Morro de medo de filme de terror, mas aí penso “tudo bem, isso não existe... é pura ficção”.
Só que no final do longa aparecem os dizeres: BASEADO EM FATOS REAIS.
Daí, não tem jeito, é pesadelo na certa!
Confira alguns deles:
FILME: Invocação do Mal (2013)
Ed e Lorraine Warren (interpretados por Patrick Wilson e Vera Farmiga) são investigadores paranormais contratados pela família Perron, para ajudá-los contra uma presença maligna de uma bruxa do século XIX que amaldiçoou qualquer família que resolvesse morar no local. Sem dúvida é o longa mais eficiente de terror de 2013.
FATO REAL:
Carolyn e Roger Perron e suas cinco filhas (Cindy, Christine, Nancy, April e a mais velha, Andrea- que descreve a experiência que viveram em três livros) passaram dez anos no local, em meio às visões, barulhos inexplicáveis e objetos que se moviam sozinhos. Contataram, então, o famoso casal paranormal Ed e Lorraine Warren para ajudá-los.
De acordo com a família, havia algo de natureza demoníaca naquela casa e os acontecimentos foram lentos, iniciados com as feridas e espasmos no corpo de Carolyn, que segundo Ed, era a “bruxa” Bathsheba que poderia estar “enfiando agulhas” em Carolyn como fez com a criança que levou à morte.
Hã? Como, assim? Eu explico:
De acordo com pesquisas reais, Bathsheba (que possui parentesco direto com Mary Towne Eastey acusada de bruxaria e enforcada em Salem) nasceu em Rhode Island mesmo, em 1812, e se casou com Judson Sherman em Thompson, Connecticut, em 10 de março de 1844. Eles tiveram um filho, Herbert L. Sherman, quando Bathsheba tinha 37 anos, em março de 1849.
Há informações que uma criança teria morrido sob seus cuidados, não especificando se seria realmente seu filho. O que causou a morte da criança foi um ferimento na cabeça, devido à perfuração de uma imensa agulha (aquela agulha que o paranormal Ed diz ter sentido em Carolyn). Os moradores da região disseram que ela teria oferecido a morte à Satã.
Oito gerações de família residiram na casa, mas a influência negativa de Bathsheba fez com que a morada ficasse assombrada. Segundo Andrea Perron, as desgraças no local incluem dois suicídios documentados, mortes por envenenamento, o estupro e assassinato de uma garota de onze anos, dois afogamentos e a hipotermia de quatro homens.
Um padre do Vaticano foi até a casa e, de acordo com Perron, andou pela casa, parando em cada cômodo e murmurando suas orações. Quando saiu, o homem disse: "Sinto muito Sra. Perron. Esta casa não pode ser limpa".
Andrea diz em seu livro, que depois que sua família se mudou do local, outras famílias experimentaram fatos estranhos na casa. “O homem que se mudou para iniciar a restauração da casa assim que a vendemos, saiu gritando sem o seu carro, sem suas ferramentas, sem sua roupa. Ele nunca mais retornou à casa.”
Os atuais donos foram entrevistados pela autora, e contam que tiveram menos influências sobrenaturais, mas relataram batidas na porta, sons de pessoas conversando, a cadeira do porão vibrando e uma luz estranha cruzando o quarto.
FILME: Terror em Amityville ( 1979)
Baseado no livro que relata a história da família Lutz, que sofreu com fenômenos inexplicáveis ao se mudar para uma casa onde pessoas haviam sido brutalmente assassinadas.
FATO REAL:
Em 1965 a família Defoe comprou uma bela e grande casa na Avenida Ocean, número 112.
Ronald “Butch” Júnior era o mais velho de cinco irmãos e também o mais problemático, pois tinha envolvimento com drogas e às vezes cometia pequenos furtos para sustentar seu vício. Por esse mau comportamento, as brigas entre ele e seu pai (Sr. Ronald DeFeo) eram comuns.
No dia 13 de Novembro de 74, Ronald, por um motivo desconhecido, resolveu matar todos os membros de sua família. Ele pegou uma carabina e atirou duas vezes contra seus pais. Logo em seguida foi ao quarto de cada um dos seus irmãos e disparou contra eles também. Para finalizar assassinou as outras duas irmãs. Tudo isso foi feito enquanto todos dormiam e por algum motivo estranho ninguém acordou com os disparos. Outro fato interessante é que todos forram colocados de bruços antes de serem atingidos.
Apesar do crime, a casa foi vendida logo após o acontecido, em dezembro de 1975, para a família Lutz, que era composta por George e Kathleen, além de seus três filhos.
Os Lutz diziam não estarem incomodados com o que ocorreu na casa, mas logo que começaram a viver lá levaram um padre para benzer a residência. Durante a benção, o padre afirma ter ouvido uma voz, que dizia para irem embora, porém ele não relatou isso à família inicialmente, apenas recomendou que eles não usassem o quarto onde o fenômeno havia ocorrido.
Mesmo com a benção, a família não conseguiu viver e abandonou a residência apenas 28 dias após terem entrado nela, pois muitas coisas estranhas atormentavam a todos, como gritos, som de tiros e aparições de fantasmas.
Vários paranormais iniciaram suas investigações no local e diversos fenômenos sobrenaturais foram documentados. O acontecimento mais famoso foi registrado em foto, onde se pode ver claramente uma criança espiando o fotógrafo de um dos quartos.
Todos os mistérios que envolvem esse crime jamais foram respondidos e só se sabe que algo realmente bizarro aconteceu nesta casa estranha, tornando-a um dos lugares mais misteriosos do mundo.
FILME: O Exorcismo de Emily Rose (2005)
Emily Rose (Jennifer Carpenter) é uma jovem que deixou sua casa em uma região rural para cursar a faculdade. Um dia, sozinha em seu quarto no alojamento, ela tem uma alucinação assustadora, perdendo a consciência logo em seguida. Como seus surtos ficam cada vez mais frequentes, Emily, que é católica praticante, aceita ser submetida a uma sessão de exorcismo. Quem realiza a sessão é o sacerdote de sua paróquia, o padre Richard Moore (Tom Wilkinson). Porém Emily morre durante o exorcismo, o que faz com que o padre seja acusado de assassinato. Erin Bruner (Laura Linney), uma advogada famosa, aceita pegar a defesa do padre Moore em troca da garantia de sociedade em uma banca de advocacia. À medida que o processo transcorre o cinismo e o ateísmo de Erin são desafiados pela fé do padre Moore e também pelos eventos inexplicáveis em torno do caso.
FATO REAL:
O filme foi inspirado na história da alemã Anneliese Michel, que era muito religiosa e levava uma vida normal, mas em 1968 começou a tremer e se deu conta de que não tinha controle sobre seu próprio corpo. Um neurologista da Clínica Psiquiátrica de Wurzburg, Alemanha a diagnosticou com epilepsia.
Em 1970 começou a ver imagens diabólicas durante suas orações diárias. Insultava, batia e mordia os outros membros da família. Dormia no piso gelado, comia aranhas, moscas e carvão, bebia sua própria urina. Gritava por horas enquanto quebrava os crucifixos que encontrava pela frente, destruía pinturas com a imagem de Jesus. Até que iniciou atos de automutilação, a andar nua pela casa e defecar no lugar onde estivesse.
Em 1975, o Bispo de Wurzburg, Josef Stangl, ordenou ao Padre Arnold Renz e ao Pastor Ernst Alt a praticar exorcismo baseado no "Rituale Romanum" com Anneliese. Ela devia ser salva de vários demônios, incluindo Lúcifer, Judas Iscariotes, Nero, Caim, Hitler e Fleischmann, um curandeiro do Século XVI, e algumas outras almas atormentadas que se manifestavam através dela.
Faleceu durante um dos 40 ritos de exorcismo, em 30 de junho de 1976, quando já sofria de pneumonia.
Promotores do caso levaram mais de dois anos para conseguir a acusação dos exorcistas de homicídio por negligência. O "Caso Klingenberg" devia ser decidido sobre duas perguntas: O que causou a morte de Anneliese Michel e quem era o responsável?
Os pais de Anneliese assim como os exorcistas foram considerados culpados de assassinato por negligência e de omissão de primeiros socorros. Foram sentenciados a seis meses de prisão que nunca cumpriram com liberdade condicional impetrada. O veredicto incluía a opinião da corte de que os acusados ao invés de propiciar o tratamento médico que a garota precisava, decidiram por práticas supersticiosas que agravou a já crítica condição de Anneliese.
Os exorcistas tentaram provar a presença de demônios mostrando as gravações dos estranhos diálogos, quando demônios discutiam qual deles iria deixar o corpo de Anneliese primeiro. Um deles, que chamava a si mesmo de Hitler falava com sotaque carregado, já que Hitler era austríaco. (Pra quem tem estômago forte o vídeo está no Youtube. Boa sorte!).
Bem mais tarde, uma comissão da Conferência Episcopal Alemã declarou que Anneliese Michel realmente não estava possuída.
Milena Baracat é formada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas).
Atualmente atua com profissionais no desenvolvimento, tratamento de acervos, informatização e tecnologia da informação aplicada para bibliotecas particulares e privadas.