Raquel Baracat

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Apareceu um mioma no meu exame: e agora? Coluna Ginecologia e Obstetrícia por Dra. Luciana Radomile

Apareceu um mioma no exame e isso geralmente assusta, principalmente porque pensamos em algo muito pior. No post de hoje, nossa colunista Dra Luciana Radomile, médica especialista em Ginecologia e Obstetrícia, explica tudo sobre isso.

E ela alerta que é muito comum aparecer miomas nos exames das mulheres. Mas será que é motivo para preocupação? Confira!

APARECEU UM MIOMA NO MEU EXAME: E AGORA?

Uma mulher faz um ultrassom pélvico ou transvaginal solicitado por seu ginecologista como parte da rotina dos exames periódicos e se depara com o resultado indicando a presença de um “nódulo uterino sugestivo de mioma”. Nessas horas ela se assusta porque imagina que é a chegada de um tumor maligno.

É muito grande o número de mulheres que apresentam miomas. E muitas só ficam sabendo disso nos exame ginecológicos ou em um ultrassom. Não há motivo para tal preocupação. Miomas são tumores uterinos benignos. Podem aparecer em vários locais do útero e variar de tamanho, provocar ou não sintomas, e exigir acompanhamento clínico ou intervenção cirúrgica.

Apareceu um mioma no exame: entenda o que são nódulos

Miomas são nódulos que se desenvolvem de células do músculo uterino, provavelmente por alterações genéticas e que têm comportamento variável em relação ao crescimento, ou seja, podem ou não aumentar de tamanho com o passar do tempo. Além disso, a importância clínica dos miomas varia com a posição deles no útero. De coloração esbranquiçada e consistência firme, os miomas são em sua maioria múltiplos, e podem variar bastante de tamanho. O problema pode permanecer estável durante anos e, na sequência, crescer em um espaço de poucos meses, alterando inclusive o tamanho do útero conforme vai se desenvolvendo.

Sintomas

Na maior parte das mulheres, o problema é assintomático, ou seja, você pode ter um mioma e não sentir qualquer dor ou desconforto. Quando aparecem, os sintomas mais comuns são:

  • fluxo menstrual intenso, prolongado e com surgimento de coágulos, podendo provocar anemia;

  • cólicas intensas, durante o período menstrual ou não;

  • sensação de peso no ventre;

  • sangramento entre os períodos menstruais;

  • vontade de urinar constante e infecções do trato urinário;

  • dor durante as relações sexuais;

  • prisão de ventre;

  • dificuldade para engravidar;

  • aumento do volume da região abdominal;

  • dor ou incômodo persistente na lombar;

  • dor pélvica acompanhada de hemorragia.

Diagnóstico

Normalmente, os miomas são detectados durante a realização do exame ginecológico associado à ultrassonografia transvaginal ou pélvica. Em alguns casos, o ginecologista pode solicitar a realização de dois outros tipos de exames, a videohisteroscopia, que é um exame realizado com uma microcâmera acoplada a um tubo e introduzida pela vagina para visualizar a cavidade uterina. E a ressonância magnética da pelve, que capta imagens em alta resolução da pelve e de todas as suas estruturas e órgãos.

Tratamento

Em alguns casos, como quando a paciente não apresenta sintomas, possui tumores pequenos ou está prestes a entrar na menopausa, fase em que muito miomas regridem, o ginecologista pode optar apenas pelo acompanhamento por meio de consultas e exames.

Em outros casos, pode ser necessário o tratamento medicamentoso. Ainda que nenhum medicamento possa fazer o mioma desaparecer por completo, é possível tratá-lo, impedindo o seu crescimento e até mesmo favorecendo a diminuição do seu volume.

Além disso, existe a possibilidade de tratamento cirúrgico, que será avaliada pelo médico levando em consideração fatores como o número de miomas, tamanho, localização, a idade da paciente e se ela pretende engravidar futuramente.


Mioma na gestação

Normalmente, o mioma na gestação não é grave. Apesar disso, é preciso redobrar a atenção, já que, além de cólicas e dores abdominais, existe a possibilidade de complicações mais sérias, como descolamento da placenta, limitação do crescimento do bebê ou parto prematuro provocado pelo aumento do volume do tumor.

Em alguns casos, o mioma pode causar o aborto espontâneo no primeiro trimestre da gestação, já que o problema costuma provocar sangramentos intensos em algumas mulheres. Por isso, é fundamental agendar consultas periódicas com seu ginecologista durante toda a gravidez para que ele possa acompanhar a questão mais de perto e garantir a sua segurança e a do bebê. Após o parto, os miomas podem ser retirados cirurgicamente se houver necessidade.

É preciso deixar claro que um mioma é um tumor benigno, e que não há possibilidade de que com o tempo ele evolua para um câncer. No entanto, o problema precisa ser acompanhado de perto pelo seu médico.

Dra. Luciana Radomile

Coluna Ginecologia e Obstetrícia

 Médica Formada pela Faculdade de Medicina da PUC Campinas, Especialização em Ginecologia e Obstetrícia na Unicamp. Membro da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia ( Febrasgo). Título de especialista em Ginecologia e Obstetrícia TEGO- Contato: (19)993649238, dralucianaradomile@gmail.com