem menores do que poderiam e mereciam colher? Ou pior, quantas vezes já ouviu de outros que você possui inúmeras qualidades e não acreditou?

Pois é. Cada um tem seu teto, pois cada um impõe a si mesmo este teto. Isto acontece desde cedo e é tão assustadoramente verdadeiro que em algumas circunstâncias, quando as pessoas estão prestes a romper este limite que se impuseram, quando estão quase ‘aumentando’ este teto arranjam as maneiras mais impressionantes, os mecanismos mais absurdos de autossabotagem. Desculpe, mas é isto mesmo. As pessoas usam a autossabotagem para manter-se no limite exato, ou sempre um degrau abaixo do teto que acreditam ter de potencial.

Alguns já fazem isto logo no início, usam a preguiça, a falta de disciplina e nem iniciam a jornada ou desistem ao primeiro obstáculo. Para estes o sofrimento é menor, já que se conformam em ser apenas coadjuvantes de suas próprias vidas, meros transeuntes da jornada que vieram (não) cumprir. Outros fazem diferente. Lutam, persistem, dedicam-se e quando têm a grande oportunidade de suas vidas... pronto. Jogam tudo pela janela. Arrasam qualquer possibilidade de crescimento, regredindo praticamente ao ponto zero, mas sem a perspectiva de um novo recomeço e sim com a frustração de mais uma vez ter falhado. Qual o nome disto? Autossabotagem.

Mas existe ainda outro modo de limitar seu próprio teto. Talvez seja um neologismo, mas chamaria de auto ilusão. São aquelas pessoas que vivem enganando a si próprias achando que estão enganando os outros. Mais ou menos como um adolescente imberbe que ‘mata’ aula, ou a pessoa que faz dieta e ‘come escondido’ para não ser cobrado. A pergunta é: Na realidade, quem estas pessoas estão enganando senão a si próprias? Paciência. Cada um tem sua vida, cada um faz seu teto. Não se trata de poder fazer tudo, mas sim de perceber que é possível se fazer muito mais do que se faz. Novamente recorro ao meu mestre, que cita um ditado da cultura africana que diz: “O que a cabeça não quer, nem Deus pode querer. Se a sua cabeça não simpatiza com a sua causa, nada pode ser feito por você”. A propósito, qual o tamanho do seu teto?

Dr. José Carlos Carturan Filho

 

Head Trainer da Elleven Desenvolvimento Humano, especialista em Medicina Comportamental pela UNIFESP/EPM (Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina) e manter Practitioner em PNL formado pela International Trainers Academy - Londres.

MBA em Gestão de Saúde e Marketing, professor do MBA de Gestão em Vendas da Universidade Paulista – Disciplina: "Comportamento do consumidor" e Cirurgião Dentista.

Formação em Hipnose Ericksoniana e Hipnose Clássica pela UNIFESP/EPM (Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina).