Tarsila do Amaral - Coluna Arte, Design e Fotografia por Mônica Fraga
A arte brasileira tem uma representante importante, Tarsila do Amaral, que entrou para a história deixando um legado com sua pintura. Ela foi uma mulher à frente do seu tempo, quebrando padrões, além de ser uma das responsáveis por desenvolver um dos principais movimentos estéticos brasileiros, o Modernismo.
Tive o privilégio de participar de uma palestra com a Tarsila, sobrinha-neta da Tarsila do Amaral e conhecer um pouco mais sobre a vida dessa artista.
Tarsila nasceu em 1 de setembro de 1886, no Município de Capivari, interior do Estado de São Paulo.
Estudou em São Paulo, no Colégio Sion e depois em Barcelona, na Espanha, onde fez seu primeiro quadro, ‘Sagrado Coração de Jesus’, em 1904.
Em 1920, foi estudar em Paris. Ficou lá até junho de 1922 e soube da Semana de Arte Moderna (que aconteceu em fevereiro de 1922) através das cartas da amiga Anita Malfatti.
Quando voltou ao Brasil, Anita a introduziu no grupo modernista e formaram o grupo dos cinco: Tarsila, Anita, Oswald de Andrade, e os escritores Mário de Andrade e Menotti Del Picchia.
De volta à Paris em 1923 ela estudou com o mestre cubista Fernand Léger. Tarsila mostrou a ele a tela ‘A Negra’. Léger ficou entusiasmado e até chamou os outros alunos para ver o quadro. A figura da Negra tinha muita ligação com sua infância, pois essas negras eram geralmente filhas de escravos que tomavam conta das crianças e, algumas vezes, serviam até de amas de leite. Com esta tela, Tarsila entrou para a história da arte moderna brasileira.
Ficou amiga dos brasileiros que estavam lá, como o compositor Villa Lobos, o pintor Di Cavalcanti e os mecenas Paulo Prado e Olívia Guedes Penteado.
A sua obra, o Abaporu, pintada em 1928, pertence hoje ao MALBA, Museu de Arte Latinoamericano de Buenos Aires. A pintura foi um presente ao seu marido, o escritor Oswald de Andrade. Quando ele viu, ficou impressionado e disse que era o melhor quadro que ela já havia feito. Chamou o amigo e escritor Raul Bopp, que também achou o quadro fantástico. Batizou-se o quadro de Abaporu, que significa homem que come carne humana, o antropófago. E Oswald escreveu o Manifesto Antropófago e fundaram o Movimento Antropofágico. A figura do Abaporu simbolizou o Movimento que queria deglutir, engolir a cultura européia, que era a cultura vigente na época, e transformá-la em algo bem brasileiro valorizando o nosso país.
Recentemente o MOMA, Museu de Arte Moderna, em NY adquiriu o quadro dela, A Lua, avaliado em torno de U$20 milhões. Lindo ter a obra exposta em um dos museus mais importantes do mundo, ao lado de pintores que influenciaram a História da Arte, como Pablo Picasso, com ela teve contato enquanto viveu em Paris.
Atualmente o MASP, Museu de Arte de São Paulo, está com uma exposição imperdível sobre ela: Tarsila Popular. Várias obras reunidas, inclusive o Abaporu. Até 28 de julho.
Prestigie o que o Brasil tem de melhor. Valorize a nossa brasilidade! Visite um museu! Vá ao MASP e veja a obra da Tarsila do Amaral.
Mônica Fraga
Arte, Fotografia & Design
Designer de Interiores pela Arquitec., Fotógrafa pelo Senac São Paulo. Atualmente faço um curso sobre História da Arte, em SP, com o crítico de Arte Rodrigo Naves. Instragram: @monicafraga monicabmfraga@gmail.com