Deepfake é uma técnica que faz uso da inteligência artificial (IA) para inserir rostos reais em cenas falsas, com a finalidade de criar um vídeo com alguém fazendo algo que não fez.

Na imagem acima, David Beckham pôde falar em nove idiomas diferentes através do uso da tecnologia deepfake na campanha de conscientização da malária. Apesar do uso positivo da tecnologia no apelo à caridade, os deepfakes, em sua maioria, estão sendo usados para cometer fraudes, minar oponentes políticos ou prejudicar a reputação de alguém.

Um caso negativo que ficou muito famoso e acabou popularizando essa técnica - aconteceu em 2017, quando foi publicado no site Reddit, um filme pornô com o rosto da atriz forjado pelo da Gal Gadot, a Mulher Maravilha. Conteúdos pornográficos, aliás, correspondem por 96% de todos os vídeos com deepfake que circulam na Internet.

(Foto Reprodução: acima: Gal Gadot. Abaixo: atriz pornô e a imagem modificada de Gal Gadot)

A manipulação de rostos de pessoas famosas chegou também aos políticos mais conhecidos em todo o mundo, como o ex-presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que apareceu xingando o atual, Donald Trump, em um dos vários vídeos feitos com sua imagem.

E esse vídeo do ator Alec Baldwin? É quase um Trump!

São dois principais tipos de deepfake nos vídeos que circulam na web:

Faceswap: mais comum e predominante em vídeos pornográficos. Ele substitui o rosto de alguém por outro, geralmente de uma pessoa famosa.

Lipsync: mais usado em vídeos de sátira e não envolve a troca do rosto, mas interfere na maneira em que a boca do sujeito se move para fazer parecer que diz algo diferente do que no vídeo original.

Um tipo de deepfake durou pouco tempo online, o DeepNude, cuja premissa era despir as mulheres. A diferença para o faceswap é que, em vez de transplantar o rosto para outra pessoa, o corpo da própria vítima era alterado pelo software. No post que explica a decisão do app ser encerrado, diz que a probabilidade de a ferramenta ser mal utilizada "é demasiada alta".

Óbvio!!!!



(Imagem da atriz Isis Valverde: à esquerda, um original; à direita, um "nude falso" criado pelo app DeepNude. Tarjas adicionadas em edição nossa.)

A DeepNude deixou de estar à venda e mais nenhuma versão será lançada. A equipe deixou também um aviso àqueles que tentarem partilhar o software online, uma vez que a ação vai contra as políticas de utilização dele, no entanto, a empresa é realista e diz saber que "algumas cópias vão certamente circular".

Infelizmente, uma se encerra, mas outras são desenvolvidas para o mau uso.

(Imagens Reprodução Google da Revista Veja out / 19)

As deepsfakes são o próximo passo das manipulações virtuais, portanto é necessário ligar o “alerta vermelho” para as criações digitais que de tão convincentes podem causar danos seríssimos e prejudicar a vida de uma pessoa, seja ela famosa ou anônima.

É o rosto de um inserido no corpo de outro. Vídeos falsos com imagens que conseguem se passar como verdadeiras e sem o consentimento do indivíduo em questão. Como lidar?

Bem-vindo ao novo e perigoso nível das fakes news.

Fonte: Veja / Canal Tech / Tech Tudo

Foto Reprodução: Google / Veja.

Milena Baracat

Coluna Entretenimento

Formada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Atualmente presta assessoria ao Site Raquel Baracat.