A saúde bucal da mulher merece mais cuidados: saiba em quais fases é preciso ter mais atenção! Coluna Saúde Bucal por Dra. Marcela Santi
As alterações hormonais, em diferentes etapas da vida, fazem com que a mulher seja mais suscetível a mais problemas bucais.
Pensando na saúde da mulher através das gerações!
Elas escovam os dentes com mais cuidado, usam mais o fio dental e visitam o dentista com mais frequência que os homens. Este, pelo menos, é o resultado da recente pesquisa realizada pelo Journal of Periodontology, que mapeou o comportamento de homens e mulheres relacionado à saúde bucal.
As alterações hormonais, em diferentes etapas da vida, fazem com que a mulher seja mais suscetível a determinados problemas bucais.
E ainda, estudos apontam que as mulheres são duas vezes mais propensas a manterem seu check-up odontológico em dia, à fazerem os tratamentos recomendados após estes check-ups e terem melhores indicadores de saúde periodontal ( saúde da gengiva). Mas, apesar de serem mais cuidadosas, as mulheres têm mais propensão a apresentarem problemas relacionados à saúde bucal do que os homens. Um dos principais motivos são as alterações hormonais que elas sofrem ao longo da vida devido às questões reprodutivas que deixam a boca mais suscetível a diversos problemas.
De acordo com os estudos, durante toda a infância não há diferença na manutenção da saúde bucal de meninos e meninas. Mas, na adolescência, o cenário muda um pouco por conta das alterações hormonais sofridas por elas, tornando-as mais propensas a desenvolver a gengivite, por exemplo.
É importante deixar claro que o problema ocorrerá com as meninas que não fazem uma higienização adequada. Por isso, na adolescência, é preciso reforçar as orientações quanto a dietas altamente cariogênicas (que propiciam a cárie), evitando excesso de refrigerantes, o tabagismo, entre outros cuidados como o estresse.
Nessa etapa da vida muitas meninas começam a utilizar o anticoncepcional, apontado em alguns estudos como um agente nocivo para a saúde bucal.
No entanto, as recomendações são as mesmas, manter a higiene bucal adequada e as visitas regulares ao cirurgião-dentista que avaliará a presença e o desenvolvimento das doenças periodontais (gengivites e periodontites).
A gengivite em geral não dói, muitas mulheres só notam que têm o problema quando este já está em estado avançado. A melhor defesa é a cuidadosa higiene bucal diária com uma boa escovação e o uso de fio dental, além das consultas regulares ao dentista. Uma questão muito importante é saber que trata- se de uma infecção causada por bactérias que podem entrar na corrente sangüínea e tornar-se causa de outras complicações como:
Problemas Cardíacos: Indivíduos com gengivite correm um risco maior de ter problemas cardíacos e tem o dobro de possibilidade de sofrerem ataques fatais.
Derrame: Um estudo revelou a existência de uma relação causal entre infecções bucais e risco de derrame ou também conhecido como acidente vascular cerebral (AVC).
Diabetes: Os diabéticos são mais propensos a terem gengivite pois nestes indivíduos é mais difícil controlar o açúcar no sangue. A gengivite pode ser um fator de risco para o diabético, mesmo em indivíduos com açúcar controlado.
Problemas respiratórios: Bactérias que se desenvolvem na cavidade bucal podem chegar até os pulmões e causar doenças das vias respiratórias, tal como a pneumonia, especialmente em pessoas que têm gengivite.
Na gestação: As gestantes com gengivite podem estar mais propensas a partos prematuros ou terem bebês de menor peso ao nascer. A gengivite também pode aumentar o nível dos líquidos biológicos que estimulam o parto.
Cuidados específicos na gestação
Mulheres grávidas vivem diversas mudanças físicas, hormonais e emocionais durante a gestação. Essas alterações impactam a saúde bucal e, por isso, é necessário redobrar os cuidados. As gengivas ficam mais vascularizadas e sensíveis, podendo ocorrer a gengivite gravídica, que é o aparecimento de lesões.
Outro problema recorrente é a Xerostomia (Boca Seca) e por isso, algumas mulheres sentem enjôo e, então, não conseguem usar o creme dental na escovação, outras ainda reduzem a frequência da escovação ficando mais suscetíveis a diversos problemas, tornando um ciclo vicioso.
Alterações na menopausa podem ser mais intensas
Outro momento em que as alterações hormonais podem influenciar a saúde da boca é a menopausa. Nessa fase, os sintomas costumam ser mais acentuados para algumas mulheres o que reflete na cavidade oral.
Existem alguns problemas mais recorrentes nessa etapa como a xerostomia (boca seca). Essa secura na boca pode provocar mau hálito e também deixar a cavidade oral mais suscetível ao ataque de bactérias. Algumas mulheres ainda relatam a sensação de ardência nessa fase.
Para solucionar a xerostomia, após uma avaliação clínica, o cirurgião-dentista pode prescrever saliva artificial e outros produtos específicos como hidratantes bucais para minimizar o problema.
Mais uma vez vale destacar a correta e reforçada higienização bucal e consultas frequentes ao profissional da odontologia.
Dra. Marcela Santi
Coluna Saúde Bucal
Dentista formada na Universidade Estadual - UNESP , especialização em Ortodontia na São Leopoldo Mandic, Invisalign Top Doctor, Habilitação em Laser na USP, Residência em Toxina Botulínica, Sócia- fundadora da ABRAHOF. Contatos: marcelasanti@yahoo.com
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