O Novo Filme que Revela a História de Veuve Clicquot - Coluna Vinhos por Giovana Pardo Mêo
O Novo Filme que Revela a História de Veuve Clicquot
Está nos cinemas do Brasil o filme “A Viúva Clicquot – A Mulher que Formou um Império” (Widow Clicquot) que conta a história de Barbe-Nicole Ponsardin (interpretada por Haley Bennett), conhecida como Madame Clicquot. Ela foi uma mulher visionária que transformou um pequeno negócio familiar de vinhos em um império global de champanhe.
Na França do início do século XIX, um período marcado pela turbulência política e social pós-Revolução, o filme traz à tona os desafios que Madame Clicquot enfrentou após a morte de seu marido François Clicquot (Tom Sturridge). Viúva aos 27 anos e com uma filha ainda pequena, Madame Clicquot decidiu assumir o controle da empresa, mesmo com as dificuldades e sem formação formal, desafiando as normas de uma sociedade onde os papéis das mulheres eram limitados.
O romance transporta o público para a época da pós-Revolução Francesa, durante o período de Napoleão entre guerras e embargos de exportação. A determinação e o talento inovador de Madame Clicquot são os pontos centrais, mostrando como com dificuldade ela superou obstáculos econômicos e sociais para revolucionar a produção de champanhe. Sua força de vontade e obstinação também trouxeram inovações, como a criação de um champanhe rosé feito de mistura de vinhos e especialmente os métodos de remuage e dégorgement que servem para deixar o vinho espumante sem impurezas, foram fundamentais para solidificar o prestígio da marca Veuve Clicquot. Esses métodos são usados até hoje na produção de espumantes por todo o mundo. Além disso, ela contou com um eficiente agente de vendas, que possibilitou a exportação de seus vinhos, abrindo novas fronteiras e ganhando visibilidade mundial.
As críticas ao filme do diretor Thomas Napper têm sido positivas, com muitos elogios à atuação carismática da atriz principal, que captura a força e a complexidade de Madame Clicquot com maestria. A beleza visual do filme, refletida na recriação dos vinhedos franceses e as dificuldades em cada estação do ano, também foi amplamente apreciada. Alguns críticos apontaram que o ritmo da narrativa poderia ser um pouco mais ágil já que os flashbacks em certos momentos são confusos, e que a história não é tão fiel ao que se conhece já que foi bastante romantizada. Para os apaixonados por vinhos o filme não foca neste aspecto. Entretanto, o consenso é de que oferece uma experiência envolvente e inspiradora. A produção celebra uma história de perseverança e sucesso que continua a inspirar até os dias de hoje.
Com duração de uma hora e meia, o filme deixa o espectador com vontade de conhecer melhor a vida de Madame Clicquot e da tão renomada maison. Para quem busca histórias de empreendedorismo e inovação, a leitura do livro “A Viúva Clicquot”, no qual o filme foi inspirado, é um complemento perfeito, proporcionando uma compreensão mais profunda e preenchendo eventuais lacunas que o filme possa ter deixado.
Giovana Pardo Mêo
Formada em propaganda e marketing, trabalha também com alimentos e bebidas e aproveita para se dedicar ao vinho entre taças, cursos e viagens.
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