Sempre tive vontade de conhecer outras culturas e países. Entre 2006 e 2008 morei em Dublin, na Irlanda, onde fui estudar inglês. Até então, tinha conhecimento básico do idioma, mas muita vontade de aprender e viver uma nova experiência. Eu nada conhecia sobre a Irlanda e essa foi uma das razões para escolher aquele país isolado, numa ilha, com fortes influências celtas.
Hoje vou falar sobre a capital da Irlanda, Dublin, que na língua gaélica é chamada oficialmente de Baile Átha Cliath. A cidade foi fundada pelos Vikings, que a dominaram até 1170. Antiga colônia britânica, o país foi emancipado em 1922 e hoje é uma república independente. Já a vizinha Irlanda do Norte (Belfast), continua a fazer parte do Reino Unido. Outra moeda, outro governo...
Cerca de 30% da população da Irlanda vive em Dublin, centro cultural e financeiro do país. Bandas como U2, Thin Lizzy e escritores renomados como James Joyce, Samuel Beckett e George Bernard Shaw são alguns dos famosos locais; sem esquecer o pintor Francis Bacon, o dramaturgo e poeta Oscar Wilde, entre outros. Lembra do IRA (Irish Republican Army)?
Com estudantes de várias partes do mundo, Dublin tem vida noturna intensa, com inúmeros pubs e suas fachadas características. Muito rock, música tradicional irlandesa, cena underground, um pouco de tudo. Durante uma balada, você escuta diversos idiomas, um caldeirão cosmopolita. Ruas medievais e castelos, ao lado de um sistema de trem urbano eficiente e moderno, chamado Luas (que significa “speed” em gaélico).
Povo atencioso e receptivo, sempre pronto para um bate papo ou para beber uma pint (copo de 500 ml) de Guinness, uma cerveja encorpada e escura, chamada pelos locais de “black stuff”. Claro que a cerveja não é servida “trincando”, super gelada, como acontece no Brasil. Existe todo um processo para servir a pint perfeita. Você pode aprender e conhecer sua história durante uma visita à fábrica de Arthur Guinness.
Outra curiosidade diz respeito a uma bebida destilada apreciada em todo o mundo. Enquanto os escoceses adotaram o nome whisky, os irlandeses acrescentaram a letra “e”, uma referência ao antigo nome do país (Eire), escrevendo whiskey - justamente para informar o local de produção e sua superioridade. Existe uma rivalidade sobre quem teria inventado a bebida, mas a origem etmológica vem da palavra gaélica “usquebaugh”, que significa “Water of Life”.
O rio Liffey corta literalmente a cidade, separando a parte norte (bairros ímpares) e a parte sul (bairros pares). Uma das características mais marcantes de Dublin é sua arquitetura georgiana (1714-1830). Prédios baixos, de tijolo ou pedra, contrastando com as portas coloridas de madeira.
Uma capital compacta, cheia de vida e história, com galerias, museus, artistas de rua, gente apressada e imigrantes em busca de uma vida melhor. Alguns pontos que valem uma visita são: Stephens Green Park, Grafton Street, Trinity College, Temple Bar, Merrion Square, Docklands e Kilmainham Jail. Cidades vizinhas como Malahide e Howth (a beira mar) são passeios interessantes a partir da estação de trem.
Fernando Fragoso
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Fernando Fragoso estudou jornalismo na PUC-Campinas, trabalhou como repórter fotográfico e editor de site. Especializado em esportes e viagens, no curriculo são mais de 100 competições e 22 países visitados. Atualmente, tem se dedicado aos desenhos e ilustrações, além de dar aulas de inglês no Cambuí.
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