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O que esses cortes na sua pele querem dizer? - Coluna Psicologia por Letícia Kancelkis

Vivemos uma terrível realidade: nossos adolescentes têm se automutilado com uma frequência dramática. O que significa isso? O que a alma desta geração está gritando por intermédio de seus braços e pernas cortados por facas, giletes e até lapiseiras?

Tantos deles têm sentido um imensurável “vazio”, e este, a meu ver, nascido de uma inversão de papéis e também de valores.

Existem “psicologias” que vêm demonizando o velho e bom “não” de uma tal maneira que muitos pais tornaram-se amigos de seus filhos. Você pode perguntar o que há de mal nisso e posso dizer que, na verdade, isso é maravilhoso, desde que o papel de pai e o de mãe prevaleçam.

Precisamos contar a nossos filhos o que é aceitável, agradável ao outro, o que é seguro e o que não é, simplesmente por vivermos em sociedade. Se não os frustrarmos com nossos limites e apresentação de referências, absolutamente nada os satisfará. As chances de serem tomados por uma fome insaciável são enormes e tal fome é da alma; nem milhares de barras de chocolate e nem tampouco trinta pares de sapatos de uma só vez preencherão tamanha cratera

O que fazer, então, diante dessas estatísticas assombrosas de automutilação e suicídio? Tenho algumas sugestões para você:

1.   Reserve um momento específico por dia para ser dedicado INTEIRAMENTE a seu filho; se você trabalha demais, ao menos vinte minutos você consegue deixar especialmente para ele, certo?

*Neste período diário, demonstre interesse por ele, perguntando como foi seu dia;

*Descubra um jogo (de preferência não tecnológico) de que vocês gostem e joguem juntos;

     2. Observe os comportamentos dele(a). A forma como se veste    pode trazer dados importantes; esteja atento ao uso de agasalhos, quando está calor;

3.   Escute-o sem julgamentos, apenas buscando orientá-lo o melhor possível. Caso tenha dúvidas em relação a como agir ou ao que falar, adie a ação, buscando refletir e sentir-se seguro antes de mais nada;

 

4.   Reduza ao mínimo possível o uso de celulares e computadores, aumentando o convívio familiar;

 

5.   Procure ajuda profissional, caso necessário;

 

6.   Abrace-o(a) e beije-o(a) muito;

 

7.   Elogie seus pontos positivos sempre que surgir uma oportunidade.

 

Vamos correr para o lado contrário dessas estatísticas, tomando consciência destas necessidades!

Envie um e-mail para mim, contando sua experiência!

Leticia Kancelkis

Coluna Psicologia

Formada em Psicologia desde 1999, Mestre e Doutora em Psicologia Clínica de referencial Psicanalítico pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC Campinas). Autora dos livros: “O Sol Brilhará Amanhã: Anuário de uma mãe de UTI sustentada por Deus” e “Uma menina chamada Alegria”. Atua como Psicóloga Clínica, atendendo também por Skype. Contato: leticia.ka@hotmail.com