Consciência Negra - Coluna Arte/Fotografia e Design por Mônica Fraga
No dia 20 de novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra. Ele representa a luta DIÁRIA dos negros contra a discriminação racial e a desigualdade social.
Essa data foi escolhida por ter sido o dia da morte do líder negro Zumbi dos Palmares, em 1695, que lutou contra a escravidão no Pernambuco.
Eu visitei em Pirenópolis, Goiás, um casarão da época da escravidão, e fiquei horrorizada com o local onde os negros viveram. Era escuro, úmido, com pé direito muito baixo, um ambiente insalubre... Fiquei imaginando quanto sofrimento existiu naquele lugar! Uma crueldade sem fim e que perdura até os dias atuais, visto o assassinato brutal e covarde ocorrido em Porto Alegre.
A discriminação, infelizmente, ainda existe, e a luta continua, mas muitos estão conquistando seu lugar e no meio cultural temos grandes representantes, tanto na música, na dança, na dramaturgia, nas artes, etc.
É grande a importância dos negros para a formação social, histórica e cultural de nosso país.
Hoje quero falar de dois artistas negros que conheci recentemente e que tem um trabalho incrível. A primeira, Howardena Pindell, pintora americana. Seu trabalho é frequentemente político, abordando questões sobre o racismo, feminismo, escravidão e exploração. As obras, que muitas vezes mostram uma densidade de círculos cortados e pintados como confetes referem-se à experiência de segregação infantil dela. Na década de 1950, ela notou que seu copo em uma cervejaria foi pintado com um ponto vermelho para indicar "apenas para cor", o que a deixou obcecada pelo círculo, usando-o de uma maneira positiva em vez de negativa, como ela mesmo diz!
O outro artista brilhante é o cubano Wifredo Lam, que foi aprofundar seus estudos em Arte na Espanha em 1923. Casou-se em 1929 e dois anos depois sua esposa e filho morreram de tuberculose, o que causou muito sofrimento. Em seguida ele foi para Paris e teve contato com Picasso, que o incentivou a assumir o seu estilo e se apropriar das suas origens. Quando retornou à Cuba, quase vinte anos depois, ele pintou a sua obra mais notável, que faz parte do acervo do MOMA: a Selva!
Para finalizar faço minhas as palavras de Mandela:
“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, elas podem ser ensinadas a amar.”
Nelson Mandela
Mônica Fraga
Arte, Fotografia & Design
Designer de Interiores pela Arquitec., Fotógrafa pelo Senac São Paulo. Curso de História da Arte com o crítico de Arte Rodrigo Naves, Curso de História da Arte Brasileira e Modernismo ao Contemporâneo no MASP, Curso sobre as Mulheres na Arte, no Adelina Instituto e Arte que Acontece, em São Paulo. Instragram: @monicafraga Email: monicabmfraga@gmail.com Twitter: @monicafraga27