O diretor criativo da Gucci, Alessandro Michele, se inspirou no instigante ensaio da filósofa e bióloga feminista Donna Haraway - “Manifesto ciborgue. Ciência, tecnologia e feminismo-socialista no final do século XX” - para a semana de moda em Milão.
A proposta da marca: um ciborgue que não tem sexo; mostrando que o que vale é o que cada um quer ser.
“O ciborgue é uma criatura de um mundo pós-gênero”, explica Donna.
A grife italiana mergulhou nessa ideia e foi mais longe. “Gucci Cyborg” é pós-humana: tem olhos na testa, chifres de fauno e cabeças duplicadas. É uma criatura biologicamente indefinida e culturalmente ciente.
A passarela ganhou ares de centro cirúrgico (comparando o trabalho de um estilista com o de um cirurgião - que recorta, reconstrói e reaproveita materiais), as cabeças dos modelos se tornaram acessórios e o público foi convidado a mergulhar nesse cenário lúdico fashion, com direito a filhotes de dragão.
Para conseguir tal feito, a Gucci fechou uma parceria com a empresa Makinarium, que fabricou os moldes das cabeças dos modelos, além de usar impressoras em 3D para fazer o design acabado. Segundo a Vogue, a inspiração veio do filme “The Tale of Tales” (O Conto dos Contos).
Assista ao vídeo de um desfile que costurou referências aparentemente desconexas e inusitadas:
Fonte: Revista Vogue. Fotos Reprodução
Milena Baracat
Coluna Entretenimento
Formada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Atualmente atua com profissionais no desenvolvimento, tratamento de acervos, informatização e tecnologia da informação aplicada para bibliotecas particulares e privadas.