Títulos públicos - com certeza o SELIC - Coluna Investimentos por Rodrigo Teixeira Mendes

Olá a todos! Espero todos estejam bem. Os juros estão caindo, de forma gradual chegarão a um patamar que seja competitivo de tal forma que traga capital produtivo em vez do especulativo.

Só que quando a taxa SELIC tem um decréscimo, os produtos de renda fixa sofrem alguns impactos, o que deixam os investidores ressabiados e a procura de novas oportunidades de rentabilizar o seu capital.

O Tesouro SELIC é uma dessas janelas de oportunidade, já que é indexado pela taxa básica de juros, além disso, é proveniente do emissor mais seguro do mercado: o Governo Federal.

O Tesouro SELIC é uma ótima opção para montar uma reserva de emergência devido à sua liquidez diária, baixa volatilidade e segurança. E como é que funciona para investir no Tesouro SELIC dentro dos títulos públicos?

É preciso entender o que são os títulos públicos antes disso. O Título Público é um ativo de renda fixa emitido pelo governo brasileiro para arrecadar fundos. Quando se compra um título, o investidor está emprestando dinheiro para o poder público em troca do direito de receber, no futuro, uma remuneração por esse empréstimo.

Com esse dinheiro, o país pode promover seus investimentos em diversas áreas, como saúde, educação, infraestrutura e outros setores indispensáveis para o desenvolvimento do Brasil.

Já o Tesouro Direto é o programa criado pelo Tesouro Nacional em parceria com a B3 (antiga BM&FBovespa) para a venda dos títulos públicos para investidores pessoas físicas. Esse programa veio para democratizar o acesso a esse importante ativo da economia.

Toda a negociação é realizada por meio da internet, facilitando muito a compra e venda de títulos, então é errôneo dizer que o investidor investe no Tesouro Direto, já que o investimento é realizado mediante a compra de Títulos Públicos através do Tesouro Direto.

Entendendo esse conceito, o tesouro SELIC é um título pós-fixado e por esse “pós-fixado”, entende-se que o investidor só saberá qual vai ser o retorno do investimento posteriormente ao momento da aplicação, já que a rentabilidade desse título vai ser diariamente calculada, com base no equivalente a 1/252 da taxa SELIC vigente.

Até se saber qual é a taxa SELI C hoje (xx% ao ano), mas não tem como adivinhar a taxa SELIC futura, então, dessa forma, pode-se afirmar categoricamente que o investidor saberá exatamente o quanto esse ativo vai render entre hoje e a data do resgate do título.

Por conta de sua característica de render todos os dias 1/252 da taxa SELIC diária, esse é um ativo que sempre está se valorizando, trocando miúdos, o tesouro SELIC é o Título Público mais conservador e defensivo de todos.

O tesouro SELIC é o que se pode chamar de risco zero., por serem emitidos pelo governo federal, o risco de crédito é praticamente inexistente, ou seja, o investidor nunca irá tomar o famoso “calote”.

Isso ocorre porque o poder público é o detentor do direito de imprimir dinheiro e caso ele não tenha fundos para pagar o empréstimo, pode simplesmente imprimir mais moeda para saldar a dívida.

Com certeza isso acarretaria outros problemas, como o aumento da inflação e diminuição da confiança no governo, porém, a chance é irrisória de ocorrer e se acontecesse, o calote do governo provavelmente seria o menor dos problemas que o investidor teria que suportar, já que esse tipo de atitude acarretaria um efeito de devastador 

de falta de capacidade de pagamento o que geraria uma crise interna sem precedentes. E é sempre bom frisar que o Tesouro SELIC ainda possui liquidez diária o que significa que o investidor pode comprar e vender esses títulos através do Tesouro Direto diariamente, o que torna o fator nulo sob o risco de liquidez do título.

O Tesouro SELIC também compartilha as regras de tributação com os outros títulos públicos e quando falamos de Brasil, a mordida do Leão é sempre considerável.

Um dos que oneram são o IOF ou Imposto sobre Operações Financeiras e esse é o tributo que penaliza os investidores que utilizam os Títulos Públicos no curtíssimo prazo isso porque a sua alíquota se reduz conforme o tempo de aplicação, já que a partir do primeiro dia, o IOF sobre o rendimento é de alarmantes 96%, porém, no 30o dia ele é reduzido a zero, tornando o título isento do IOF.

Porém, por mais que o dinheiro fique aplicado por muitos anos, não será possível fugir da cobrança do IR, que será cobrada apenas sobre o rendimento.

E o valor a ser descontado no momento do resgate, não exige que o investidor pague o tributo de forma separada – o que facilita bastante a vida.

Já com relação às taxas, há duas cobranças sendo que a primeira é obrigatória – e impossível de fugir – e a segunda é “quase opcional”:

1. Taxa de custódia: 0,3% cobrado anualmente pela B3 para a guarda dos títulos;

2. Taxa de administração: valor variável cobrado pela corretora por intermediar a compra e venda dos títulos; essa cobrança está cada vez mais rara, especialmente entre as corretoras não ligadas aos grandes bancos.

Tente sempre investir através de corretoras que não cobram taxas para investir no Tesouro Direto. Na próxima semana voltamos a falar sobre o Tesouro SELIC e fechar esse tema. Na próxima semana nos vemos.

Tem dúvidas, estou à disposição. Até mais!

Rodrigo Teixeira Mendes

Coluna Investimentos

Natural de São Paulo-SP-Brasil e hoje residindo em Bournemouth-Dorset, Inglaterra, com graduação em Direito pela UNIP e pós graduação em Administração de Negócios pelo Mackenzie e Finanças Corporativas pela UNICAMP.

Tire proveitos com o aumento da taxa SELIC! Coluna Investimentos por Rodrigo Teixeira Mendes

 

Temos verificado nos últimos meses que o  Banco Central tem elevado a taxa de juros (SELIC), atualmente em 13,75% ao ano.

Se, por um lado, é uma boa notícia para os investidores em títulos públicos, pois a rentabilidade está atrelada à SELIC, por outro lado causa um esfriamento na economia.

Entretanto como é que o “simples” aumento da taxa de juros consegue esfriar a economia? Qual a intenção do governo em fazer isso? E como os investidores podem tirar proveito desses aumentos?

Por que a elevação da SELIC esfria a economia?

O aumento da taxa de juros impacta diretamente os juros dos financiamentos bancários. Como grande parte do consumo nacional é produto de financiamentos e a oferta de crédito está mais “cara” (com juros mais altos), consequentemente as pessoas passam a consumir menos.

O mesmo raciocínio se aplica às empresas, que deixam de contrair empréstimos para investimentos em novos projetos, já que os juros mais altos comprometem a taxa de retorno do investimento, aumentando o risco. Consumidores gastando menos e empresas investindo menos é igual a menos dinheiro rolando na economia.

Por que o governo faz isso?

O governo trabalha com uma meta de inflação anual em torno de 4,5% a.a. Sendo que a expectativa de inflação para esse ano já se aproximando dos 9% a.a. , significando que os consumidores, as empresas e o governo vinha gastando mais que a oferta de bens e/ou serviços e isso tende a elevar o preço dos produtos.

Portanto o aumento da SELIC desestimula o consumo, diminuindo a demanda (procura por bens e/ou serviços), impedindo que os preços continuem a subir e, quem sabe, até comecem a cair. Em poucas palavras, o objetivo do governo, ao elevar a SELIC, é controlar a inflação.

E como podemos nos aproveitar desses aumentos da SELIC?

Alguns títulos públicos são indexados, direta ou indiretamente, pela SELIC. A LFT (Letras Financeiras do Tesouro), título pós-fixado indexado à SELIC é a primeira opção. Essa opção acompanha a SELIC, pagando no vencimento do título o rendimento dessa taxa. Como a perspectiva de curto e médio prazo é de elevações até o final do próximo ano, trata-se de uma interessante alternativa.

A segunda opção, também para curto e médio prazo, é a LTN. As LTNs (Letras do Tesouro Nacional) são prefixadas e já se sabe quanto irá render no momento da compra. Apesar de não ser indexada à SELIC, geralmente as taxas prefixadas oferecidas aumentam um pouco sempre que a SELIC aumenta.

 Tem dúvidas? Entre em contato.

 Abraços e até a próxima semana

Rodrigo Teixeira Mendes

 

Graduado em Direito pela Universidade Paulista e Pós Graduado em Administração de Negócios pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, além de possuir experiências na área financeira e comercial em empresas como Banco Itaú, RR Donnelley Moore, Camargo Correa. Atualmente tem atuação no setor financeiro e ministra cursos e palestras na área de Educação Financeira com foco na disseminação do conhecimento de produtos disponíveis no Mercado Financeiro (Finanças Pessoais, Renda Variável, Renda Fixa). E-mail: rodrigo@valutainvest.com.br  Telefone: (19) 99626-1540/(19) 2513-0103



SELIC à 10,5% - Onde Investir ou não -Semana 03-02

A taxa SELIC aumentou de novo e deve ficar nesse patamar nesse ano de 2014. Teremos Copa do Mundo, Eleições e, portanto, aumentar mais a taxa significa maior desemprego, menor poder de compra, maior custo na tomada de crédito, etc.

Você como alguém que trabalha, paga seus impostos deseja algo que faça o seu dinheiro render. E como aproveitar essas altas e baixas dessa taxa de juros? Separei alguns panoramas para que auxilie na tomada de decisão. Vamos lá:

Taxa SELIC em alta – invista em:

A atratividade em renda fixa como CDB,

LCIs e LCAs vem com destaque pela isenção de IR, mas o prazo de carência para a retirada dos valores

Títulos do Tesouro Direto - (LTNs com vencimento em 2017) ou NTN-Bs (com prazos mais longos, vencimentos em 2030);

Fundos de renda fixa (fique atento às taxas de administração e Imposto de Renda), pesquise antes de adquirir qualquer fundo em seu banco e nas corretoras de valores, está relacionado com sua rentabilidade.

Com isso o aumento na taxa SELIC aumenta o volume de valores nessas opções de investimento. Por outro lado, quando a taxa SELIC tem uma queda, os investidores realizam na maioria das vezes os resgates desses investimentos.

Taxa SELIC em alta – não invista em :

Poupança continua não sendo um bom “investimento” por causa da pressão inflacionária, desconto da taxa real de juros.

Dólar é interessante somente para quem tem despesas na moeda americana, mas a tendência é que continue a subir por causa das medidas do FED (Banco Central dos Estados Unidos) e o mercado futuro (negociação da moeda na BM&F Bovespa) torna-se interessante já que a projeção de fechamento da moeda americana em 2014 é de R$ 2,60.

Fundos imobiliários é um mercado que começa a ficar mais restrito, pois a oferta de imóveis está começando a se equilibrar com a demanda e a tendência é que os preços caiam daqui a pouco. Dessa maneira será melhor procurar um fundo que atenda demandas de infraestrutura como logística, já que edifícios comerciais e residenciais dependem muito da região onde estão instalados.

Fundos multimercados são bons para mitigar riscos, mas não são um tipo de investimento que garanta um rendimento muito bom historicamente, portanto esqueçam deles nesse momento.

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A renda variável sofre impacto direto da alta ou da baixa na taxa SELIC, pois quando há aumento na taxa, parte dos investidores vendem suas ações para aplicar em ativos de renda fixa e com isso os preços das ações tendem a cair. Quando ocorre o inverso, que é a queda da taxa SELIC, parte dos investidores migram dos investimentos em renda fica para aplicar no mercado de ações, fazendo com que o preço das ações também subam.

Fique atento com os investimentos, pois o ciclo de alta pode ter terminado, já que a projeção para 2014 era de uma taxa SELIC à 10,5% em dezembro/2014 e em janeiro o Brasil atingiu esses nºs, talvez, antecipando as eleições onde o impacto seria diluído nesses próximos 8 meses.

Tem dúvidas? Entre em contato.

Um abraço. Até a próxima semana.

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Rodrigo Teixeira MendesGraduado em Direito (Unip) - Pós Graduação Administração de Negócios (Mackenzie);

Experiência Profissional: Banco Itaú, RR Donnelley Moore, Camargo Côrrea e Valuta Invest (desde out.2011). Atualmente, trabalha na Valuta Invest (parceira da Ágora Corretora – Bradesco) na distribuição dos produtos disponíveis no Mercado de Capitais (Bolsa de Valores,Tesouro Direto, Debêntures, Fundos Imobiliários, Fundos de Investimentos Multimercado e Renda Fixa entre outros) e ministra cursos e palestras na área de Educação Financeira.

E-mail: rodrigo@valutainvest.com.br
Telefone: (19)  99626-1540/ (19) 2513-0103/ (19) 3512-8045