Raquel Baracat

View Original

Château de Chantilly: o castelo das artes - Coluna Tudo sobre Paris de Rogerio Moreira

Por fora, esse castelo é mais bonito que o de Versalhes; por dentro, os dois são parecidos, só que esse é bem menor. Como vários outros castelos da região, o de Chantilly foi construído aos poucos e no decorrer de várias décadas, sendo modificado a cada vez por gerações posteriores da nobreza francesa. Quem não gostar de história pode pular os dois próximos parágrafos.

No final do século XV, o que hoje é o castelo de Chantilly era um castelo-forte. No século XVI foi construído o Petit Chateau, parte mais antiga do castelo que existe até hoje. No século XVII, Luís XIII confisca o castelo depois de mandar decapitar, por revolta contra o rei, Henri II de Montmorency, neto do proprietário do castelo. Nesse mesmo século, o castelo é entregue aos Bourbons-Condé, que transformaram o castelo, mandando construir, entre outras coisas o Hameau, uma espécie de apartamentos reservados, que inspirou Maria Antonieta no Trianon, em Versalhes.

Durante a Revolução Francesa, a coleção do castelo de Chantilly é enviada ao Louvre. O castelo vira uma prisão, grande parte dele é demolida e o parque é loteado. Após 1815, o príncipe Luís-Felipe mandou restaurar os apartamentos e recuperou parte da coleção que tinha ido para o Louvre. O último proprietário do castelo, duque d”Aumale, desenvolveu o acervo que hoje aqui está e legou o castelo ao Instituto da França.

Hoje, o domínio de Chantilly compreende o castelo, o parque do castelo, o Museu Condé, os grandes estábulos e, mais recentemente, desde junho de 2013, o Museu do Cavalo. No Museu do Cavalo eu não fui, mas sei que o acervo é composto por cavalos vivos. Também há apresentações equestres com horários marcados e com bilhetes muito bem pagos.

Museu Condé

Esse museu tem um belo acervo! Foi criado pelo filho do rei Luís-Felipe, o duque de d’Aumale, para comportar sua coleção de pinturas, móveis, manuscritos e objetos de arte. Há alguns Rafaeis, Vand Dycks, Poussins, Rousseaus, Delacroix, Corots, Ingres, dentre outros. Na França, ele é o segundo museu em pinturas antigas, só perde para o Louvre.

Na biblioteca tem primeiras edições de Rabelais, de Nostradamus e uma série de outras obras.

O parque é imenso! Mas não é um jardim porque não tem flores.

O parque foi projetado por André Le Notre, o mesmo que projetou o jardim do Palácio de Versalhes e iniciou alguns trabalhos no Château de Vincennes.

Voltando às curiosidades, foi essa região que deu nome ao famoso creme chantilly. Muitos contam a história da invenção do creme atribuindo essa façanha a Vatel, mas nada disso pode ser confirmado. Desde de a época de Catarina de Médici, em meados do século XVII, já existiam cremes, tipo nata, batidos. O que é possível afirmar é que foi no século XVIII que esses cremes batidos receberam o nome de chantilly, na região de Chantilly.

Nos últimos tempos, nós, brasileiros, temos esse castelo como referência por causa do casamento relâmpago de Ronaldo Fenômeno com Daniela Ciccarelli , que se casaram aqui.

Como chegar ao Castelo de Chantilly

Para ir ao Castelo de Chantilly, há duas opções:

1 – Vá até a Gare du Nord e compre o bilhete da SNFC, companhia de trem, para Chantilly-Gouvieux. O valor do bilhete é 16,80 euros, ida e volta, e o trajeto demora uns  25 minutos.

2 – Pegue o RER D, sentido Chantilly-Gouvieux e desça na última estação.

Descendo na estação Chantilly-Gouvieux, você segue pela rua em frente à estação, onde já há uma placa indicando a direção do castelo. É só seguir a indicação das placas que você chegará lá em uns 25 minutos a pé. É um trajeto super agradável. Outra opção é você também pegar um ônibus direção Senlis e descer na parada Chantilly-Église Notre-Dame.

Observação: O problema da opção da Gare du Nord é que há poucos trens por dia indo para direção de Chantilly. Então, antes de se dirigir até a estação para comprar os bilhetes, é melhor ver os horários no site da companhia SNCF.com.

Fonte: https://parissempreparis.com/chateau-de-chantilly-o-castelo-das-artes/

Rogerio Moreira

Coluna Tudo sobre Paris

Rogerio Moreira nasceu em Santo André/SP, é jornalista e publicitário, tendo estudado em instituições como PUCC, Unicamp e FGV. Apaixonado por história acredita que o estudo de nosso passado nos ajuda a entender como nos tornamos o que somos hoje. De suas viagens à Europa, surgiu a ideia de reunir informações e curiosidades sobre Paris e a cultura francesa. @parissempreparis