Ser voluntário é doação, é dedicação, é ser e viver o outro, colocando-se no lugar dele, nem que seja por um minuto por qualquer que seja o motivo ou a causa.
Além do mais, quando pensamos que estamos dando ou doando algo, ou tempo, ou atenção, na verdade estamos ganhando vida, estímulo e força.
Ser voluntário é ganhar tempo, respirar com a alma e enxergar com o coração o que Deus quer nos mostrar, porque Ele sempre nos surpreende mesmo quando tudo parece tão difícil!
Recebemos muito mais do que doamos e experimentamos o sublime na Terra, o verdadeiro amor desabrochando no fazer algo sem esperar nada em troca.
As pessoas são naturalmente solidárias e isso é notado nos momentos de catástrofes, acidentes e tragédias quando muitas saem de sua acomodação e se desdobram em prol da causa e daqueles que não conhecem, sentindo-se próximos e comovidos. Esta percepção do quanto cada um é importante na solidariedade deve ser uma constante na vida de todas as pessoas, pois, para muitos, a vida é uma contínua tragédia que passa despercebida aos olhos dos transeuntes.
Quantos doentes crônicos encontram-se nos hospitais! Quantos moribundos esquecidos debaixo das pontes! Quantos estão tão próximos de nós e, no entanto, sentem-se tão solitários! Quantos são abandonados até mesmo por seus filhos ou pais!
Os asilos estão repletos de idosos carentes de uma prosa; os hospitais estão com doentes saindo pelo ladrão, precisando de apoio, respeito e dignidade; as ruas estão repletas de crianças, jovens, homens e mulheres perdidos, soltos, se alimentando das drogas e das fumaças dos carburadores…
Isso é fato! E eu sei que tudo isso está aí, para todo mundo ver e saber! Mas hoje, quero falar do outro lado. Do lado de cá! Da experiência daqueles que lançam no mundo as sementes do amor, na esperança de que outros possam colher os frutos do bem.
Me realizo a cada minuto nesta missão que um dia recebi de estar à frente desta obra de Deus que se chama Hospitalhaços. E deixo o meu legado todos os dias, na certeza de que estou abrindo caminhos e esperança na vida de muitas pessoas.
Agradeço a todos aqueles que confiam neste trabalho, que se doam, que dedicam um pouco que é muito, do seu tempo e da sua vida, para tirar da dor um sorriso, do desespero a esperança, e da desilusão a fé.
E que muitos e muitos se juntem a nós para levar a alegria através da humanização hospitalar!
Nosso trabalho é uma brincadeira muito séria! Feliz 2014!
Se desejar enviar perguntas ou expressar opiniões sobre os temas tocados pela coluna organizada por Mario Eduardo Paes, envie email para: apoio@hospitalhacos.org.br
* Mario Eduardo Paes é formado em Gestão Pública e, desde 2009 é o Coordenador Geral da Ong Hospitalhaços; atuou no Sistema de Proteção e Defesa dos Direitos da criança e do adolescente como Conselheiro Tutelar de Campinas - Gestão 2009-2012; ministra palestras com temas ligados à Humanização Hospitalar, a importância do riso, voluntariado, motivação, e prevenção e orientação sobre doenças e drogas (SIPAT).
