“Pares e subordinados têm mais poder de alavancar sua carreira do que chefes”
Esta semana fiz uma conta que nunca tinha feito. Busquei na memória as pessoas que, ao longo da minha carreira e das oito mudanças de empresas, me indicaram para as vagas que acabei ocupando. Não foi com surpresa que me dei conta de que 80% das pessoas que me geraram estas oportunidades de crescimento tinham sido meus “pares”. Quando digo “pares”, refiro-me a pessoas que estavam no mesmo estágio de carreira que eu. Um, tinha sido colega de classe no meu segundo MBA e me indicou para uma vaga dois anos após o final do curso. Outro, tinha trabalhado comigo em uma empresa (no mesmo nível que eu) e, ao se mudar para outra, indicou meu nome. E assim, por maioria absoluta de indicação de pares, fui trilhando o meu caminho profissional, sempre para cima.
Não parei para fazer esta conta por acaso. Tenho defendido há anos, quando estou dando aula de planejamento de carreira, que precisamos ser muito mais eficazes nos relacionamentos com nossos pares e subordinados do que com nossos chefes ou ex-chefes. Ainda existe na cabeça de muitos uma visão equivocada de que as pessoas crescem na carreira devido a apoios que vêm de cima. Eu acredito exatamente no contrário. De todas as pesquisas e entrevistas que já fiz com grandes líderes, executivos e empresários, ouvi relatos que me fazem concluir que as pessoas são muito mais empurradas para cima do que puxadas. Pare um pouco e pense no assunto. Quem você acha que tem mais potencial de lhe ajudar no futuro? Seu chefe atual ou seus pares e subordinados? Se você acredita na primeira opção, está na hora de jogar esta “verdade” no lixo. Pode até ser que seu chefe possa lhe puxar um degrau acima na hierarquia da empresa, mas os seus pares de hoje são pessoas que estarão no mercado por mais tempo e, provavelmente, em melhores condições de lhe gerar oportunidades. Além disso, você tem muito mais pares e subordinados do que chefes, não acha? Contabilize e veja. De todas as pessoas com quem você já trabalhou, quantas estavam no mesmo nível que você ou abaixo? A maioria. É uma questão matemática. É só fazer a conta. Não se iluda.
Uma recrutadora experiente que conheci (Head Hunter) e que só trabalhava com vagas de primeiro e segundo nível nas empresas, me disse uma vez que sempre que possível, gostava de conhecer executivos no seu local de trabalho. Quando perguntei o porquê, ela me disse que assim poderia analisar a postura desta pessoa perante seus pares e subordinados. E também me disse que, sempre que conseguia, queria levantar informações e opiniões vindas destes dois níveis. Segundo ela, não há ninguém melhor para indicar pessoas do que pares e subordinados. Um profissional mostra o seu potencial de liderança com estes níveis e não o oposto.
Pois bem, este é o ponto de hoje. Reflita e mude radicalmente o olhar que tem para os seus pares e subordinados. Pois são eles que vão, no futuro, falar de você (para o bem ou para o mal), apresentar e indicar você para a imensa maioria das oportunidades que estão por vir. Nunca duvide disso.
Se a sua pergunta agora é “Como faço com que os meus pares e subordinados de hoje me ajudem a alavancar a minha carreira no futuro?“, me envie um email e eu respondo com uma série completa que escrevi sobre “Redes de contato – Network”. São sete artigos com as regras de A a Z sobre como montar e desenvolver uma rede de contatos profissional.
É isso. Cuide bem dos seus relacionamentos. Este é sempre um excelente investimento, afinal estas pessoas serão a sua maior fonte de oportunidades no futuro e, ainda, podem lhe gerar grandes amizades. Até o próximo!
Marcelo Veras
Diretor Acadêmico na Inova Business School. Vice Presidente de Trainning & Education da AYR Worldwide - Consultoria de Inovação. Professor deEstratégia e Planejamento de Carreira em cursos de MBA Executivos.Contatos: marcelo.veras@unitaeducacional.com.br.
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