O malefício à saúde ocasionado pelo hábito de fumar já é bastante conhecido por todos nós. Sabemos que muitas pessoas utilizam o fumo como um método de combate ao estresse, como fuga e busca por prazer. O tabagismo não combina com atividade física, especialmente com a corrida. É muito raro encontrarmos maratonistas ou triatletas com esse hábito. É fato que o tabagismo colabora de forma negativa com o desempenho físico, pois além dos prejuízos cardiopulmonares, a nicotina, principal substância nociva do cigarro, aumenta, de forma aguda, o batimento cardíaco, a respiração e a pressão arterial, ocasionando níveis altos de cansaço e, como consequência, prejuízos na atividade física.
Para os corredores, vai um alerta: “O fumante pode ter até 12% menos capacidade aeróbia devido à maior concentração do monóxido de carbono no sangue”. Logo, quem pretende alcançar longas distâncias ou baixar o tempo em uma determinada prova, deve reduzir, ou mesmo cessar, esse hábito.
Durante o exercício físico, a nicotina aumenta os níveis de lactato fazendo o corredor se sentir ofegante e exausto, prestes a abandonar o exercício. Quando alcança-se certa intensidade de esforço, e caso existam outros fatores de risco na saúde do corredor, o hábito de fumar acelera problemas como hipertensão, diabetes e obesidade.
A atividade física para o tabagista gera uma redução imediata da pressão arterial logo no pós-esforço, combatendo o efeito do cigarro que, por sua vez, acelera os batimentos cardíacos e a pressão arterial. O exercício físico pode auxiliar o ex-fumante a aprimorar a aptidão física, diminuir o risco de doenças crônicas, combater o ganho de peso e, o melhor, atuar positivamente nos sintomas de abstinência. O melhor de tudo é o fato de que o exercício físico estimula a produção das endorfinas, responsáveis pela sensação de bem-estar, conforto e bom humor. A ação dessas substâncias substitui a da dopamina, neurotransmissor ativado pela ligação entre a nicotina e os receptores, responsáveis pelo sentimento de saciedade. Assim, correr ajuda os fumantes a combaterem os indesejáveis efeitos da abstinência quando decidem livrar-se do cigarro.
Além do mais, a prática regular de atividade física favorece ganhos de resistência, fortalecimento muscular, perda de peso, elevação da autoestima, entre outros, o que faz o indivíduo que fuma tornar-se mais consciente dos malefícios do cigarro, estimulando-o a parar o hábito.
Agora, antes de sair levantando peso e correndo por aí, o fumante deve procurar uma academia de qualidade, com várias opções de aulas, realizar uma avaliação física completa e, se possível, complementá-la com um check-up médico. Depois, estando na presença de um profissional de Educação Física, elaborar metas para serem alcançadas através de um programa bem planejado.
Prof. Esp. Fabricio Andrade Cref. 05995 -SP
Personal trainer Cia Athletica- Campinas
Especialista em preparação física de corredores de rua. Formado pela Universidade Federal do Amazonas. Email: fabricio.andrade@soucia.com.br