O que aprendi ao mergulhar na Indonésia? Coluna Volunturismo por Tatiana Garcia
Volunturismo além da prática do trabalho voluntário envolve também o turismo. Eu optei por fazer muita aventura durante meu tempo destinado ao turismo. Na Indonésia, em uma pousada muito típica localizada no litoral entre as cidades de Jakarta e Bali, recebi um convite muito especial de uma viajante inglesa. Ela me convenceu de fazer mergulho dizendo ser muito bom porque estávamos numa região linda e cheia de corais. Ela já havia pesquisado os preços e sabia tudo como fazer. Como eu nunca tinha mergulhado, confiei na experiência dela e fui. Chegando lá eu logo avisei o instrutor que era minha primeira vez. Ele me passou alguns sinais básicos para fazer embaixo d’água. Fui então vestir as roupas e equipamentos de mergulho, foi quando então eu comecei a ficar nervosa, vi que tudo aquilo não era apenas uma diversão.
Mas não podia desistir, fui caminhando para o mar e me dei conta de que a inglesa já estava mergulhando há alguns minutos. Na minha vez fiquei tensa porque não sabia lidar com a respiração pela boca. Senti mais uma vez a vontade de desistir, mas o instrutor apoiava seus braços em meus ombros e me afundava cada vez mais. A minha ansiedade me fazia parecer estar sem ar, e eu já não me lembrava mais dos sinais que tinha acabado de aprender. Foi quando olhei para cima, enxerguei o sol em meio as águas cristalinas e não tive dúvidas: tirei minha máscara e subi nadando. Cada vez a superfície ficava mais longe, me faltava ar e pensei que iria morrer; aqueles segundos foram eternos e eu engoli muita água. Mal subi quando o instrutor agitado me forçou a tentar um novo mergulho para não ficar com traumas. Dessa vez foi pior, meu corpo tremia todo, e eu só escutava o coração pulsar alto e disparado. Fiz sinal para subir novamente e durante a subida eu vomitei muito.
Ao voltar ao normal, me perguntava: Como pude ser tão inocente? Como não percebi o perigo? Sabe quando refletimos sobre algumas ciladas da vida, aquelas que mal acreditamos que fomos enganados? Porque será que às vezes, mesmo com toda a nossa experiência, ainda caímos em armadilhas tão óbvias? Esse episódio sempre me faz refletir sobre tudo isso; e procuro usá-lo como força para não me deixar cair em outra armadilha que a vida me oferecer. Porém, sei que mesmo com toda a dificuldade, aprendemos muito com cada tombo.
Tatiana Garcia
Coluna Volunturismo
Além de empresária e empreendedora ela promove o Volunturismo no Brasil, uma prática de viajar com propósito! Porque não unir o útil ao agradável, não é verdade? Ela fez isso sozinha durante 2 anos consecutivos, e acabou realizando o grande sonho de dar a volta ao mundo. Conheceu 5 continentes, mais de 25 países, trabalhou em 10 ONG’s e teve sua vida totalmente transformada. Durante sua viagem ela ajudou muitas crianças, comunidades e conheceu suas histórias; hoje ela se realiza compartilhando-as com o mundo. Instagram e Facebook: VoltaaoMundoPro e Site: tatianagarcia.com.br