Raquel Baracat

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Meio cheio ou meio vazio? Coluna Liderança por João Marcelo Furlan

Pensei sobre esta questão hoje quando vi a notícia de que o dólar está em seu maior patamar desde 2003. Tentei retroceder e pensar naquele ano, em que estava fazendo quando o dólar era tão alto. Na época eu era estagiário na área comercial da Whirlpool e a empresa estava penando um pouco pelo preço elevado dos altos insumos e por ter que reportar seus resultados em dólares cada vez mais distantes... tendo que fazer 50% mais esforço de vendas para entregar o mesmo resultado em dólares à matriz.

Lembro-me que tinha um colega que fazia vendas intercompany (ou seja, da unidade do Brasil para outras unidades no mundo). Perguntei a ele como estavam as coisas e ele respondeu: "Uma maravilha! Nunca vendemos tanto!" Ou seja, para ele que exportava refrigeradores, lavadoras e fogões do Brasil para o mundo estava excelente.

Diferentes perspectivas, diferentes elementos: a soma é sempre igual - Para ser sincero, sempre analisei esta questão de uma forma muito otimista - o copo está sempre cheio. Irá depender somente da proporção das substâncias: quanto mais tiramos a água, mais o espaço é preenchido por ar, enquanto se colocarmos mais água, o ar cederá espaço a este novo elemento - e, como ambos são fundamentais à vida, sempre se sai ganhando.

Podemos levar esta mesma forma de encarar a situação a outras perspectivas da conjuntura atual do Brasil:

Perspectiva dos Negócios - Este momento em que o dólar está sobrevalorizado frente ao real pode representar uma fase para nos reinventarmos enquanto empresas, buscarmos inovar em novos produtos, desfocar somente do mercado doméstico e desbravar o mercado externo, ganhar produtividade para sermos mais competitivos, investir na formação dos melhores de nossa equipe para se conectarem ao mundo e trazerem novas receitas. Recentemente vi um cliente que trabalha com pequenos motores elétricos para o setor automobilístico (limpador de para-brisa, abrir e fechar vidros, ...), trazer ao país de outra unidade global a linha de produção para motores que giram as pás geradoras de energia eólica! Enquanto a demanda do setor automobilístico foi reduzida - e em breve retornará com tudo - a empresa passou a explorar um dos maiores gargalos no Brasil da estiagem: a energia.

Campo político - Domingo passado tive a honra de presenciar às reivindicações por mudanças na gestão do país no MASP em São Paulo. Um dos grandes lados do "copo cheio" do momento atual, foi ver a união entre diversos setores da sociedade em prol da mudança. Até pouco tempo atrás, achávamos realmente que esta geração a qual pertenço era mais "apolitizada", mas isso mudou drasticamente nos últimos anos. No vídeo abaixo, vemos a união de caminhoneiros, jovens e outros setores da sociedade civil demonstrando a vontade de mudar.

Link: https://www.linkedin.com/pulse/meio-cheio-ou-vazio-joao-marcelo-furlan

João Marcelo Furlan

Enora Leaders, empresa de consultoria em desenvolvimento organizacional, Vice- Presidente de Desenvolvimento e Expansão Regional da Associação Brasileira de Recursos Humanos para o estado de São Paulo (ABRH-SP) e criador do blog “Liderama”. Linkedin: br.linkedin.com/in/joaofurlan. site: www.enora.com.br Fone: 19 3365-0080.