No mês da Copa no Brasil, a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas (OSMC) homenageia três renomados compositores brasileiros: Laércio de Freitas, de Campinas, Radamés Gnatalli, de Porto Alegre e Alberto Nepomuceno, de Fortaleza, nas apresentações de 7 e 8 de junho, no Teatro Municipal José de Castro Mendes. Dando boas vindas aos jogos mundiais no Brasil, a programação da Temporada Oficial da OSMC traz, nos dois dias, a brasilidade da música sinfônica e também visita um pouco da música campineira e os sons urbanos do Rio de Janeiro. Os concertos terão como convidados uma formação de sexteto, composta pelo Grupo "Quatro a Zero", especialistas no gênero legitimamente brasileiro, o chorinho, acompanhados de Guilherme Ribeiro, ao acordeão e Rafael dos Santos, ao piano, regidos pelo maestro Victor Hugo Toro, no "Concerto Carioca N° 3".
Como a Orquestra Sinfônica de Campinas aderiu à Campanha do Agasalho, nos concertos dos dias 7 e 8 de junho quem doar um agasalho em bom estado ganha um ingresso para assistir à apresentação. A troca ocorrerá uma hora antes do início dos concertos, que estão agendados às 20 horas no sábado e 11 horas no domingo.
O programa abre com a música local, com a obra do compositor campineiro Laércio de Freitas, "Bosque dos Jequitibás", um painel ecológico-musical que escreveu para homenagear o parque campineiro, situado no bairro onde nasceu. Trata-se, portanto, de uma coletânea musical de impressões que ficaram gravadas na memória do músico, que agora ele traz a público revelando musicalmente seu sentimento de preservação ecológica. Laércio de Freitas iniciou seus estudos de piano no Conservatório Carlos Gomes, onde se formou em 1957. A partir daí desenvolveu sólida carreira como pianista e arranjador. Trabalhou com importantes nomes da música brasileira como Maria Bethânia, Ângela Maria, Marcos Valle, Wilson Simonal, Nancy Wilson, The Supremes, Clara Nunes, Ivan Lins, César Costa Filho, Emílio Santiago, Quarteto em Cy,Martinho da Vila, entre outros. A partir de 1966 se apresentou em diversos países da Europa, Ásia e México. Passou a integrar o Tamba 4, originalmente Tamba Trio, substituindo o pianista Luiz Eça.
Seguindo a programação, a orquestra visita a sonoridade do Rio de Janeiro e apresenta O Concerto Carioca nº 3, que foi escrito em 1971, pelo compositor Radamés Gnatalli. A obra tem três movimentos e um intermezzo, sendo que cada um eles tem um ritmo urbano carioca: 1 - Marcha, 2 - Samba canção, Intermezzo em tempo de Samba, 3 - Batucada. Os ritmos característicos aparecem tanto na parte do sexteto solista como na orquestra. Gnatalli transitou sem cerimônia entre música popular e erudita. Trabalhou como maestro e arranjador na TV Excelsior de 1963 a 1967 e a partir daí até o ano de 1986 na TV Globo, quando criou, entre outras, a música incidental da novela Roque Santeiro. Foi diretor da Orquestra da Rádio Nacional nos áureos tempos da emissora, onde se destacou no programa Um milhão de melodias, para o qual chegava a criar até nove arranjos por dia. Sua produção musical é enorme e calcula-se que tenha escrito mais de seis mil arranjos, estabelecendo um novo patamar de qualidade no que se refere à execução de música popular.
Fecha o programa, Sinfonia em Sol Menor, composta em 1893, considerada a mais importante obra sinfônica de Alberto Nepomuceno e a primeira composição do gênero no Brasil. Segundo apontou o compositor Rodolfo Coelho de Souza, autor de recente e minuciosa revisão desta obra, o tratamento que Nepomuceno dá à sua única sinfonia, é "mais sóbrio" do que seria se tivesse o apelo nacionalista que muitos desejaram agregar a ela. Nepomuceno, após estudar no Rio de Janeiro, realizou estudos na Europa e teve contato bastante próximo com o compositor norueguês Edvard Grieg, um dos expoentes da música de tendência nacionalista. Isso despertou em Nepomuceno o interesse pela utilização de elementos brasileiros como fonte para a composição musical. Quando retornou ao Brasil, empreendeu uma campanha pela nacionalização da música erudita e em 1895 apresentou no Rio de Janeiro um concerto de canções em português, quando entrou em acirrada polêmica com o crítico conservador Oscar Guanabarino, que defendia o canto em italiano. Em 1897 apresenta a Série Brasileira, marco do nacionalismo musical brasileiro.
Sobre Guilherme Ribeiro (acordeon) - Pianista, tecladista, acordeonista e compositor natural de Santos-SP, formado em música pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP. Atuou ao lado de Paulo Moura, Raul de Souza, Maurício Einhorn, Jamil Maluf/OER (Orquestra Experimental de Repertório), Isaac Karabtchevsky/OSESP (Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo), Vanessa da Mata, Fabiana Cozza, Dominguinhos, João Donato, Mariana Aydar, Céu, Luiz Tatit e Tom Zé, dentre outros.
Participou de festivais internacionais como Montreal Jazz Festival-Canadá, NorthSea Jazz Festival-Holanda, JVC Jazz Festival-França, Sfinks-Bélgica, Coachella-EUA, South Africa Association for Jazz Education e Arcevia Jazz Feast-Itália.
Em 2010, lançou o cd "Calmaria", trabalho autoral onde condensa em suas composições parte de sua influência musical. Em 2012, lançou ao lado do intérprete Mateus Sartori, o cd Que Se Deseja Rever, em homenagem ao centenário do compositor Luiz Gonzaga. Em parceria com o guitarrista e compositor italiano Roberto Zechini lançou na Europa em 2013 o cd A Deep Surface.
Sobre Rafael dos Santos (piano)- Pianista, arranjador, compositor e regente, desenvolve uma intensa atividade como músico popular, paralelamente à de pesquisador e professor universitário. É professor do Departamento de Música da UNICAMP há mais de 30 anos, e foi um dos fundadores do Curso de Música Popular, no qual ensina até hoje. Formou-se e lecionou na Fundação das Artes de São Caetano do Sul, São Paulo, e posteriormente estudou e tocou por vários anos em Londres e nos Estados Unidos .Tocou com alguns dos grandes nomes da música instrumental brasileira, entre eles Paulo Moura, Nivaldo Ornelas, Roberto Sion, Roberto Menescal e Paulo Sérgio Santos.
Sobre o grupo Quatro a Zero - O Quatro a Zero apresenta o mais novo desdobramento de um gênero musical que já acumula mais de 150 anos de história no Brasil: o Choro. O grupo propõe uma nova perspectiva dentro deste estilo, em que um profundo embasamento na tradição se associa à liberdade na utilização de elementos de outros universos musicais, do jazz à música erudita, do samba às músicas latino-americanas. O grupo expande as fronteiras do gênero ao propor uma formação instrumental inovadora neste contexto (guitarra elétrica, piano, baixo elétrico e bateria) e com o uso intensivo que faz da improvisação.
Nos seus 13 anos de história e lançou 3 elogiados CDs. Conquistou em 2004, o 2º lugar no 7º Prêmio VISA de Música Brasileira. Em 2006 o grupo passou por uma fase de imersão na música de Radamés Gnattali, definitiva inspiração para o grupo. Em seguida envolveu-se numa profunda pesquisa a respeito do choro do interior do estado de São Paulo - "Memórias do Choro Paulista".
Temporada 2014 da OSMC - Os próximos concertos oficiais da temporada da OSMC serão nos dias 5 e 6 de julho, 9 e 10 de agosto, 23 e 24 de agosto, 18 e 19 de outubro, 8 e 9 de novembro, 22 e 23 de novembro e 13 e 14 de dezembro, no Teatro Municipal José de Castro Mendes, em Campinas. A Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas é mantida pela Prefeitura de Campinas, por meio da Secretaria Municipal de Cultura. O regente titular e diretor artístico é o maestro Victor Hugo Toro. A assessoria cultural da Temporada 2014 é da Direção Cultura Produções, produtora especializada em projetos patrocinados via leis de incentivo fiscal, com patrocínio da Unimed Campinas e EMS Pharma e apoio da Lei de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), do Ministério da Cultura, que permite a destinação do imposto de renda para projetos culturais.
Sobre a Direção Cultura
A produtora cultural localizada em Campinas (SP) se dedica à idealização e execução de soluções culturais por meio da apresentação e gestão de projetos aprovados nas leis de incentivo fiscal. Tem o objetivo de expandir o mercado cultural como agente transformador da sociedade, tornando-se referência nacional e internacional. Mais informações:www.direcaocultura.com.br.
Programa Sinfônico 5 - Temporada Oficial 2014
LAÉRCIO DE FREITAS (1941)
"Bosque dos Jequitibás" (estreia)
O Amanhecer
O Portal
A Alameda
A Flora
A Fauna
O Bosque
O Jequitibá
Finale
RADAMÉS GNATTALI (1906 - 1988)
Concerto Carioca N° 3 (estreia)
Marcha
Samba-Canção
Intermezzo
Batucada
Intervalo
ALBERTO NEPOMUCENO (1864 - 1920)
Sinfonia em sol menor (1893)
Allegro
Andante quase adagio
Presto Vivace. Intermezzo - Andante agitato
Con fuoco
SERVIÇO:
Concerto Oficial - Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas
Local: Teatro Municipal José de Castro Mendes. Praça Corrêa de Lemos, s/nº Vila Industrial. Telefone: (19) 3272-9359
Data: 7 e 8 de junho de 2014
Horários: sábado, 20h; domingo, 11h
Ingressos: R$ 25,00 (inteira), R$ 12,50 (estudantes, aposentados e maiores de 60 anos), R$ 8,30 (professores das redes municipal e estadual de ensino e pessoas com deficiência e mobilidade reduzida) e R$ 4,10 (estudantes da rede municipal e estadual de ensino)
Informações: (19) 3272-9359 (bilheteria, terça-feira a domingo, das 16h às 21h)
Patrocínio: Unimed Campinas e EMS Pharma
Apoio: Ministério da Cultura - Lei de Incentivo à Cultura
Assessoria Cultural: Direção Cultura Produções
Confraria da Informação - Assessoria de Imprensa: Direção Cultura
Atendimento:
Jornalistas: Luciana Almeida - (19) 9 9787-3362 / Sara Silva - (19) 9 9623-6681
Escritório: (19) 2511-3736 - Aline Saluotto