Raquel Baracat

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Na Terra da Paella - Coluna Vinho por Giovana Pardo Mêo do Vinho Prático

Estive um pouco ausente nas últimas semanas e agora, já ambientada, tenho como justificar. Vou começar um mestrado internacional em Inovação no Enoturismo (turismo de vinho) e por isto me mudei para a Europa, mais precisamente para Espanha. Ficarei em Tarragona na região da Catalunha neste primeiro semestre.

Com certeza terei muitas novidades, um tanto de aprendizagem, visitarei muitas vinícolas e regiões, além de vinhos degustados. Assim, tenho certeza que assunto não vai faltar.

Em se tratando de Espanha, logo se pensa em uma deliciosa paella (lê-se “paelha”). Já adianto que é um prato bem variado, mas têm em comum o arroz como base, açafrão e os ingredientes disponíveis na região.

A paella tem este nome do latim ‘patella’ (recipiente ou vasilhame) ou do francês ‘paelle’ (panela) que é onde é feito e servido. São panelas largas com fundo raso, como uma frigideira mas sem o cabo, o que faz com que o calor fique por igual e cozinhe tudo uniforme.

 Originalmente foi feita na região de Valência, por isto também é conhecida como paella valenciana. A região era produtora de arroz, herança da colonização moura. Era feita pelos camponeses que se juntavam para o almoço e levavam o que tinham e misturavam os vários ingredientes como leguminosas da região (‘ferradura’ como uma vagem, ‘garrofón’ um tipo de feijão com grãos brancos e grandes e tavella), tomate e carnes de frango, lebre, coelho, caracóis e até pato. E claro, o arroz e muito azeite, além de outros temperos.

No Brasil o mais conhecido é feito com frutos do mar: mariscos, moluscos, pescados, com lindos camarões ornamentando o prato e até lagostas para os mais sofisticados. Estes por aqui são conhecidos como paella marinera.

E como harmonizar com vinho? Diz-se “what grows together goes together”, um tipo de harmonização comum que leva em consideração a comida regional com a bebida produzida por ali (“o que cresce junto fica junto”). Então nada melhor que acompanhar com o cava (espumante da Espanha) ou mesmo um vinho rosé com mais corpo da região de Navarra, geralmente da uva Garnacha ou até Tempranillo.

Para quem gosta de vinho branco, pode acompanhar com um encorpado Chardonnay barricado, Albariño ou Sauvignon Blanc.

Tem quem goste de harmonizar com vinho tinto, de corpo leve, principalmente a versão que leva frango e coelho. Para esta, uma opção da uva Pinot Noir ou Merlot cairá bem!

Depois de tanto falar fiquei com água na boca! Bom apetite!

Saúde!

Giovana Pardo Mêo

Coluna Vinhos

Formada em propaganda e marketing, trabalha também com alimentos e bebidas e aproveita para se dedicar ao vinho entre taças, cursos e viagens.

E-mail: giovana@vinhopratico.com.br

Instagram: @vinhopratico