Taças e temperatura de serviço Razões para se ter taças de qualidade - Semana 26-01

Invista em taças de boa qualidade, de cristal, e de preferência  do modelo Bordeaux, ou do modelo ISO para degustar tintos e brancos, e modelo flute, para espumantes,  já que de início você não terá as taças específicas para Pinot Noir, brancos, espumante, porto e Bordeaux, para ficarmos apenas nesses exemplos. Bobagem ? não mesmo!

Isso porque a espessura do vidro, no contato com a boca, e o formato da taça, se de boca mais aberta ou mais fechada, desempenham papel fundamental na percepção das características do vinho, pois alguns, como o de Pinot Noir, precisam de boca mais fechada que concentre os aromas que volatilizam delicadamente, de modo que possam ser melhor percebidos do que numa taça que permita dispersão mais rápida, como no caso das taças de Bordeux, feito para os vinhos mais concentrados e de aromas mais intensos, daí a desnecessidade de que, para estes, a boca da taça seja tão fechada.

Faça um teste: coloque 100 ml de um vinho bom numa taça de vidro grosseira e inadequada ao seu estilo e outra quantidade igual do mesmo vinho numa taça adequada: parecerão vinhos diferentes e, obviamente, um bem melhor que o outro. Ciro Lilla, da Mistral Importadora, relata em seu livro “ Introdução ao Mundo do Vinho” que um amigo lhe confidenciou que o up grade que parecia ter feito nos vinhos, na verdade o fizera na aquisição de boas taças. Em outras palavras, a taça melhora o vinho.

 

Temperatura de serviço

Lembre que, em regra geral, espumantes são tomados gelados, branco são tomados frios e tintos o são em temperaturas amenas.

Champagnes não complexos (entenda-se como tal os champagnes não safrados) são servidos de 5ºC a 8ºC; espumantes de alta gama (os safrados, os millésimes), entre 10ºC e 13ºC; brancos leves, de 8º a 10º; brancos de médio corpo, de 10ºC a 12ºC; e brancos encorpados, de 12ªC a 14ºC; tintos leves de 12ºC a 14ºC; de médio corpo, entre 14ºC e 18ºC, e encorpados, de 18ºC a 20ºC; Porto doce, de 10ºC a 16ºC, conforme o gosto e a ocasião.

A convenção decorre da opinião majoritária de degustadores e apreciadores em geral, sobre a temperatura em que esses estilos de vinhos se mostram por inteiro, expondo suas características, falando de si mesmos com mais loquacidade, sem embaraços.

Um espumante simples é uma festa a 8ºC, mas um champagne Pol Roger safrado e envelhecido precisará de temperatura mais alta (em torno de 13º) para que seus ricos aromas volatilizem adequadamente para encantar o olfato e para que seus sabores suntuosos não desapareçam sobre uma língua quase congelada.

Um bom tinto encorpado e cheio de matizes será exuberante a 18º graus, numa profusão de aromas e sabores que se apagariam se o vinho fosse servido a 14º, pois esta temperatura é adequada para um tinto bem leve e sem maiores atributos, que nessa temperatura mais baixa se torna bastante atrativo e alegre, mas que seria enfadonho se fosse servido em temperatura mais alta.

Portanto, a temperatura de serviço é algo de fundamental importância, razão pela qual os enófilos mais rigorosos se servem às vezes de termômetros apropriados para o uso no vinho. Mas você não precisa chegar a tanto. Procure apenas atentar para esse detalhe, de modo que você possa extrair de um a garrafa o máximo que ela possa oferecer em termos de prazer e satisfação.

Com o tempo, você saberá quanto minutos a garrafa precisará ficar na geladeira para se aproximar da temperatura ideal. Se necessário, não se constranja, use balde de gelo para trazer o vinho para a temperatura de serviço ou ainda para mantê-la durante o serviço do vinho. E, sobretudo, divirta-se, sem atribuir a esses temas importância maior do que eles realmente têm. 

Bons brindes !

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Miguel Cordeiro Nunes

Advogado graduado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP, com especialização em direito Processual Civil PUC-COGEAE e LLM – Direito do Mercado Financeiro e de Capitais, pelo IBMEC. Atua no setor financeiro e bancário em instituição financeira. Contato: miguelcn@terra.com.br