Xilogravuras inéditas de Oswaldo Goeldi estão em "As flores de Goeldi", exposição no Shopping West Plaza, em São Paulo, a partir de 4 de Setembro de 2020, sexta-feira, e aberta à visitação até 4 de Outubro.
A exposição reúne 22 obras de Oswaldo Goeldi, todas retratando flores, uma coleção nunca publicada ou mostrada ao público. A temática ligada à botânica deverá surpreender aos admiradores da arte do mais influente gravador brasileiro, pelo contraste com suas obras mais conhecidas, sempre sombrias.
Complementarmente, a mostra tem também uma versão virtual, que está em http://oswaldogoeldi.org.br/_exposicoes/flores/index.php.
A curadoria de "As flores de Goeldi" é de Lani Goeldi, sobrinha-neta do artista. Ela conta que "as xilogravuras foram realizadas durante a década de 1950 por encomenda da Editora Agir, quando o artista atuava como ilustrador. Nunca publicadas, foram resguardadas em coleção particular".
Para a criação das obras reunidas em "As flores de Goeldi", o artista inspirou-se nas memórias dos primeiros anos de sua infância, quando residiu em Belém e conviveu com o cotidiano de seu pai, Emilio Goeldi, renomado zoólogo e naturalista.
Segundo Lani Goeldi, "nestas xilogravuras coloridas Oswaldo Goeldi retrata a natureza de uma forma ímpar, com cores e luzes impressas de forma nunca antes vista, revelando a necessidade consciente de estar sempre próximo à natureza."
Oswaldo Goeldi
Primeiras gravuras modernas no Brasil – Gravador, desenhista, ilustrador e professor, Oswaldo Goeldi (1895-1961) nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 1895.
Logo após seu nascimento, e até os seis anos de idade, morou em Belém com os pais. Em seguida viveu na Suíça, onde realizou estudos de arte e conheceu a obra do austríaco Alfred Kubin, que se tornaria sua maior influência artística.Em 1917 fez, em Berna, a primeira exposição individual.
Em 1919, pouco depois da morte do pai, retornou ao Brasil, fixando residência no Rio de Janeiro. Executou trabalhos como ilustrador e em 1921, fez sua primeira individual brasileira, no Liceu de Artes e Ofícios. Considerado o autor das primeiras gravuras modernas no Brasil, a partir de 1923 dedicou-se intensamente à xilogravura. A partir de meados dos anos 1930 começou a experimentar o uso da cor em suas xilogravuras.
Fez trabalhos para revistas, livros e periódicos. Ao longo da carreira realizou inúmeras mostras individuais e coletivas, seguidas por tantas outras ocorridas após sua morte, no Brasil e no exterior. Expôs na 25ª Bienal de Veneza em 1950. Ganhou o Prêmio de Gravura da 1ª Bienal de Veneza em 1950. Ganhou o Prêmio de Gravura da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1951.
Atuou como professor a partir de 1952 e três anos mais tarde passou a ensinar xilogravura na Escola Nacional de Belas Artes.
Hoje, Oswaldo Goeldi é venerado no meio artístico e suas obras referência no campo da gravura em todo o mundo.
O Projeto Goeldi – Agregando obras ao acervo da família Goeldi, instituiu-se o Projeto Goeldi visando divulgar o trabalho do artista e aproximar da comunidade o lado íntimo deste gravador tão respeitado pelos intelectuais e tão próximo dos miseráveis e excluídos. Com esse conceito, o Projeto Goeldi com sede na cidade de Taubaté, SP, desde 1997 protagoniza o renascimento da alma do artista e sua paixão pela gravura.
Ao resgatar sua memória e apresentar sua produção, rica em referências, o público tem acesso a informações inéditas sobre a arte brasileira envolvida no clima mágico que permeava a obra de Goeldi. Além disso, sua intensa atividade na vida artística por vezes serve como cenário imaginário no mundo encantado e onírico de suas maravilhosas obras.
Serviço – "As flores de Goeldi", exposição com 22 xilogravuras coloridas de Oswaldo Goeldi, tem abertura em 4 de Setembro, sexta-feira, no Bloco B, 2º Piso, do Shopping West Plaza – Av. Francisco Matarazzo s/n, Água Branca, tel. (11) 3677-4158.
Visitação até 4 de Outubro, domingo – todos os dias, das 12 às 20 horas.
A entrada é franca.
A exposição "As flores de Goeldi" é uma realização da Associação Artística Cultural Oswaldo Goeldi e do Projeto Goeldi, com apoio do ProAC-Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo.