Reforma em casa de Harry e Meghan usou R$ 11,6 mi de dinheiro público

Britânicos mostram-se revoltados com gastos de Harry e Meghan


Príncipe Harry e Meghan Markle gastaram 2,4 milhões de libras (algo em torno de 11,6 milhões de reais), provenientes de impostos pagos pelos contribuintes britânicos, para reformar sua nova casa, o Frogmore Cottage, em Windsor. O valor foi divulgado na última demonstração financeira anual da Família Real.

De acordo com a CNN, os trabalhos de reforma incluíram a remoção de uma chaminé, retoques no teto, adição de escadas e instalação de lareiras. Esses reparos foram custeados pelo Sovereign Grant, fundo de recursos públicos destinado à Família Real para pagamento de salários da equipe da rainha, manutenção de palácios e custos com viagens. Gastos com instalações, equipamentos e mobília no novo lar do casal real, no entanto, foram pagos com recursos próprios da família.

O Frogmore Cottage anteriormente compreendia um prédio com cinco apartamentos, tendo passado por uma grande reestruturação para ser convertida em uma residência única. Os dois se mudaram para o endereço antes do nascimento de seu primogênito, Archie.

Ainda de acordo com o relatório financeiro, o Sovereign Grant custou aos contribuintes um total de 67 milhões de libras entre 2018 e 2019, 41% a mais do que no ano anterior.

Fonte: https://veja.abril.com.br/entretenimento/reforma-em-casa-de-harry-e-meghan-usou-r-116-mi-de-dinheiro-publico/amp/

O que a tradição de beber chá diz sobre os britânicos

Pode ser com leite, açúcar, limão ou puro: o que importa, para os britânicos, é tomar chá.

Há algo no sabor amargo que provoca devoção entre eles: os britânicos consomem 60 bilhões de xícaras por ano, de acordo com a Organização de Chás e Infusões. Isso representa mais de 900 xícaras por ano para cada homem, mulher e criança na Grã-Bretanha - apesar de não haver dúvida de que alguns apreciam a bebida muito mais do que outros.

O chá se tornou indissociável da vida britânica - quem não ouviu falar do famoso chá das 17h? Mas o essa bebida tem que provoca tanto amor? E mais: o que a forma de beber diz sobre as pessoas?

O sabor do chá está relacionado à forma como ele é plantado, processado e preparado - começando pela luz. Há plantações de chá - cujo nome original é camellia sinesis - nas regiões tropicais e subtropicais. Mas se a intenção for fazer alguns tipos específicos de chá verde com ele, como o matcha, os agricultores precisam garantir que eles fiquem em sombras, com redes ou cobertas.

Menos sol faz com que eles produzam mais clorofila e menos polifenol, um tipo de molécula que afeta a adstringência do chá.

É claro que alguns podem gostar deste sabor específico, e a forma como o chá é processado pode amplificá-lo. Após as novas folhas e brotos serem colhidos do arbusto, elas são colocadas para secar

O tempo em que ficam secando depende, outra vez, do tipo de chá que será feito. Para chás verdes, as folhas são quase imediatamente jogadas numa panela quente ou vaporizadas (o chá pode parecer algo cru, mas ele na verdade é cozido, ou pelo menos submetido ao calor).

Para um chá oolong (tradicional bebida chinesa que fica entre o chá verde e o preto), as folhas são secas por um tempo, amassadas e só então cozidas.

E o chá preto, a variante mais popular (78% do volume bebido em todo o mundo), é feito com as folhas deixadas para secar por bastante tempo antes de serem finalizadas no fogo.

O que está por trás de tudo isso é que, enquanto as folhas de chá estão secando, enzimas da planta estão ocupadas, transformando moléculas simples em outras, mais complexas. Quando mais tempo o chá fica secando, mais essas enzimas trabalham - e essas moléculas ficam cada vez mais complexas.

A mais famosa é provavelmente a theaflavin, um emaranhado de anéis de carbono responsável por algumas das cores avermelhadas dos chás pretos, assim como por sua adstringência.

Aquecer as folhas no fogo interrompe o processo ao destruir as enzimas. Como resultado, há muito pouco theaflavin e moléculas como estas em, digamos, chás verdes.

Mas centenas de outros compostos se formam no chá com o tempo - seus papéis ainda não estão claros. O que se sabe é que o resultado final é um perfil químico diferente para cada tipo de chá.

Saúde

Dado à quantidade de pessoas que bebem chá, há um interesse em saber se o hábito traz algum benefício medicinal. Acredita-se que as moléculas encontradas na bebida podem proteger células de danos, mas apesar de tanta pesquisa ainda há evidências conflitantes sobre haver algum benefício além de deixar o corpo quentinho e a mente ligada.

Porque, é claro, há os estimulantes. Uma xícara de chá tem cerca de metade da cafeína do mesmo volume de café, mas ainda serve para evitar o sono após o almoço.

Você pode já ter ouvido falar que a "onda" provocada pela cafeína do chá é diferente da que se sente ao tomar café. Estudos descobriram que isso pode ocorrer por causa de um aminoácido chamado teanina, que ocorre no chá.

Quando os voluntários dos testes consumiram tanto cafeína quanto teanina - versus cafeína e outras moléculas do chá - elas se mostraram, de forma moderada, mais alertas e com mais capacidade de alternar entre tarefas do que apenas com cafeína.

Porém, a quantidade em uma xícara pode não ser a mesma que as doses dadas durante um estudo, e o efeito da teanina não é enorme. Mas parece fato que a cafeína do chá vai ter dar uma levantada.

É isso que faz o chá ter o gosto que tem (e que dá energia para quem bebe). Mas por que essa mistura de moléculas significa tanta coisa para os britânicos?

A antropóloga Kate Fox escreve, no livro Watching the English, que há diversas mensagens claras enviadas sempre que um britânico faz um chá.

Ela diz que os tipos mais fortes - com doses maiores dessas moléculas - são tipicamente bebidas pela classe trabalhadora. E o chá vai ficando mais fraco a medida que a pessoa sobe na escala social.

Acrescentar leite - algo muito comum no Reino Unido - e a forma de adoçar tem seus códigos particulares.

"Usar açúcar no chá é considerado como um indicador infalível de pertencer à classe baixa: até uma colher de açúcar traz suspeita (a não ser que você tenha nascido antes de 1955); mais de uma e você é no máximo de classe média baixa para média; mais de duas e você é, definitivamente, da classe trabalhadora", ela escreve.

Outra regra envolve quando e como o leite é acrescentado - ou se é acrescentado: beber um chá Lapsang Souchong sem açúcar ou qualquer tipo de adoçante pode ser um sinal de ansiedade de classe da classe média.

Fox sugere: é o mais distante possível que alguém pode chegar do doce e forte "chá dos pedreiros", como é chamado no país.

Quanto ao motivo de os britânicos beberem chá - algo que vem de outros países -, há pontos históricos que explicam como o costume foi parar ali.

Um cientista especialista em alimentação disse algo que parece se aplicar neste caso. "Na minha opinião, as escolhas em relação à comida são feitas com base no ambiente, no contexto", escreveu.

Você gosta do que gosta não necessariamente por uma qualidade intrínseca, apesar de que, obviamente, é possível que as pessoas desenvolvam um gosto por praticamente tudo. A importância real de uma comida ou bebida na sua vida pode ser por tudo que a cerca - a cultura dela.

Fox observa que na verdade, além das propriedades químicas, o chá é infalível em situações constrangedoras.

Após detalhar os significados por trás dos diferentes métodos de preparação, ela escreve: "Fazer chá é uma atividade perfeita para o 'deslocamento': sempre que um inglês se sente constrangido ou desconfortável (ou seja, quase o tempo todo), ele faz chá".

Também é interessante notar que algumas moléculas envolvidas no sabor dos chás provavelmente evoluíram como defesa contra pássaros, insetos e outros animais. Isso é um pouco irônico se você pensa em quanto os humanos são atraídos por eles - e o significado social ligado ao chá.

Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-36538971

Samuel e Arthur são os novos galãs da família real britânica!

E o melhor de tudo: os irmãos têm Instagram! Você quer realeza conectada, @?

Imagina fazer parte da família real britânica, mas não ser tão da realeza assim? Pode parecer confuso, mas não é tanto. Para exemplificar, vamos citar o nome de dois ingleses que talvez você não conheça tanto quanto conhece o Príncipe Harry: Samuel e Arthur Chatto. Os irmãos são netos da falecida Princesa Margaret, irmã da Rainha Elizabeth. Se, por um lado, os descentes diretos ao trono e seus respectivos parceiros não podem ter redes sociais pessoais, Sam e Art podem. E não só podem como têm!

Samuel David Benedict Chatto, de 21 anos, é o primeiro neto de Margaret, filho mais velho de Lady Sarah e Daniel Chatto. O leonino, que nasceu no dia 28 de julho de 1996, faz o tipo hypster britânico. Ele gosta de carros antigos, de usar óculos redondinhos, de comer cereal, de fazer ioga e de postar mensagens positivas nas legendas das fotos. Ele é o 22º na linha do trono.

Arthur Robert Nathaniel Chatto, em contrapartida, faz mais a linha ~bombadinho da academia~. O aquariano, nascido em 5 de fevereiro de 1999, tem 18 anos e é o segundo neto da Princesa Margaret. Ele é calouro na Universidade de Edimburgo e tem um pulsante sangue escocês correndo nas veias. Ele, por exemplo, sabe tocar gaita de fole e adora se aventurar em Portobello, praia da capital da Escócia. Fora isso, ele curte ir para a academia, fazer musculação, sair com os amigos, ir para baladas, mergulhar e zoar o irmão mais velho nas redes.

Para encerrar, uma foto em família: à esquerda, Sarah, mãe de Arthur e Samuel, que aparecem respectivamente à direita. Na época em que a fotografia foi tirada, Sam estava bem mais cabeludo. Quase um Sam Winchester! Entendedores entenderão. (risos)

Fonte: https://capricho.abril.com.br/vida-real/samuel-e-arthur-sao-os-novos-galas-da-familia-real-britanica/amp/

A história por trás do padrão xadrez tão usado em roupas e acessórios na Escócia

No Museu Nacional da Escócia, localizado no centro de Edimburgo, um item resume o relacionamento do país com o tartã, o padrão quadriculado há séculos associado com o país. Um casaco com punhos e colarinhos feitos de veludo vermelho não apenas tem estilo como parece confortável para ser usado nos dias de hoje.

Mas trata-se de uma peça com 272 anos de idade.

É o casaco usado por Carlos Eduardo Stuart durante sua tentativa frustrada de reconquistar a coroa britânica para os Stuart, a família real católica britânica destronada no século 17. Os Stuart eram escoceses e - assim como inúmeros escoceses de ontem e hoje, Carlos Eduardo usava o padrão como forma de afirmar sua identidade nacional.

O casaco é apenas um de muitos tesouros que fazem parte de uma exposição sobre o Levante Jacobita, liderado por Carlos em 1745. A exibição lança nova luz sobre a política do conflito, mas não deixa de lado a interessante estética da revolta - em especial a transição do tartã como costume regional para "marca" internacional.

Carlos Eduardo Stuart era neto de James II, o último rei católico da Inglaterra, derrubado em 1688 pelo nobre protestante William III. James fugiu para a França, mas até morrer nunca abriu mão de seu direito ao trono. E, em 1745, Carlos, então o "herdeiro" após a morte do pai (também chamado James) foi para a Escócia tentar formar um exército para lutar com os ingleses e remover do trono George II, o que restauraria a dinastia Stuart.

Apesar de ser descendente de escoceses, Carlos nasceu e cresceu em Roma - e jamais tinha visitado a terra dos antepassados. Mas o casaco com o padrão tartã era um sinal de simpatia perante os "compatriotas". Esse lance de relações-públicas funcionou e retratos do príncipe rebelde foram reproduzidos em toda sorte de objetos, de talheres a caixinhas de rapé - ganhou ainda o apelido de Bonnie Prince Charlie, algo como Carlos, o Bonitão.

De quebra, o garoto-propaganda do movimento Jacobita, como ficou conhecida a campanha pró-Stuart, arrebanhou adeptos suficientes para obter interessantes vitórias militares e marchar de forma triunfal até a cidade de Derby, percorrendo quase metade do território do Reino Unido antes de ser derrotado na Batalha de Culloden.

O príncipe fugiu da Escócia em 1746 e o Reino Unido ainda tem no trono a dinastia protestante que ele falhou em derrubar. Mas, apesar de derrotado nos campos de batalha, o tartã resistiu não apenas na Escócia e ganhou o mundo.

Mas como esse padrão virou uma marca global?

"Estamos falando de um tecido que sempre foi uma marca de distinção", diz Viccy Coltman, professora de História da Arte da Universidade de Edimburgo. "Isso faz parte de sua história".

Depois da Batalha de Culloden, o tecido foi banido da Escócia por ordem real. Mas isso deu ao tartã um certo status cult e, quando a proibição foi suspensa, em 1782, o padrão virou moda. Não era um sinal de apoio ao movimento jacobita, mas sim uma forma de ostentação da aristocracia e de uma emergente classe média.

"O movimento criou uma indústria de vestimentas consideradas relíquias", explica Coltman.

E os maiores compradores eram justamente os escoceses que ajudaram a derrotar Carlos Stuart. Essa apropriação teve seu auge em 1822, quando o rei George 4 visitou Edimburgo e Walter Scott, escritor de romances históricos sobre uma Escócia idealizada e um dos organizadores da visita real, arranjou um comitê de recepção nas ruas da cidade em que o traje era o tartã. Há até um retrato do soberano usando um kilt.

O padrão não era mais ameaçador - e sua suposta reabilitação estava completa.

A rainha Vitória continuou essa apropriação, usando xadrez em fotos oficiais em suas visitas a Balmoral, a residência de verão da família real na Escócia. Antes inimiga, a Escócia, virara destino de férias. O país se tornara uma marca e o tartã era parte integral de sua identidade - o padrão passou a fazer parte de todos os produtos para turistas.

Até o final do século 19 havia apenas algumas variedades do xadrez. Mas a mecanização da produção têxtil possibilitou a produção de imensas variações. Um consumidor com um sobrenome escocês podia escolher um tartã particular, quiçá associado a uma região específica, que depois era vendido para alguém com o mesmo sobrenome.

"Era tudo uma questão de tino comercial", explica David Forsyth, curador da exposição no Museu Nacional da Escócia.

E esse marketing misturado à mitologia criou uma vestimenta nacional.

No final do século, o tartã era muito diferente da vestimenta original do século 18. Feito à máquina em vez de à mão, o material moderno era mais barato e adaptado para todo tipo de usos. Acima de tudo, transformou-se em símbolo de lealdade à supremacia protestante, em vez de um tecido associado à causa católica.

O Império Britânico fez do xadrez um símbolo internacional. Regimentos militares escoceses vestiam o padrão e mercadores britânicos exportaram produtos com a estampa ao redor do mundo. O tartã era exótico, mas ao mesmo tempo familiar. Perigoso, mas respeitável. Você poderia vesti-lo como um outsider, ou um membro do status quo.

Findo o império, o tartã continua em voga. Designers de moda britânicos seguiram usando o padrão como inspiração, que também chegou à moda francesa. No mundo da música, tanto punks como novos românticos usaram tartã. O padrão se tornou tanto uma marca de rebeldia quanto de sofisticação.

"A história é escrita pelos vencedores", diz Forsyth. Mas embora tenha perdido a Batalha de Culloden, Carlos Eduardo Stuart ganhou a guerra da moda.

Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/vert-cul-41908736

Versão em inglês: http://www.bbc.com/culture/story/20170912-why-tartan-is-a-symbol-of-both-rebellion-and-sophistication