Nada é para sempre – parte II - Coluna "Sua Carreira" por Marcelo Veras

 

Ah, você precisa apenas de um empurrãozinho? Então aí vai!

 

Depois de quase 200 semanas contínuas escrevendo neste espaço, já consigo avaliar quais temas serão mais quentes, provocativos e, também, inspiradores. Eu sabia que falar de “fins de ciclos” iria tocar a mente e o coração de muitos leitores, mas não imaginava que fosse causar tanto “estrago”. Muitas pessoas compartilharam o texto, me escreveram e conversaram comigo nesta última semana, o que me motivou a retomar o assunto hoje novamente. O interessante é que quase 100% do que li e ouvi de comentários ia numa mesma direção, que pode ser resumida em uma frase: “Admiro a sua capacidade de mudar, mas confesso que é muito difícil e o medo da mudança, na maioria das vezes, vence e ficamos onde estamos”. Entendo perfeitamente essa estatística e essa enorme barreira que prende muitas pessoas a uma vida e carreira infelizes. Aliás, deixei bem claro que não nasci com este “chip da capacidade de mudar”. Sofri muito, apanhei muito e errei algumas vezes. Mudar dá um medo danado. E se der errado? Não é melhor garantir o que se tem, mesmo que seja ruim? Pra que correr tantos riscos? E se ficar pior do que está?

Já que falei em estatística, deixe-me apresentar uma que talvez lhe faça mudar de ideia, caso você se inclua nessa lista de pessoas que preferem carregar algumas âncoras a correr o risco de mudar. Das pessoas que conheço e que, mesmo depois de muito tempo presas a uma situação ruim, decidiram mudar, seguramente mais de 90% me disseram, após um tempo, que só se arrependeram de uma coisa – de não ter feito antes. Isso mesmo! Quem muda e sai de relações ruins, depois de um tempo, se culpam por não ter promovido a mudança antes. Pessoas que acabam relacionamentos fracassados e que não têm a menor perspectiva de melhora só dizem uma coisa após algum tempo: “Por que demorei tanto?”. Quase a totalidade de quem pediu demissão de um emprego que só lhe trazia insatisfação e foi em busca de novos ares diz o mesmo. Em outras palavras, afirmo categoricamente que o custo da mudança é, na imensa maioria das vezes, compensador. É quase como se dizer “Pior do que está não vai ficar e vai melhorar. Portanto, mude!”.

Que tal você mesmo ratificar (ou não) esta minha estatística? Vamos lá! Faça você mesmo o teste. Procure 10 pessoas do seu círculo pessoal e profissional, que tenham realizado uma grande mudança na sua vida e faça esta pergunta: - Você se arrepende de ter mudado? Sou capaz de apostar (em dólar, que está em alta) que você ficará de boca aberta e surpreso com a maioria das respostas. Só tenho uma ressalva a fazer: Busque pessoas que fizeram mudanças radicais e que o fizeram porque o estado anterior estava realmente o consumindo e onde uma mudança representava um risco grande ou um forte questionamento social (família, amigos etc). Aí sim você poderá tirar conclusões mais apuradas.

O fim de ciclos é uma condição natural da vida. Nada é mais certo do que isso. Nada é para sempre. “O pra sempre sempre acaba”, como diz a música cantada por Cássia Eller. Aliás, deve ser muito chato não ter histórias de mudanças e recomeços para contar. As pessoas mais interessantes são aquelas que têm boas histórias para contar, principalmente histórias que envolvam grandes experiências novas.

Digo e repito, a vida é muito curta para carregarmos âncoras. O tempo é um recurso escasso e não merece ser mal usado. Pode parecer egoísta, mas não quero ao meu lado pessoas, coisas ou empresas que me afundem ou que me tirem o sono. Dessas âncoras, quero distância. Prefiro correr o risco de errar do que me resignar na infelicidade. Até o próximo!

Marcelo Veras

 

Diretor Acadêmico na Inova Business School.  Vice Presidente de Trainning & Education da AYR Worldwide - Consultoria de Inovação. Professor deEstratégia e  Planejamento de Carreira em cursos de MBA Executivos.Contatos: marcelo.veras@unitaeducacional.com.br.
Contato: (011)98435-0011 ou (011)99482-3333
 Facebook: facebook.com/verasmarcelo .  LinkedIn: Marcelo Veras

Nada é para sempre - Coluna "Sua Carreira" por Marcelo Veras

 

Quando um ciclo chega ao fim, é hora de mudar e seguir em frente

 

Há duas semanas, ministrando a minha primeira aula de Life Design no Pós MBA da Inova Business School em Campinas, desafiei os alunos a escreverem uma frase que representasse a sua maior convicção em relação a três pilares: Vida, Finanças pessoais e Carreira. O meu parceiro e amigo Luis Rasquilha, que está fazendo o curso junto comigo, onde hora somos alunos e hora professores, escreveu para a dimensão pessoal a seguinte frase: “Nada é para sempre”. Até postou no dia seguinte na sua página no facebook e houve uma enorme repercussão e compartilhamentos. Este fato, aliado a uma história de término de relacionamento recente de um amigo próximo, que foi tema de longas conversas entre nós, me motivou a escrever hoje sobre fins de ciclos.

O ser humano é estranho. Sabe que tudo é finito, a começar pela nossa vida. A única certeza que temos é que um dia iremos morrer. Só não sabemos quando. O ciclo da vida é estudado por todos. Ninguém normal imagina que a vida não teria fim. Daí me pergunto: - Se a vida, que é o bem mais precioso que uma pessoa pode ter, é finita, por que haveria de existir algo que não o fosse? Já parou para pensar nisso? Eu já, e muito. 

Já tratei disso outras vezes aqui neste espaço. A minha história de vida me condena. Depois de 25 anos de carreira, oito empresas, 13 cidades e 27 mudanças de endereço, tenho alguma autoridade para falar de mudança, fins de ciclos e recomeços. No meu caso, a coleção é grande. Nunca disse a ninguém que foi fácil. Mudar nunca é fácil. Abandonar coisas, pessoas, empresas, projetos e amigos não é fácil. Dói. Em alguns casos, dói muito. Mas nunca premeditei nenhuma dessas mudanças. Nunca quis colecionar estas marcas. A coisa comigo sempre aconteceu de forma muito pragmática, quase como uma conta matemática. A minha regra sempre foi a seguinte: No dia em que eu olhar para o lado e sentir que a conta não está fechando, ou seja, as coisas boas não estão sendo superiores às ruins, é porque chegou a hora de mudar. E ponto. Eu ia lá e mudava. Simples assim.

Sei que o tema é polêmico e respeito (sempre) quem não concordar comigo, mas me reservo ao direito de fazer, frequentemente, meus balanços em relação às pessoas com as quais convivo, ao meu trabalho, aos meus relacionamentos pessoais e aos projetos com os quais estou envolvido. Se algo começa a me sugar mais do que me preencher, tchau!  Não gosto de carregar âncoras. Não gosto de relações que não estejam pautadas no ganha-ganha. Não tolero pessoas do mal e me recuso a conviver com elas. Não trabalho (somente) por dinheiro. E assim sigo, tocando a minha vida de forma (quase) sempre leve e feliz, sem grandes perdas de sono. 

Os meus alunos sabem e me conhecem bem. Nas minhas aulas sobre planejamento pessoal, financeiro e profissional sempre bato nesta tecla. Ninguém, absolutamente ninguém, merece viver infeliz. A vida é muito curta para cometermos este erro. Cair nessa vala e não sair dela é uma grande bobagem. A vida lá fora tem muitas oportunidades. Ninguém deve ficar amarrado a algo que lhe traz mais infelicidade do que felicidade. Nada é para sempre. Fins e recomeços fazem parte da vida, pessoal e profissional. As pessoas mais interessantes são aquelas que mais ousaram e mais tiveram a coragem de arriscar e vivenciar novas experiências.

Aproveite que o fim do ano está chegando. Como esta é sempre uma época de reflexão para muitos, faça seus balanços. Analise friamente suas relações e veja se não existe alguma delas que lhe joga mais para baixo do que para cima. Se existir, veja se há como reverter e colocar o trem nos trilhos. Caso contrário, coloque data e hora para o fim. Não tenha medo. A vida premia mais os ousados do que os acomodados. Até o próximo!

Milena+Baracat.jpg

Marcelo Veras

 

Diretor Acadêmico na Inova Business School.  Vice Presidente de Trainning & Education da AYR Worldwide - Consultoria de Inovação. Professor deEstratégia e  Planejamento de Carreira em cursos de MBA Executivos.Contatos: marcelo.veras@unitaeducacional.com.br.
Contato: (011)98435-0011 ou (011)99482-3333
 Facebook: facebook.com/verasmarcelo .  LinkedIn: Marcelo Veras