Vamos falar um pouco sobre cinomose - Coluna Vida de bicho por Isadora Casline

Resolvi hoje escrever sobre a cinomose porque venho percebendo que em algumas regiões de São Paulo, principalmente próximas à periferia, que é o caso do pet onde trabalho meio período, as pessoas não tem acesso às informações corretas sobre ela. Muitas, vacinam seu cão só quando filhote, acreditando que a doença não afeta adultos, ou ainda há uns poucos que nem nunca ouviram falar na própria doença e são pegos de surpresa com o animal doente e com sintomas terríveis que a doença traz. A cinomose é transmitida por um vírus, que também pode afetar furões. O virus está na secreção oral, ou nasal,sendo muito fácil de ser transmitido,pelo ar contaminado,podendo ainda ficar em comedouros, roupinhas e casinhas do bicho. A boa notícia é que ele não sobrevive muito tempo no ambiente onde sejam utilizados desinfetantes comuns para limpeza, mas ele é bem resistente em épocas de frio,então todo cuidado é pouco; por isso sempre que for introduzir um animal novo num ambiente que já esteve um animal contaminado, o ideal é que esse novo animal já esteja com o esquema de vacinação concluído. O triste é que a cinomose é muito grave. O vírus chega a degenerar a bainha de mielina, que é uma membrana que envolve os neurônios, causando sintomas neurológicos, muitas vezes horríveis de se presenciar, como paralisia do animal, vocalização , convulsões. Os sintomas iniciais são febre, secreção nasal e ocular, apatia, perda de apetite. Muitas vezes, ela aparece primeiramente como uma pneumonia, porque é muito comum ter infecção bacteriana junto com o vírus. No exame de sangue, presenciamos a leucopenia, linfopenia, indicando que o organismo está imunologicamente debilitado. Hoje em dias existem testes específicos para a doença que saem em pouco tempo. O grande problema que enfrentamos é que ela é sim, extremamente difícil de ser tratada. Poucos animais sobrevivem e quando sobrevivem apresentam sequelas neurológicas como espasmos musculares ou até convulsões.Antigamente não tínhamos muitas alternativas, a não ser fazer tratamento suporte , como fluidoterapia para desidratação, antibióticos para conter infecções secundárias e alguma medicação neurológica disponível no mercado e rezar, rezar muito para que o organismo reagisse. Como eu disse, a mortalidade é alta. Hoje em dia temos algumas drogas novas sendo utilizadas com um pouco mais de sucesso , até na fase neurológica, o que tem me animado mais quando pego casos dessa doença. O fato é que ela é muito fácil de ser evitada. Se as pessoas souberem como evita-la corretamente. Vacina, gente, não é só a contra raiva não. As vacinas conhecidas como V10 ou V8 são as que protegem contra a cinomose e elas tem que ser dadas até o fim da vida do animal, e todo ano. Animal idoso também pega cinomose e pega mais fácil ainda por estar com o sistema imunológico mais debilitado por conta da idade. Aí sempre vem alguém me  questionar porque tem tanto vira lata por aí, sem vacina e com saúde. Ah e quantos a gente não vê e nem sabe que morre todo o tempo dessa doença?? Os que sobreviveram ou que nunca desenvolveram são os sortudos, a exceção! Então, se você de repente, não tiver como levar pra vacinar, existem os serviços veterinários em domicílio como o meu , que levam as vacinas acondicionadas em bolsas térmicas pra fazer a vacinação no conforto da sua casa. Simples e fácil!

Sou a Galinha! É, esse é meu nome, Eu morava lá na zona cerealista, na rua mesmo, nunca tinha ouvido falar em veterinário ou vacina. Alguns amigos meus caninos começaram a morrer de uma doença estranha, então o Zé, que seria meu dono, resolveu me levar pra casa. Mas mesmo assim fiquei doente. Teve uma semana que precisei tomar um remédio muito forte porque não parava de andar de um lado para o outro e parecia que eu não conseguia reconhecer ninguém. Mas eu me recuperei e mesmo assim tomo vacina pra essa tal doença todo ano.

A Galinha se salvou. Depois de muita dedicação e vontade de fazer com que ela sobrevivesse ,do Zé Renato, dono dela. Não foi fácil, mas graças  a Deus e à São Francisco ela se recuperou e está ótima. Com a grande maioria dos infectados não é assim, por isso não deixe de vacinar, consulte sempre um veterinário. Dúvidas ou comentários , podem me escrever aqui ou lá na fan page Isa Casline Veterinária!

Isadora dos Reis

Coluna Vida de Bicho

Formada em dezembro de 2001, pela Fundação de Ensino Octavio Bastos, em São João da Boa Vista. Especialização em clinica medica de pequenos animais e dermatologia veterinaria. Área de clinica médica e atendimentos personalizados em domicílio na zona norte  e central de São Paulo e também em Guarulhos.Contato: isacasline@gmail.com