O câncer infantojuvenil consiste em um conjunto de doenças que apresentam características próprias. No Brasil, conforme dados publicados pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA), a estimativa de casos novos de câncer infantojuvenil para o triênio 2020-2022 é de 8.460, sendo 4.310 para o sexo masculino e 4.150 para o sexo feminino. Os óbitos por câncer entre crianças, adolescentes e adultos jovens correspondem à segunda causa de morte, embora esse padrão se diferencie de acordo com a região.
SETEMBRO foi o mês escolhido para intensificar a conscientização sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer infantojuvenil, representado mundialmente pelo símbolo do LAÇO DOURADO.
Quais os tipos de câncer infantojuvenil mais frequentes?
Os tipos histológicos mais frequentes na criança e no adolescente são as leucemias, os tumores do sistema nervoso central e os linfomas.
Quais são os principais sinais e sintomas de alerta para o câncer infantojuvenil?
Os sinais e sintomas do câncer infantojuvenil são geralmente inespecíficos e não raras vezes, a criança ou o adolescente podem ter o seu estado geral de saúde ainda não comprometido no início da doença. Os sinais e sintomas de alerta para o câncer infantojuvenil são:
• Leucocoria ( " mancha branca no olho");
• Estrabismo ( olhos vesgos) ou nistagmos ( olhos tremendo)de início repentino;
• Alterações nos olhos como inchaço;
• Aumento de volume em qualquer região do corpo, principalmente sem dor e sem febre, podendo estar associado ou não a sinais inflamatórios;
• Lesões roxas pelo corpo em regiões pouco frequentes, sobretudo quando não associadas a algum tipo de traumatismo;
• Dores persistentes nos ossos, nas articulações e nas costas, especialmente se desperta a criança à noite, associada ou não a edema, massa ou limitação funcional;
• Fraturas, sem trauma;
• Sinais precoces de puberdade: acne, voz grave, ganho excessivo de peso, pelos pubianos ou aumento do volume mamário nas meninas menores de 8 anos de idade e nos meninos menores de 9 anos de idade;
• Dor de cabeça persistente e progressiva, associada ou não a vômitos, diabetes insipidus, neurofibromatose, alterações na marcha, no equilíbrio e na fala, além de perda dehabilidades desenvolvidas e alterações comportamentais;
• Febre prolongada, perda de peso, palidez ou fadiga persistente e inexplicadas;
• Prurido ( coçeira) e sudorese noturna;
• Aumento inexplicado de volume testicular;
• Dor e/ou massa abdominal;
• Xixi com sangue, hipertensão arterial inexplicadas por outras causas;
• Aumento do fígado e do baço;
• Dor nas costas;
• Manchas na pele com modificação de características prévias em áreas de exposição solar ou de atrito;
• Obstrução nasal, sangramentos inexplicados;
• Dor de ouvido crônica;
• Sangramento vaginal;
• Tosse seca e persistente, inchaço de face inexplicadas;
• Linfonodomegalia cervical ( aumento dos linfonodos )em adolescente;
• “Dor de dente” rebelde ao tratamento.
Como é realizado o tratamento do câncer infantojuvenil?
O diagnóstico definitivo do câncer é fornecido pelo exame cito ou histopatológico de uma amostra da lesão ou tumor obtida por meio de diversos procedimentos.O tratamento se inicia com o correto diagnóstico. Neste contexto, é fundamental que o diagnóstico e tratamento sejam realizados emcentro especializado em oncologia pediátrica, por equipe multiprofissional e individualizado para cada tipo histológico específico e de acordo com o estadiamento clínico da doença.O tratamento compreende diversas modalidades terapêuticas, como quimioterapia, radioterapia, cirurgia, imunoterapia, transplante de medula óssea ou de órgãos.
Quais as chances de sobrevida para as crianças e adolescentes com câncer?
Dados de um estudo sobre o panorama do câncer infantojuvenil divulgados pelo INCA e pelo Ministério da Saúde identificaram que a sobrevida estimada no Brasil por câncer na faixa etária entre zero e 19 anos é de 64%, variando nas diversas regiões do país, refletindo assim, possíveis iniquidades no acesso ao diagnóstico e ao tratamento.Atualmente, cerca de 80% das crianças e adolescentes com câncer podem ser curados, se diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados pediátricos com protocolos cooperativos.
Dados : Nota especial da Sociedade Brasileira de Pediatria : " Setembro é Dourado . A Sociedade Brasileira de Pediatria é parceira nessa causa " / setembro de 2021
Carolina Calafiori de Campos
Dra Carolina Calafiori de Campos - CRM 146.649 RQE nº 73944
Médica Formada pela Faculdade de Medicina de Taubaté, Especialização em Pediatria pelo Hospital da Puc Campinas, Especialização em Medicina Intensiva Pediátrica pelo Hospital da Puc Campinas, Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria - Contato: carolinacalafiori@hotmail.com