Raquel Baracat

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Cerveja é coisa de mulher! Coluna Entretenimento por Milena Baracat

Quem assiste aos comerciais de cerveja hoje em dia não diz que a bebida foi criada pelas mulheres, mas acredite, ela foi. E depois de conhecer a história fica mais evidente que está na hora dos fabricantes reverem suas campanhas publicitárias.

 

Segundo a historiadora de cerveja, Jane Peyton, na Suméria (na antiga Mesopotâmia) há cerca de 7.000 anos atrás, foram as mulheres as primeiras a desenvolver, vender e beber cerveja. Como eram elas quem colhia os grãos e cuidava do preparo da comida (os homens só caçavam) elas descobriram por acaso os segredos da fermentação e, consequentemente a cerveja.

Nesta época, a bebida era considerada um alimento por possuir nutrientes e ser a opção mais segura de consumo em meio às águas contaminadas.

Você pode achar que essa descoberta não é lá grande coisa, apesar de ser a bebida alcoólica mais consumida no mundo, mas saiba que alguns dos acontecimentos mais importantes na história da ciência, da tecnologia e da civilização se devem a cerveja. Com a ajuda do líquido fermentado, o homem deixou de ser nômade, escreveu as primeiras palavras de que se tem registro, ergueu impressionantes monumentos arquitetônicos e salvou milhões de vidas numa época em que a água, por ser muito impura, podia matar ou causar doenças.

Um brinde à mulherada!


Confira alguns dos grandes avanços que a humanidade deve à cerveja:

- Revolução Agrícola: a cerveja teve papel decisivo no assentamento da primeira civilização. Entre 9000 a.C e 7000 a.C, nômades sumérios começaram a plantar cevada de maneira regular na região da Mesopotâmia. Este processo está diretamente relacionado ao surgimento das primeiras comunidades que deram origem às primeiras civilizações nos séculos posteriores.

-Escrita: nasceu há mais de cinco mil anos, quando os sumérios começaram a gravar pictogramas em barro molhado com o objetivo de codificar transações comerciais e anotar receitas de cerveja. São mais de 160 símbolos da escrita cuneiforme que estão diretamente ligados à bebida fermentada.


- Pirâmides: cerca de 4 litros de cerveja por dia de trabalho era o que os faraós pagavam aos operários para a construção das pirâmides. Em uma estimativa aproximada, a grande pirâmide de Gizé, uma das sete maravilhas do mundo, consumiu cerca de 876 milhões de litros da bebida.

- Idade das Trevas: no período medieval, a cerveja era utilizada como alternativa à água, que nem sempre era potável e causava uma série de doenças, como a cólera. Mesmo quando feita com água poluída, a cerveja era uma fonte mais segura de nutrição por conta da fervura e fermentação.

-Novo Mundo: há pouco mais de cinco séculos, quando conquistar a América ainda era um sonho para os europeus, manter embarcações abastecidas durante as viagens era um grande problema. Muitos suprimentos estragavam nas primeiras semanas, inclusive a água. Para contornar o problema, os navegadores levavam muitos galões de cerveja por ser esterilizada e conter conservantes naturais.

-Pasteurização: o processo de pasteurização foi identificado pelo microbiólogo francês Louis Pasteur, quando trabalhava como consultor para cervejarias. Ao analisar as células de levedura na bebida, ele notou a presença de microorganismos até então desconhecidos: as bactérias. Além de provar que eram elas que prejudicavam o sabor da bebida, ele levantou a questão de que as pessoas poderiam adoecer se entrassem em contato com esses microorganismos invisíveis a olho nu. Só depois disso os médicos começaram a lavar as mãos!

 

FONTE: Google. Fotos /Reprodução

Milena Baracat

Coluna Entretenimento

Formada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). 

Atualmente atua com profissionais  no desenvolvimento, tratamento de acervos, informatização e tecnologia da informação aplicada para bibliotecas particulares e privadas.