Raquel Baracat

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Caminhos inversos - Coluna Desenvolvimento Humano por José Carturan

 

Pode ser que gere certa polêmica. Esta reflexão veio semana passada, confesso com certa tristeza. Com a afirmação que farei é possível que Darwin, Lamarck, Lavoisier e tantos outros estudiosos se revirem em seus túmulos. Mas é fato. Talvez você a princípio me ache maluco, mas depois de certa análise concorde comigo. Há pessoas que involuem. Isso mesmo que você leu, algumas pessoas traçam em suas vidas caminhos inversos e acabam involuindo ao invés de evoluir. Chega a ser assustador, mas nem por isso, menos verdadeiro.

Repito que foi com pesar que cheguei a esta conclusão, tristeza mesmo. Principalmente por perceber que isto acontece com pessoas pelas quais tenho carinho, respeito e admiração. A involução sobre a qual me refiro às vezes não é total, mas se apresenta em áreas cruciais da vida do ser humano. Se analisarmos de maneira lógica, como seria possível alguém dar ‘passos para trás’ em sua jornada de vida? Como conceber que pessoas com um caminho tão promissor, com potencial de sobra contentem-se em viver de maneira tão vazia de perspectivas, tão medíocre? E o pior. Como fazer para que elas percebam o que estão (ou o que NÃO estão) fazendo com os dons e capacidades que o Pai Celestial lhes deu? Bem difícil.

Aqui mesmo neste espaço já afirmei que cada um é senhor de seu destino e que as escolhas pessoais dos outros não devem nos causar maiores dramas, já que são situações que não estão no nosso controle. Mas, mesmo assim chateia ver isso.

Contudo, já que não posso mudar a situação, procurei entender quais os motivos que levam isto a acontecer. E me vieram à mente dois motivos bem claros. O primeiro é a acomodação. Tanto para quem já atingiu certo patamar e acha que já sabe e conquistou tudo quanto para aquele que simplesmente desistiu de batalhar preferindo encostar-se em alguma alternativa ‘fácil’ que a vida lhe deu.

E o segundo e a meu ver o principal deles é o ambiente e o grupo de convívio da pessoa.  Por estudar e trabalhar atualmente com comportamento humano me impressiona o quanto este fator interfere na personalidade e no modo de encarar a vida de cada um. Diria até que este ponto multiplica exponencialmente a involução mencionada.

Quando a acomodação está presente, mas o ambiente e o grupo de convívio são férteis, a pessoa consegue se desvencilhar deste inimigo e tocar sua vida adiante. O contrário é bastante difícil.

Para que se tenha ideia, o ambiente e o convívio podem alterar e até mesmo mudar, neste caso para pior, hábitos e padrões de comportamento.  Conheço pessoas que eram extremamente educadas e hoje perderam as mínimas noções de postura adequada em sociedade. Outras que tinham horizontes para ser explorados como se fossem águias, mas por estarem cercados de galinhas, acreditam ser uma delas e vivem a ciscar olhando para o chão, caçando migalhas. Pessoas que simplesmente pararam no tempo e continuam a nutrir crenças e paradigmas limitantes, que restringem absurdamente sua capacidade em ver o mundo de maneira ampla. O que mais incomoda em tudo isto é que infelizmente estas pessoas sequer esboçam a reação de olhar adiante e ver que ainda há muito a ser feito. Triste.

Dr. José Carlos Carturan Filho

 

Head Trainer da Elleven Desenvolvimento Humano, especialista em Medicina Comportamental pela UNIFESP/EPM (Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina) e manter Practitioner em PNL formado pela International Trainers Academy - Londres.

MBA em Gestão de Saúde e Marketing, professor do MBA de Gestão em Vendas da Universidade Paulista – Disciplina: "Comportamento do consumidor" e Cirurgião Dentista.

Formação em Hipnose Ericksoniana e Hipnose Clássica pela UNIFESP/EPM (Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de Medicina).