METAL QUE PERMEIA IMAGINÁRIO E HISTÓRIA DO BRASIL
INSPIRA MOSTRA NO CCBB RJ REALIZADA PELA H.STERN
No início do século 19, Jean-Baptiste Debret, então pintor oficial do Império, desenhou a primeira bandeira do Brasil. Nela já estavam o retângulo de cor verde e, dentro dele, o losango amarelo – que permaneceram na bandeira republicana, como a conhecemos hoje, e representavam as riquezas da nação: as matas e o ouro. Em uma parceria inédita, o Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro e a H.Stern apresentam, até 05/01/15, a exposição Ouro – O fio que costura a arte do Brasil, como parte das comemorações dos 25 anos da instituição cultural e os 70 anos da maior joalheria do país.
A mostra explora a relação do metal precioso – um dos personagens principais da história do Brasil e eterno objeto de desejo no imaginário popular – com a criatividade brasileira. Sob curadoria deMarcello Dantas, a exposição reúne trabalhos de 30 artistas de diferentes gerações e especialidades. São instalações, desenhos, objetos, esculturas, fotografias, pinturas e joias concebidas por importantes nomes das artes visuais, design, dança, música, arquitetura e paisagismo. “O fio condutor desta exposição é o ouro, cujo valor intrínseco é secundário quando associado à arte. Dividimos o espaço com artistas que admiramos e com vários com quem já colaboramos, para estimular a criação de um novo olhar, tanto o nosso, enquanto artesãos e joalheiros, como o do público que nos prestigia nesta visita”, afirma Roberto Stern, Presidente e Diretor Criativo da H.Stern.
Entre as cerca de 50 obras selecionadas, grande parte é inédita ou raramente vista pelo público. Em conjunto, elas apontam para diferentes abordagens que cada um dos artistas dá para o mesmo material. A instalação que a artista Laura Vinci preparou especialmente para a exposição ocupa a rotunda e recebe os visitantes com uma “chuva” de 50 mil folhas de ouro. Nomes que hoje já são referências para a história recente da arte brasileira também fazem parte da mostra, como os objetos de Cildo Meireles que justapõe materiais menos prováveis, como ripas de madeira barata, fixadas com pregos de ouro e as esculturas de José Resende e Tunga. Também entre os artistas, os irmãosFernando e Humberto Campana, conhecidos com seus móveis e objetos feitos com materiais extraídos do cotidiano apresentam na exposição peças, entre mobiliário e joias, que exploram a nobreza e a luz do dourado. O fascínio pelo ouro também se apresenta nas jóias H.Stern presentes na exposição inspiradas na obra do arquiteto Oscar Niemeyer, do paisagista Roberto Burle-Marx, do músico Carlinhos Brown e a companhia de balé Grupo Corpo.
O público percorre todo o trajeto da mostra conduzido por um fio de ouro até ser recebido por um ourives, que os convidará a experimentar as técnicas de produção de joias com o metal.
Mais informações: www.hstern.com.br/exposicaoouro