Espero todos estejam bem.
Nas últimas semanas, temos tratado de investimentos no Mercado de Derivativos.
E para fechar essa questão em duas etapas iremos abordar o tema de Swap que sempre causa curiosidade e certa ansiedade nos investidores.
O Swaps é um contrato de acordo em que dois investidores negociam a troca de rentabilidade entre dois ativos, isso quer dizer que eles trocam de fluxo de caixa entre si, tendo como ponto de partida a rentabilidade de um dos ativos em comparação com a do outro já que o objetivo final é reduzir os riscos e aumentar a previsibilidade para quem está envolvido na operação.
Partimos do pressuposto em que um contrato de swap de ouro contra Ibovespa, principal índice de ações do mercado brasileiro. Se na data de vencimento do contrato o ouro tiver uma valorização abaixo da variação do Ibovespa, quem comprou Ibovespa e vendeu ouro receberá a diferença de rentabilidade. Já se o retorno do ouro for superior à variação do Ibovespa, ganha a diferença quem comprou ouro e vendeu Ibovespa.
Já que o entendimento sobre o que é o swap e como funciona, é possível apontar os tipos existentes no mercado.
- Swap cambial
O swap cambial é um dos tipos mais comuns que vemos no mercado financeiro que consiste na troca de taxa de variação cambial, ou seja, a volatilidade do preço de certa moeda estrangeira por uma taxa de juros definida antecipadamente.
Por exemplo, pode ser realizada a troca da oscilação do dólar pela oscilação da libra esterlina.
Durante o contrato, é realizada a troca (swap) entre a variação da cotação de cada uma das moedas, acrescido de uma taxa de
juros estabelecida no início do contrato. Isso traz proteção aos participantes do mercado que não desejam estar vulneráveis à oscilação de uma moeda em específico.
Já no caso das operações de Day Trade, por exemplo, o swap cambial apresenta um impacto significativo, já que influencia diretamente o valor do dólar, bem como o dólar futuro e por conta disso, quem normalmente se envolve em operações de swap cambial é o Banco Central, que utiliza essa prática com o objetivo de que o dólar caia frente ao real para controlar a volatilidade do câmbio.
Resumindo, os swaps cambiais são ferramentas essenciais para o controle das taxas de inflação e de câmbio.
Swap de índices
A troca no swap de índices segue a mesma lógica já que é realizada entre indexadores como o IGP-M, IPC-Fipe ou INPC, com outros que podem estar relacionados a ações, como o Ibovespa., então, dessa forma, a troca entre as partes acontece com a rentabilidade de determinado índice.
Swap de taxa de juros
O swap de taxas de juros é um contrato em que acontece a troca de indexadores que estão associados aos seus ativos ou passivos e que uma das variáveis é uma taxa de juros.
Suponha que um investidor tenha um CDB de um determinado banco, que rende a uma taxa prefixada, e queira se proteger contra uma provável alta dos juros, então, nesse caso, pode-se realizar uma operação de swap com uma outra instituição financeira, trocando a taxa prefixada por uma taxa de juros pós-fixada.
De forma independente da oscilação da taxa de juros, o investidor receberá a rentabilidade com base na taxa de juros pós-fixada, uma vez que renunciou à taxa prefixada.
Caso, ao longo da duração do contrato de swap, o percentual da taxa pós-fixada supere o da taxa prefixada, o investidor terá feito um bom negócio e caso contrário, teria sido melhor não ter realizado o contrato e se mantido com a taxa prefixada.
Swap de commodities
Trata-se basicamente de um contrato em que duas instituições trocam fluxos associados à variação sofrida nas cotações de commodities e logo, o preço flutuante é trocado por um preço fixo por um certo período.
Na próxima semana fechamos o tema Swap e suas diferenças.
Tem dúvidas, estou à disposição. Até mais!
Rodrigo Teixeira Mendes
Coluna Investimentos
Natural de São Paulo-SP-Brasil e hoje residindo em Bournemouth-Dorset, Inglaterra, com graduação em Direito pela UNIP e pós graduação em Administração de Negócios pelo Mackenzie e Finanças Corporativas pela UNICAMP.