Durante as últimas semanas, muito se falou sobre geração Z e millenials, tudo por conta do meme do cringe que, sinceramente, já deu o que tinha que dar, mas ainda está rendendo nas redes sociais.
(Saiba sobre cringe em: https://raquelbaracat.com/blog-da-raquel-baracat/2021/6/23/cringe-o-que-e-por-que-virou-meme-coluna-entretenimento-por-milena-baracat)
Pode parecer que assunto é desnecessário, mas saiba que no mundo do marketing e dos negócios, acompanhar o ritmo das transformações sociais, econômicas e tecnológicas são tão importantes quanto as mudanças geracionais.
E são eles, os jovens, que ditam através de seu comportamento, de suas motivações e de seus interesses, a maneira que o marketing deve atuar. Portanto, transição geracional é um assunto de grande importância para a gestão de qualquer negócio.
Diferentes faixas etárias, cada uma com suas particularidades...como extrair o melhor delas? Bom, primeiro você precisa conhecê-las:
Geração Baby Boomers: nascidos entre 1940 e 1960 (atualmente com 60 a 80 anos). Nasceram no período pós-Segunda Guerra Mundial, um momento de reconstrução, em que houve um grande aumento na taxa de natalidade. Para o mercado de consumo, é importante perceber que os Baby Boomers concentram hoje grande parte da riqueza mundial e as principais tomadas de decisão ao redor do mundo, tanto no comando de países quanto de grandes empresas.
Geração X: nascidos entre 1960 e 1980 (atualmente com 40 a 60 anos)
Possuem algumas características dos Baby Boomers, como a busca pela estabilidade na carreira, a disciplina e o respeito pela hierarquia. Mas eles também reforçam a ideia de liberdade de serem e curtirem o que quiserem.
Muitos dessa geração abriram sua própria empresa e hoje representam grande parte dos empresários, inclusive de startups. Aliás, segundo a Fiesp, 38% das startups brasileiras são de pessoas com mais de 45 anos.
Além disso, essa é uma forte geração no que diz respeito ao consumo. Embora não tenha toda a riqueza dos Baby Boomers, a Geração X tem um alto poder de consumo e procura aproveitar sua condição econômica da maneira mais intensa possível.
Geração Y (millennials): nascidos entre 1980 e 1995 (atualmente com 25 a 40 anos)
Última geração a conhecer o mundo sem internet. Esse grupo viu a internet nascer, o mundo se tornar mais veloz e a informação circular rapidamente em questão de segundos.
Um estudo bastante interessante realizado pelo Think With Google trouxe uma divisão desse grupo: os Old Millennials e os Young Millennials.
Essa divisão ocorre em qualquer geração, mas na Geração Y ela é mais evidente devido a dois marcos: o surgimento dos smartphones e da cultura mobile (2007) e a quebra de instituições financeiras que originou uma recessão global (2008).
O estudo, então, sugere que os Old Millennials são aqueles que tiveram sua infância nos anos 90 e ainda viveram parte da sua vida sem internet. Porém, quando smartphones e redes sociais surgiram, eles já eram adultos. Como características, eles tendem a ser mais otimistas, colaborativos e flexíveis
Já os Young Millennials foram crianças (ou já adolescentes) nos anos 2000. Esses nasceram conectados à internet e, na infância, já adotaram a cultura mobile. Porém, conheceram um mundo em recessão e, por isso, tendem a ser mais realistas, questionadores e financeiramente conscientes.
Geração Z: nascidos entre 1995 e 2010 (atualmente com 10 a 25 anos)
Embora os millennials tenham ganhado bastante atenção nos últimos anos, é a Geração Z (ou apenas GenZ) que está motivando mais estudos pelo marketing atualmente. A Geração Y já está envelhecendo, e o marketing precisa conhecer melhor os jovens que estão chegando ao mercado e ditando como as marcas devem se comportar.
Essa geração já nasceu em um mundo conectado e cresceu com um celular na mão, por isso também são chamados de “nativos digitais”. Para eles, não existe divisão entre online e offline, já que estão conectados a todo momento, em todo lugar.
Se a Geração Y já se preocupa com as questões ambientais e sociais, a Geração Z vai além e transforma a preocupação em ativismo.
Segundo uma pesquisa do Think With Google, 85% dos jovens da Geração Z disseram estar dispostos a doar parte do seu tempo para alguma causa. E um estudo da Box 1824 mostrou que 63% da Geração Z defende toda causa ligada à identidade das pessoas (gênero, etnia e orientação sexual, por exemplo).
Assim, eles conseguem angariar seguidores que compartilham dos mesmos pensamentos, criar redes de ativismo e ainda mobilizar movimentos que saem das telas e ocupam as ruas.
É de maneira crítica também que eles olham para o poder da internet e das redes sociais. Embora sejam ferramentas poderosas para a militância e a mobilização, elas também podem ser traiçoeiras ao promover um estilo de vida ilusório e afetar a saúde mental, o que gera muitos casos de ansiedade e depressão.
Além disso, essa geração tem uma identidade bastante fluida. Não tente defini-los ou colocá-los em caixinhas. Eles são o que quiserem ser, naquele momento, naquele contexto. Eles são ainda mais plurais e dinâmicos que a Geração Y e, por isso, diversidade e inclusão são conceitos intrínsecos à sua identidade e à sua concepção de sociedade.
Geração Alpha: nascidos a partir de 2010 (atualmente com até 10 anos)
Se a Geração Z é a bola da vez, a Geração Alpha é a primeira da fila na mira do marketing.
Porém, ainda não existem muitos estudos sobre a Geração Alpha. Sabe-se que eles já nascem em um período de recessão econômica no Brasil e crescem em uma época de polaridade e extremismo. Mas não há como prever o futuro e o efeito que isso terá no seu comportamento.
Quanto às mídias, as crianças da Geração Alpha se relacionam naturalmente com o celular e a internet. Porém, o que vai marcar essa geração é a sua relação com a inteligência artificial. Dessa maneira, a tecnologia se torna ainda mais integrada à sua vida, até mesmo ao seu próprio corpo.
Em entrevista ao Grupo Padrão, Fernanda Furia, mestre em psicologia de crianças e adolescentes, afirma que a Geração Alpha será protagonista do início de uma relação afetiva entre seres humanos e máquinas.
Essas crianças recebem tantos estímulos, mas lidam com isso desde tão cedo, que provavelmente estarão mais preparadas para as transformações que estão por vir, ou que elas mesmas vão provocar. Afinal, o poder de militância, contestação e mobilização da geração anterior tende a ter continuidade.
Criadas pela Geração Y ou até pela Z, as crianças da Geração Alpha tendem a ser ainda mais livres em relação à sua identidade. Meninas já não crescem mais em um mundo cor-de-rosa, o que tende a torná-las cada vez mais protagonistas, em posições de poder. Gênero e orientação sexual provavelmente não serão amarras, assim como o direito à diferença será uma causa ainda mais fortalecida.
Mas, por enquanto, ainda estamos na base das suposições. Somente daqui a alguns anos saberemos como essas crianças vão se comportar como jovens cidadãos e consumidores.
Créditos: rockcontent
Fonte: Fiesp / Think With Google / Box 1824 / Grupo Padrão.
Fotos / Reprodução: Google
Milena Baracat
Coluna Entretenimento
Formada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Cria conteúdo digital e presta assessoria ao Site Raquel Baracat.