Hollywood está nua?
Oi pessoal, tudo bem? Fiquei um tempo ausente aqui do blog, mas não poderia deixar de falar algo sobre a maior (mais midiática) festa do cinema mundial. O Oscar não é apenas uma festa de premiação, é como se fosse uma reunião da cúpula da indústria cinematográfica na qual são apresentados os memorandos e a ata desta reunião parecia conter a principal mensagem: “Somos todos iguais, precisamos nos despir dos preconceitos e olhar pra nós mesmos (para nosso formato de negócio, inclusive)”.
Já há um tempo a Academia vinha premiando obras baseadas em ícones ou temas do passado, que marcaram a história, mas este ano ficou evidente a posição mais aberta da Academia que deu voz à produções mais independentes e com uma linguagem mais autoral. O tom de toda premiação foi de auto critica, até Jack Black se levantou no meio da plateia criticando a indústria do cinema, que não se fazia mais filmes de qualidade, apenas filmes de super-heróis e que a internet iria acabar com o cinema.
Não por acaso, “Birdman” um filme que também propõe uma auto critica à indústria cinematográfica e artística levou os principais prêmios, melhor filme, direção, fotografia e roteiro original. “Hotel Busdapeste” e “Whiplash” , dois outros grandes premiados da noite, também são produções independentes de fora dos grandes estúdios e autorais.
Mesmo não tendo nenhum “não caucasiano” indicado, ficou evidente o contra ponto dos discursos de igualdade racial. Aliás, o evento ao longo da noite deixou muito claro que teria um tom mais assertivo e de seriedade. Mesmo com as piadas roteirizadas de Neil Patrick Harris, a premiação se ateve à exposição de temas mais sérios e da luta pelas grandes causas humanas, igualdade racial, sexual, social e liberdade de expressão. O discurso de Patricia Arquete ao receber o premio de melhor atriz coadjuvante também seguiu a mesma linha, defendendo causas feministas. Mas a cena logo foi roubada por Meryl Streep, que mesmo sem levar a estatueta apoiou o discurso de Patricia fazendo gestos positivos e gritando “Yes!
É logico, que o humor é sempre imprescindível e depois da Selfie da Ellen DeGeneres no ano passado, o host Neil Patrick Harris fez o que pode para superar e ficou de cueca fazendo uma alusão ao personagem de Keaton em Birdman. Mas parece que não foi o suficiente. Ainda bem que “50 tons de cinza” não foi um filme digno de indicação, já pensou ver Neil de algemas e cueca de couro???
André Luis Camargo é ator em projetos de cinema desde 2010. Em 2012 protagonizou seu primeiro longa metragem ainda a estrear. Tem participação em dois longas metragens como coadjuvante e dois como elenco de apoio. Gravou vários curtas metragens, dentre eles, protagonizou o curta metragem "Atlantida - Eu também vim de lá" que venceu premio de melhor filme no Festival de Curtas do Cabo Frio. Fez participações na televisão como na novela infantil do SBT, "Chiquititas", elenco de apoio na série do Canal FX "Politicamente Incorreto" e na mini série da Rede Globo "Felizes para sempre?"