Cortella e Monja Coen no Teatro Iguatemi Campinas

Papirus Editora e Iguatemi Campinas promovem bate-papo entre o filósofo e a fundadora da Comunidade Zen-budista do Brasil, dia 14 de maio

 

 No dia 14 de maio, o Iguatemi Campinas e a Papirus Editora apresentam debate entre os autores Mario Sergio Cortella e Monja Coen sobre o tema do livro que escreveram em parceria — Nem anjos nem demônios: A humana escolha entre virtudes e vícios —, que será lançado nesse dia. Na compra de um exemplar dessa obra, a partir das 10 horas do dia 11 de maio, na bilheteria do Teatro Iguatemi, no terceiro piso do shopping, os clientes ganham um ingresso para participar desse evento

 Como podemos transformar vícios em virtudes? De que adianta ser bom num mundo tão corrupto e injusto? Como somos quando ninguém está nos vendo? Todo ser humano tem salvação? O filósofo Mario Sergio Cortella e a Monja Coen, fundadora da Comunidade Zen-budista do Brasil, debatem essas e outras questões no novo livro da Papirus 7 Mares — Nem anjos nem demônios: A humana escolha entre virtudes e vícios (208 pp., R$ 38,90).

Não há dúvidas de que somos seres capazes de virtudes e de vícios. "Somos angelicais e demoníacos", provoca Cortella. Para ele, a virtude "não é o que já nasce pronto em nós; ela é uma possibilidade a ser desenvolvida, tal como o vício". Monja Coen acredita que "se, por exemplo, começarmos a imitar alguém que fala gentilmente, vamos nos transformando, até chegar o momento em que aquilo deixa de ser uma cópia e se torna o que somos".

 Os autores falam também sobre a importância de praticar a virtude, independentemente de qualquer situação. "Eu acho que o que caracteriza uma virtude no sentido de positividade é exercê-la como crença, e não como circunstância", explica Cortella. Monja Coen cita Gandhi: "Somos a transformação que queremos no mundo".

 Nem anjos nem demônios: A humana escolha entre virtudes e vícios nos leva a refletir sobre o outro como nosso semelhante, a intolerância cada vez mais presente em nosso cotidiano e a falta de compaixão. Monja Coen lembra que "devemos fazer o bem a partir da identificação, da empatia com o outro, do coração como cerne do nosso eu verdadeiro. Ações devem ser realizadas através da pura compaixão. E a compaixão só surge se houver sabedoria. A sabedoria é o portal da virtude, é o portal de uma vida ética".

 Diante de nossas escolhas, estamos no caminho certo?

 Sobre os autores:

 Mario Sergio Cortella é filósofo e escritor. Tem mestrado e doutorado em Educação pela PUC-SP, onde atuou como professor titular por 35 anos (1977-2012). É professor convidado da Fundação Dom Cabral (desde 1997) e lecionou na GVpec da FGV-SP (1998-2010). Foi secretário municipal de Educação de São Paulo (1991-1992), tendo antes sido assessor especial e chefe de gabinete do professor Paulo Freire. É autor de diversos livros nas áreas de educação, filosofia, teologia e motivação e carreira.

 Monja Coen, como é conhecida Claudia Dias Batista de Souza, foi jornalista profissional em sua juventude e hoje atua como missionária oficial da tradição Soto Shu. Primaz fundadora da Comunidade Zen-budista do Brasil, segue os ensinamentos de Buda e participa de encontros educacionais, culturais e inter-religiosos, com o objetivo de difundir princípios em prol da preservação do meio ambiente, da defesa dos direitos humanos e da criação de uma cultura de não violência e paz.

 Serviço

 Bate-papo com Mario Sergio Cortella e Monja Coen e lançamento do livro "Nem anjos nem demônios: A humana escolha entre virtudes e vícios"

Data: 14 de maio, terça-feira

Horário: 19h30

Local: Teatro Iguatemi Campinas, localizado no terceiro piso do Shopping Center Iguatemi Campinas (Av. Iguatemi, 777, Vila Brandina, Campinas)

Ingressos: Na compra do livro no valor de R$ 35,00, preço especial para o dia 11 de maio, ganha um ingresso para o bate-papo. Válido para os 450 primeiros exemplares adquiridos na bilheteria do teatro

Sobre o Iguatemi Campinas - O Shopping Center Iguatemi Campinas foi o primeiro shopping do Brasil construído fora das grandes capitais e tornou-se o melhor complexo de uso misto do interior de São Paulo.  Segundo shopping da Iguatemi Empresa de Shopping Centers e maior complexo da rede, são 388 operações com diversas opções de moda – marcas nacionais e internacionais –, gastronomia, casa/decoração, tecnologia, cultura e lazer.  Com um ambiente agradável e pensado nos mínimos detalhes, o empreendimento proporciona conforto e conveniência para seus clientes em um único lugar e apresenta diferenciais como o mais moderno teatro da cidade, dois complexos de cinema – incluindo um prime –, duas megalivrarias, além da única torre de estacionamento coberto entre os shoppings da região, com sistema de sinalização de vagas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



 



Iguatemi Campinas receberá Mario Sergio Cortella e Gilberto Dimenstein para palestra e lançamento de livro

O filósofo e o jornalista estarão no Teatro Brasil Kirin no dia 18 de agosto, às 19h30; ingressos gratuitos devem ser retirados dia 13, das 18h às 20h30, na bilheteria do teatro

 

Campinas, 12 de agosto de 2015 – O Iguatemi Campinas receberá na próxima terça-feira, 18 de agosto, o filósofo Mario Sergio Cortella e o jornalista Gilberto Dimenstein para o lançamento do livroA era da curadoria: O que importa é saber o que importa! Educação e formação de pessoas em tempos velozes (editora Papirus 7 Mares)A partir das 19h30, os dois autores comandarão um bate-papo no Teatro Brasil Kirin, seguido de sessão de autógrafos, no qual discutirão, entre outros temas, a importância da curadoria do conhecimento e destacarão o elo entre educação e comunicação.


Os ingressos para o encontro deverão ser retirados pessoalmente na quinta-feira, 13 de agosto, das 18h às 20h30 ou até o término dos mesmos, na bilheteria do teatro, localizado no terceiro piso do Iguatemi Campinas. Serão limitados dois ingressos por CPF. No dia da palestra, recomenda-se chegar ao local às 19h.


Na obra, com a expertise que lhes credencia discorrer sobre diversos aspectos da cidadania e da educação, os autores focam a conversa na figura do curador – o que consideram ser aquele que conhece, cuida e põe à disposição o que sabe de modo que seja uma referência e que também proponha uma reflexão.

Cortella e Dimenstein destacam ainda o eixo indissociável entre a educação e a comunicação, e como são vitais para a qualidade do ensino as relações interpessoais, as experiências vividas na prática, no dia a dia. De acordo com Cortella, “não temos que tirar as crianças da rua e levá-las para a escola; temos sim que levar a rua para dentro da escola, levar aquilo que elas vivenciam no cotidiano, de maneira que possamos oferecer-lhes algo que as emocione”.

 

Curadoria em tempos de WhatsApp


Na era digital, em que há informações por todos os lados, o papel do curador é fundamental. “Estamos assistindo a um processo darwinístico da informação. O indivíduo acessa o Google e vem um vendaval de possibilidades de informação. E isso só está aumentando, a atenção está cada vez mais dispersa. Vivemos numa era em que todos são ao mesmo tempo consumidores e produtores de informação”, observa Dimenstein.

Ainda que em alguns pontos os autores olhem em direções diferentes, tanto Cortella quanto Dimenstein asseguram que a curadoria é necessária para que haja um direcionamento que filtre o que realmente é interessante em meio à avalanche de notícias, mensagens, vídeos e todo tipo de informação que chega até nós diariamente. Afinal, o que importa é saber o que importa.

 

Sobre os autores

 

Mario Sergio Cortella é graduado pela Faculdade de Filosofia Nossa Senhora Medianeira, com mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo sob a orientação de Moacir Gadotti. Lá também cursou o doutorado em Educação, desta vez orientado por Paulo Freire. Professor titular do Departamento de Fundamentos da Educação e da pós-graduação em Educação da PUC-SP, onde atuou por 35 anos, em 30 deles também esteve ligado ao Departamento de Teologia e Ciências da Religião. Foi secretário municipal de Educação de São Paulo (1991/1992) e membro conselheiro do Conselho Técnico-Científico da Educação Básica da Capes/MEC (2008/2010). É autor de mais de 20 livros, entre eles, Ética e vergonha na cara! (2014), com Clóvis de Barros Filho, e Política para não ser idiota (2010), com Renato Janine Ribeiro, publicados pela Papirus 7 Mares.

 

Gilberto Dimenstein nasceu em São Paulo (SP), em 1956. Iniciou a carreira como jornalista em 1977, na revista Shalon (SP), da Comunidade Judaica do Brasil. Formado pela Faculdade Cásper Líbero, é comentarista da rádio CBN (SP). Autor de reportagens de repercussão nacional e internacional sobre a violência contra crianças, coleciona em sua jornada a criação da entidade Cidade Escola Aprendiz, do site Catraca Livre e do programa Mais São Paulo. É autor, entre outros livros, de O mistério das bolas de gude: Histórias de humanos quase invisíveis (2006), pela Papirus Editora. Em coautoria, assina: É rindo que se aprende (2011), com Marcelo Tas; Prazer em conhecer: A aventura da ciência e da educação (2008), com Drauzio Varella e Miguel Nicolelis; eEscola sem sala de aula (2004), com Ricardo Semler E Antonio Carlos Gomes da Costa, todos esses publicados pela Papirus 7 Mares.

 

Sobre o Iguatemi Campinas - Inaugurado em maio de 1980, o Shopping Center Iguatemi Campinas foi o primeiro shopping brasileiro fora de capitais e tornou-se o maior e melhor complexo de uso misto do interior de São Paulo, oferecendo tudo em moda, tecnologia, cultura, gastronomia, lazer, casa/decoração, beleza e wellness, proporcionando aos clientes conforto e solução das necessidades em um único lugar. Sua trajetória é marcada pelo grande envolvimento com a sociedade local e da região e o mix de lojas é um dos seus principais diferenciais, com grandes marcas nacionais e internacionais. No último dia 30 de abril, inaugurou sua quinta expansão, com 104 novas lojas e 19,9 mil metros quadrados de Área Bruta Locável, tornando-se o maior complexo comercial da Iguatemi Empresa de Shopping Centers, com um total de 356 lojas e 106,7 mil metros quadrados de ABL.

 

Sobre a editora - Selo da Papirus Editora, a PAPIRUS 7 MARES foi lançada em 2008 com o livro de poesias Paisagem vista do trem, de Antonio Calloni, e hoje reúne obras que conjugam a razão e a emoção na dose certa, voltadas tanto para aqueles que já são apaixonados pela leitura, como para os que ainda estão em busca de aventuras literárias. Seu catálogo inclui os títulos da bem-sucedida coleção Papirus Debates, além da coleção PresenteArte, na qual se encontra A arte da degustação, livro interativo dirigido aos amantes de vinho.

Serviço

 

Palestra e Lançamento do livro O que importa é saber o que importa! Educação e formação de pessoas em tempos velozes, com Mario Sergio Cortella e Gilberto Dimenstein
Quando
: dia 18 de agosto, terça-feira, às 19h30 (chegar às 19h)

Onde: Teatro Brasil Kirin, localizado no terceiro piso do Iguatemi Campinas (Av. Iguatemi, 777, Vila Brandina, Campinas, SP)

Ingresso: gratuito; retirada, pessoalmente, no dia 13 de agosto, das 18h às 20h30 ou até o término dos mesmos (dois ingressos por CPF); não será permitida a retirada de ingressos apresentando o CPF de terceiros; sujeito a lotação da sala

Preço do livro: R$ 32,90

Iguatemi Campinas recebe Mario Sergio Cortella e Clóvis de Barros Filho para palestra e lançamento do livro Ética e Vergonha na Cara!

Evento será realizado no Teatro Brasil Kirin no dia 15 de abril, quarta-feira; ingressos gratuitos poderão ser retirados a partir de 10 de abril

Campinas, 8 de abril de 2014 - Os filósofos Mario Sergio Cortella e Clóvis de Barros Filho estarão no Iguatemi Campinas no dia 15 de abril, terça-feira, para o lançamento do livro Ética e Vergonha na Cara! (Papirus 7 Mares). Além de sessão de autógrafos, o evento marcado para as 19h30 no Teatro Brasil Kirin contará com uma palestra aberta ao público. Os ingressos podem ser retirados gratuitamente na Saraiva MegaStore do Iguatemi Campinas a partir de 10 de abril e são limitados a dois por CPF. O teatro estará aberto para receber o público a partir das 19h e o estacionamento será cortesia para aqueles com convite.

Sobre o livro:

As notícias sobre corrupção, especialmente na política, dominam com certa frequência o noticiário brasileiro. Muita gente chega a achar que a corrupção é algo “natural” e crescente no país, e tem a mesma percepção sobre a impunidade, certa de viver na pátria onde “tudo acaba em pizza”. Essa visão resignada, porém, reflete um equívoco. É o que argumentam os filósofos Mario Sergio Cortella e Clóvis de Barros Filho em Ética e Vergonha na Cara!, lançamento da Papirus 7 Mares. Eles mostram, num diálogo abrangente, que a ideia de que a corrupção faz parte do ser humano não é mais partilhada pela nossa sociedade.

“Um dos aspectos que favorecem a corrupção do dia a dia é uma cultura em que ela seja entendida como natural, isto é, como parte da vida e, portanto, ‘o que se pode fazer?’. Isso vem sendo rompido no Brasil pouco a pouco. A corrupção deixou de ser entendida como natural, passou num determinado momento a ser percebida como normal, isto é, fazendo parte da norma da vida coletiva, e hoje é entendida como comum; portanto é um critério de frequência. Quando é natural, não há o que fazer... Quando é normal, faz-se necessário mudar a norma, o que não é tão fácil porque depende de outras coisas. Mas quando é comum, é preciso diminuir a frequência”, diz Cortella.

Os autores ressaltam que a corrupção é uma escolha. Não se pode aceitar, por exemplo, justificativas que apelam para o relativismo moral ou para a ética de conveniência, entre elas a de que “o sistema é assim” e é preciso se adequar a ele, ou seja, a corrupção seria inevitável em alguns meios. “É muito comum ouvirmos coisas do tipo: ‘O problema é o sistema’. Aliás, o ‘problema do sistema’ é um argumento que serve hoje como desculpa para tudo. O indivíduo vai pagar uma conta no restaurante e lhe dizem: ‘Estamos com um problema de sistema’ ou vai ao aeroporto e tem que fazer o check-in manualmente porque ‘deu erro de sistema’. Assim, o problema seria o sistema político que levaria a práticas costumeiramente chamadas de corruptas. Eu gostaria de lembrar, no entanto, um detalhe: o que há no mundo da vida são pessoas. E seja qual for o sistema, sempre haverá a possibilidade de dizer: este jogo eu não jogo”, pontua Barros Filho.

E complementa: “Não me venham querer fazer acreditar que as condições de vida possam ser tais que eu me veja impedido, em última instância, até mesmo de recusar-me a participar do jogo quando não houver nenhuma possibilidade de que ele seja conduzido como eu quero. Dizer, portanto, que o sistema constrange à corrupção sem que haja nenhuma possibilidade de questionamento me parece extremamente confortável para todos aqueles que buscam, muitas vezes, tirar de si a responsabilidade pelas escolhas diárias”.

No livro, os filósofos discutem ética e corrupção de maneira ampla, afinal, ambas permeiam todos os setores da sociedade e não se restringem a cargos públicos e eletivos. Pelo contrário, estão presentes desde o berço, na família, na escola, no dia a dia, no trabalho.  “Ética implica uma preocupação com o outro que vai além do nosso mero bem-estar e prazer, ou é uma vitória sobre o próprio princípio de prazer em nome de uma convivência melhor. Quando entendermos isso, teremos entendido o que importa. Em outras palavras, não somos bichos, que são regidos pela própria natureza e pelo instinto, eu diria que 100% condicionados pelo princípio de prazer. Nós podemos não ser assim, podemos considerar o outro... E considerar o outro é levar em conta sua alegria e sua tristeza como consequência da nossa conduta. Aí poderemos deixar de agir de uma maneira que nos é preferentemente prazerosa em nome do não entristecimento do outro”, explica Barros Filho.

Os autores de Ética e Vergonha na Cara! salientam ainda que a corrupção, contrariando o senso comum, não é maior no Brasil de hoje do que no de antigamente. “Nós não temos no Brasil mais corrupção do que tivemos; temos mais denúncia e recusa. Nós não temos mais sujeira; temos a descoberta do pó e da sujeira acumulada com o levantamento do tapete. Nós temos democracia, portanto imprensa livre, plataformas digitais que indicam os rastros deixados pela corrupção pública estatal e pública privada, e podemos constatar que temos uma recusa maior a ela. É como a violência. Não vivemos numa era mais violenta. Ao contrário, vivemos numa era muito menos violenta do que a história humana teve anteriormente. O que temos hoje são mais notícias sobre a violência e maior rejeição a ela como algo do nosso dia a dia”, diz Cortella.

Para ele, é preciso lembrar que a novidade não é a corrupção, mas a recusa a ela e a apuração dos fatos. “Jamais se discutiria, há 30 anos, reforma partidária e distritalismo, a necessidade ou não de mecanismos de controle, a lei da ficha limpa. Tudo isso faria parte do óbvio. Agora, essa ética que ultrapassa, que transcende, nos leva a ter que pensar nisso. E só começamos a pensar quando algo nos causa incômodo. Antes muita coisa não nos incomodava; agora sim. Nossa sociedade avançou, ainda que às vezes as pessoas pareçam ter certa preguiça. Hoje temos mais razões para sermos decentes, seja por escolha, seja por constrangimento”, afirma.

“O mérito é amplamente decisivo na escolha das autoridades. Os cargos de confiança são, em grande medida, definidos por questões de mérito e, portanto, temos hoje, do ponto de vista da corrupção, uma sociedade muito melhor do que jamais tivemos. O fato de podermos falar disso e de termos, na porta de casa, as notícias que nos trazem os casos de corrupção é uma prova incontestável desse avanço”, complementa Barros Filho.

Os autores discutem, também, a questão da impunidade. “A corrupção não pode ficar de braços dados com a impunidade. E a questão da impunidade está na família, na escola, no conjunto social, na empresa. Nesse sentido, a recusa à impunidade é um passo decisivo. Alguém poderá dizer: ‘Mas tudo sempre acaba em pizza!’. Pelo contrário, em 2012, no estado de São Paulo, 43 prefeitos foram cassados. Em 2013 houve a cassação de mandatos de mais de 260 pessoas que assumiram o Executivo. Quando se propaga, de uma parte da imprensa, que tudo acaba em pizza, isso é uma maneira de incentivar essa percepção. É preciso divulgar punições e atitudes como a de Nelson Piquet, que, pontuado acima de 20 por causa de imprudências na direção, foi fazer o curso de requalificação de motorista em Brasília em vez de lançar mão do tricampeonato mundial de Fórmula 1 para obter alguma vantagem. Quem supõe que ele não sabe dirigir? É que o curso não é para quem não sabe dirigir, mas para quem não sabe obedecer a lei. E é isso que ele foi fazer lá”, enfatiza Cortella.

“Eu queria lembrar que a filosofia começa quando um indivíduo exige a própria punição. Sócrates, condenado à morte pelas falaciosas acusações de corromper a juventude e não reconhecer os deuses da cidade teve todas as chances de se livrar da pena que lhe havia sido imputada, mas foi julgado pelas leis da cidade. E não admitiria jamais para si uma saída que não fosse o cumprimento dessas leis. Seria indigno demais, portanto ele se pronunciou: ‘Eu daqui não fujo de jeito nenhum, por mais que não concorde com a condenação. Isso é um mero detalhe, a cidade me condenou. Devo me submeter à punição que me cabe’. A filosofia surge assim”, pondera Barros Filho.

Para os autores, toda essa questão passa por duas vertentes: a formação – que inclui os valores e os exemplos transmitidos pela família e pela escola (pois de nada adianta pregar uma postura e agir de outra maneira, quando a situação traz vantagens) – e a coerção.

“Quando uma pessoa me diz: ‘Eu não acredito que isso vá funcionar no Brasil’, posso lembrar-lhe um fato. Em 1994 surgiu no país a primeira legislação que regulamentava a obrigatoriedade do uso de cinto de segurança, como uma forma de impedir a corrupção do corpo mortal, isto é, num acidente o indivíduo não ser vitimado. Pois bem, em primeiro lugar, nos primeiros anos, as pessoas só usavam o cinto por causa do constrangimento da multa pecuniária. Aliás, houve gente na época que até comprou camisa do Vasco da Gama ou da Ponte Preta para simular uma faixa, de modo que o agente de trânsito não pudesse perceber a ausência do cinto. Hoje, quase ninguém se lembra da multa quando vai colocar o cinto. Durante todo esse tempo, as pessoas foram se conscientizando. Até as próprias crianças, por influência da escola, foram ensinadas a chamar a atenção dos pais quanto ao uso do cinto. E ainda, a indústria criou carros que não dão partida no motor se o motorista não estiver com o cinto. Temos, então, um conjunto de medidas de proteção à corrupção do corpo mortal. Outro fato que merece ser lembrado: há 30 anos, num espaço público, eu, que fui fumante, poderia acender um cigarro sem nenhuma dificuldade. Há 20 anos haveria uma placa: ‘Pede-se não fumar’, como um apelo à minha consciência. Há 10 anos haveria uma placa dizendo: ‘Proibido fumar’. Aí não era um apelo à minha consciência, era uma ordem. Hoje, quase não há placas nos lugares e as consciências estão formadas. Seria a minha consciência, se eu ainda fosse fumante, que me levaria a não acender um cigarro”, acrescenta Cortella.

Os autores

Mario Sergio Cortella - Nascido em Londrina (PR). Filósofo e escritor, com mestrado e doutorado em Educação, professor titular da PUC-SP (na qual atuou por 35 anos, 1977/2012), com docência e pesquisa na pós-graduação em Educação: Currículo (1997/2012) e no Departamento de Teologia e Ciências da Religião (1977/2007). É professor convidado da Fundação Dom Cabral (desde 1997) e o ensinou no GVpec da FGV-SP (1998/2010). Foi secretário municipal de Educação de São Paulo (1991-1992), tendo antes sido assessor especial e chefe de gabinete do Prof. Paulo Freire. É autor de diversos livros nas áreas de educação, filosofia, teologia e motivação e carreira.

Clóvis de Barros Filho - É graduado em Direito pela USP e em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero, com mestrado em Science Politique pela Université de Paris 3 - Sorbonne-Nouvelle e doutorado em Ciências da Comunicação pela USP. Obteve a livre-docência pela Escola de Comunicações e Artes da USP, onde atualmente é professor.

Tem vários livros publicados, como “A filosofia explica as grandes questões da humanidade” (em coautoria com Júlio Pompeu; Casa do Saber/Casa da Palavra, 2013) e “A vida que vale a pena ser vivida” (em coautoria com Arthur Meucci; Vozes, 2010).

Serviço:

Palestra de lançamento e sessão de autógrafos do livro Ética e Vergonha na Cara! (Papirus 7 Mares) com Mario Sergio Cortella e Clóvis de Barros Filho

Quando: 15 de abril, terça-feira

Onde: Teatro Brasil Kirin, localizado no terceiro piso do Iguatemi Campinas (Av. Iguatemi, 777, Vila Brandina, Campinas, SP)

Horário: 19h30

Retirada de convites: A partir do dia 10 de abril, na Saraiva MegaStore do Iguatemi Campinas (primeiro piso), limitados a dois por CPF e sujeitos a lotação;

Entrada gratuita e estacionamento cortesia com convite do evento.