Raquel Baracat

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Sem querer? Por José Carturan


Há diversos estudos, a neurociência traz novidades , os diagnósticos por imagem corroboram estes estudos e todas as ciências cognitivas do comportamento buscam entender melhor e explicar os padrões de comportamento humano.

Em colunas anteriores, já trouxe alguns estudos, dados, pesquisas e trabalhos científicos que passam a idéia dos avanços obtidos nestas áreas. Contudo, hoje tentarei trazer para uma linguagem mais tranqüila, exemplos mais cotidianos e a abordagem mais ampla disto.

E talvez já comece criando certa polêmica. Lá vai. Nossos padrões de comportamento não são tão aleatórios assim. Isso mesmo. A realidade é que nossos comportamentos são convenientes para conseguirmos o que queremos. Às vezes premeditadamente e em outras sem perceber mantemos linhas de atitudes que nos são extremamente favoráveis.

Não acredita? Como os bebês se comportam? Choram quando tem fome, dor, sono. São atendidos em suas necessidades e da próxima vez que tem algum destes anseios choram novamente e são atendidos. E isto forma um padrão, do tipo: Tenho fome – choro – sou atendido. Normal. Simples assim. O russo Ivan Pavlov ganhou o Prêmio Nobel em 1904 com uma teoria similar a esta, chamada Reflexo Condicionado. E não há problema nisto. Ou melhor, há sim.

Crescemos, amadurecemos (ou não) e continuamos seguindo estas premissas. O problema reside no fato de tornarmos estes comportamentos perniciosos para as pessoas que conosco convivem. Há diversos meios de efetuarmos este ‘controle’ para conseguir o que queremos dos outros, principalmente quando há envolvimento emocional.

Relacionamentos afetivos, entre irmãos, entre pais e filhos são campeões neste tipo de relação perigosa e nociva. Digo perigosa, pois o uso de subterfúgios que envolvam conteúdo emocional ou que se valham destas ligações afetivas ou de parentesco acaba tornando as relações desequilibradas.

Já viu crianças fazendo ‘birra’ para conseguir as coisas? Namoradas (os) fazendo ‘joguinho de ciúme’? Alguns usam isto sem perceber. Outros de propósito. Esta aí a polêmica. Estou falando de manipulação mesmo. Manipulação emocional.

Uns usam a agressividade, outros despertam para si o sentimento de ‘pena’. Há quem desperte no outro o sentimento de culpa para conseguir o que quer. Há até alguns que usam coisas boas como carinho, afeto e atenção para obter o que desejam.  E há aqueles que são hábeis, verdadeiros mestres na arte de transformar as situações de acordo com o que lhe é mais apraz.

Assim como os bebês percebem que conseguem o que almejam, nós adultos, ainda que de modo inconsciente, também percebemos que podemos ser ardis na tratativa com outro ser humano. E usamos estes mecanismos desenfreadamente.

Certamente você conhece casais, famílias, relações de trabalho que seguem esta linha. E muito provavelmente se avaliar um pouco mais detalhadamente, perceberá que não são relações muito saudáveis para as pessoas envolvidas e nem para as que estão ao redor. Muitas vezes quem está sendo ‘manipulado’ emocionalmente não percebe. Quem manipula normalmente sim.

Dr. José Carlos Carturan Filho

Head Trainer da Elleven Desenvolvimento Humano, especialista em Medicina Comportamental pela UNIFESP/EPM (Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina) e manter Practitioner em PNL formado pela International Trainers Academy - Londres.

MBA em Gestão de Saúde e Marketing, professor do MBA de Gestão em Vendas da Universidade Paulista – Disciplina: "Comportamento do consumidor" e Cirurgião Dentista.

Formação em Hipnose Ericksoniana e Hipnose Clássica pela UNIFESP/EPM (Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina).