Peaky Blinders: a gangue mais cool que há - Coluna Entretenimento por Milena Baracat

O drama gangster produzida pela BBC estreou em 2013 e está na sua quarta temporada (todas disponíveis no Netflix), mas desde o ano passado vem ganhando cada vez mais atenção e adeptos.

 A série - que se passa no início dos anos 20 em Birmingham, coração da revolução industrial da Inglaterra e lar de gangues famosas - narra o mundo violento, charmoso e ambíguo da máfia britânica, quando, Thomas Shelby (líder da família e da gangue Peaky Blinders ) volta da Primeira Guerra Mundial com o objetivo de estabelecer domínio na cidade com muito contrabando, assalto e apostas ilegais.

Peaky Blinders é excelente em todos os sentidos: elenco, roteiro, fotografia, ambientação e trilha sonora (White Stripes, Tom Waits, Arctic Monkeys, The Black Keys, Jack White, Nick Cave...). Não há uma única crítica negativa a ser feita. A escolha do elenco não poderia ter sido melhor. Assistir Cillian Murphy em seu personagem Thomas ‘Tommy’ Shelby, que parece frio emocionalmente com seu olhar congelante... vale o show!

Misture tudo isso ao fato de ser inspirada nos gângsteres reais do final do século XIX. Embora o personagem central Thomas Shelby seja uma obra de ficção, os verdadeiros mafiosos também foram tão dramáticos, violentos e sombrios quanto aparece na série.

Segundo Steven Knigh, criador da série, essa foi uma era decadente, quando armas e gangues dominavam. “Havia muita cocaína, muito ópio. Se você ler o Daily Mail daqueles dias, o grande escândalo era sobre casas noturnas, com muita cocaína e orgias. Todo mundo estava fazendo sexo com todo mundo. As pessoas achavam que a Inglaterra estava indo para o inferno.”

Mas, afinal, quem foram os verdadeiros Peaky Blinders?

Em entrevista ao Birmingham Mail, o historiador britânico Carl Chinn, acredita que os Peaky Blinders foram seguidos por uma grande gangue pré-guerra chamada Brummagem Boys (do grupo conhecido por The Birmingham Gang): uma “coleção solta de batedores de carteira, ladrões de corridas e pragas que estavam ganhando muito poder”. Eles se tornaram as gangues mais temidas e notórias do país, lideradas por Billy Kimber, um temível gângster, ex-Brummagem Boy, que se tornou o mafioso mais poderoso da Inglaterra. Aliás, ele está na primeira temporada da série.

DETALHE: A série começa com o roubo de um carregamento de armas da fábrica BSA (Birmingham Small Arms, em Small Heath). O plano é revendê-lo para o Exército Republicano Irlandês, o IRA. Winston Churchill, então secretário de Estado, manda um investigador para Birmingham. Não se sabe ao certo se o roubo do armamento da BSA realmente ocorreu como é contado na série, mas Churchill teria mandando, sim, um investigador para Birmingham na época.

Apesar de ser um tesouro da BBC, a série ficou meio que escondida no catálogo na Netflix, mas é muito, muito famosa na Inglaterra.

Há hoje inúmeros sites dedicados ao estilo de Tommy Shelby e sua turma. “Como se vestir como um Shelby”, “como conseguir o autêntico look Peaky Blinders”, “como fazer o corte de cabelo em casa”, “a história dos chapéus usados pelos Peaky Blinders” e por aí vai, sempre com serviços para você comprar online as peças necessárias para montar o look.

Tem até lojas especializadas na época e que usam a série como marketing. E muitas marcas se beneficiam com essa procura, de Topman a Alexander McQueen. “Há um retorno às peças nostálgicas que emanam os arredores dos irmãos Shelby”, diz Gordon Richardson, diretor de design da Topman.

Fazia tempo que uma série não tinha tanta influência no universo masculino.

Enfim, por todos esses motivos, Peaky Blinders, se tornou a gangue mais cool que há, portanto, “by the order of the Peaky fucking Blinders”, ASSISTA!


FONTE: The Sun / Radiotimes / Birmingham Mail / The Gardian / Netflix / Crédito: Uol (ffw.uol.com.br)

Livro: The Real Peaky Blinders de Carl Chinn (£ 12.95, Brewin Books) está disponível online e em boas livrarias.

 

Milena Baracat

Coluna Entretenimento

Formada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Atualmente presta assessoria ao Site Raquel Baracat.