Doze anos depois, Vado volta aos palcos de Campinas na Semana da Abolição com a peça “O Navio Negreiro”

Apresentação única aberta ao público será neste sábado, 17 de maio, às 20h, no Teatro do Centro Kennedy.


Após comemorar recorde no Guinness, com mais de 43 anos em cartaz, o teatrólogo Benedito Irivaldo Vado de Souza, conhecido simplesmente como Vado, volta aos palcos de Campinas com a peça “O Navio Negreiro” neste sábado, 17 de maio, às 20h, no teatro do Centro Kennedy. A apresentação, que faz parte da comemoração da Semana da Abolição da Escravatura, é aberta ao público e os ingressos podem ser adquiridos no próprio teatro pelo valor de R$20 (ingresso antecipado ou estudante) e R$40 (inteira).


Nascido em Mogi Guaçu e considerado cidadão campineiro – mudou-se para Campinas aos 2 anos de idade, Vado comemora a volta à cidade. “Percorri, nestes 43 anos, mais de 40 países. É muito bom voltar para casa e rever os amigos. Sentia muita falta da minha terra”, alegra-se o interprete que, aos 66 anos de idade, faz planos para as próximas turnês, além do lançamento de um livro ilustrado sobre o Navio Negreiro em três línguas: português, inglês e espanhol.


A produção da peça garantiu a Vado o título de "carreira mais longa como diretor de teatro de uma mesma produção” no Guinness World Records, em 2012. Já são mais de 10 mil apresentações.


Baseado no poema homônimo de Castro Alves, o espetáculo fala da necessidade de amar o outro e faz até críticas ao uso de entorpecentes, com mensagens dirigidas ao público estudantil. O monólogo contém 16 personagens, todos interpretados por Vado, que ainda é responsável pela direção, adaptação e produção do espetáculo.


A estreia aconteceu em 1971 quando Vado, então com 23 anos, fez a sua primeira apresentação no palco. Na luta contra o preconceito, ele abandonou a carreira de jogador de futebol para estudar Artes Cênicas nos Estados Unidos.


Nos anos 80, Vado chegou a fazer quatro apresentações por dia. Quando a peça chegou aos 30 anos de cartaz, após ter sido montada em inglês e espanhol, Vado resolveu tentar o recorde do Guinness, que foi conquistado dez anos mais tarde.


E ele não se atormenta com a rotina de tanto tempo à frente do mesmo enredo: ”Cada apresentação é uma novidade para mim. Crio, aprendo, interajo. É gostoso levar a cultura do navio negreiro ao conhecimento do público. Ele é nosso. Temos que nos orgulhar disto”, finaliza Vado.