BRONQUIOLITE – entenda a doença que mais acomete os bebês no outono e inverno - Coluna pediatria por Dra. Carolina Campos

Pronto Socorro Infantil e consultórios de Pediatria lotados, muitas crianças com falta de ar e precisando de inalação, muita tosse e muito chiado no peito: um cenário comum , todos os anos, durante o outono e o inverno . Dentre as doenças respiratórias que mais acometem as crianças podemos citar a famosa Bronquiolite. Mas você sabe o que é essa doença? A Bronquiolite é uma infecção dos bronquíolos, que é o menor ramo da árvore brônquica, antes do ar chegar nos alvéolos pulmonares; ela acomete , principalmente , crianças menores de 2 anos e é causada por um vírus, sendo o mais comum deles o Vírus Sincicial Respiratório (VSR); os outros vírus causadores da Bronquiolite são :Parainfluenza, Influenza , Metapneumovírus e Adenovírus. A sazonalidade desse vírus ocorre a partir de março até junho, por isso nessa época aumentam os casos de Bronquiolite .

      O vÍrus é transmitido a partir do contato das secreções contaminadas do doente com os olhos, nariz ou boca da criança sadia. O doente, ao levar sua mão à boca, nariz ou olhos, acaba contaminando as suas mãos e, ao tocar em outras pessoas ou objetos acaba espalhando o vírus. A criança sadia também pode se infectar ao respirar em um ambiente onde um doente, ao tossir, falar ou espirrar, deixou gotículas contaminadas com o vírus,  dispersos no ar. Daí a importância de NÃO levar os pequenos em ambientes fechados e aglomerados.

      Os sintomas da Bronquiolite geralmente começam com uma leve tosse e coriza, acompanhada ou não de febre. Depois de 3 a 5 dias, a criança desenvolve mais problemas respiratórios, por conta da inflamação que ocorre nesses bronquíolos; iniciam sintomas como chiado no peito, piora da tosse, cansaço, dificuldade para respirar e falta de ar, Devemos estar atentos a sinais mais graves como retrações intercostais, em que os músculos ao redor das costelas afundam à medida em que a criança tenta respirar, respiração rápida, e batimento das asas nasais. Geralmente os sintomas duram uma semana, sendo o pico da doença em torno do terceiro dia.

      Doutora, existe algum medicamento para “ matar “ esse vírus causador da Bronquiolite? Não, o tratamento da doença baseia-se em alívio dos sintomas. Para a congestão nasal podemos utilizar umidificador e higiene das narinas, com ou sem aspiração nasal. Devemos sempre estar atentos com a hidratação do bebê, por isso certifique-se de que seu filho tome muito líquido durante esse período e monitore o xixi dele: você deve trocar em média 6 fraldas por dia, com urina abundante e clara.

      Em relação ao tratamento medicamentoso, provavelmente seu pediatra pode usar uma medicação broncodilatadora (aquela que abre os brônquios), muitas vezes dada através de um nebulizador (inalação), antes de considerar a hospitalização. Caso o bebê não melhore com as inalações ou ele piore, fique mais cansado e a saturação de oxigênio no sangue fique baixa, pode ser necessário internação e uso de oxigênio continuo. Existem casos mais graves de crianças que não respondem a esses tratamentos e pode ter de ser colocada em ventilador mecânico (respirador), para ajudar seus pulmões, e assim devem permanecer internadas em UTI Pediátrica. A melhor forma de prevenir a Bronquiolite é manter o bebê longe do vírus que a causa, então evite o contato próximo com crianças ou adultos doentes. Se ele estiver em uma creche onde outras crianças possam ter o vírus, certifique-se de que os responsáveis por ele mantenham as mãos bem lavadas e também as mãos das crianças infectadas. E principalmente evite lugares com aglomeraçõs de pessoas ! Em caso de dúvidas procure sempre seu Pediatria ou um Hospital.

Carolina Calafiori de Campos

Coluna Pediatria

Dra Carolina Calafiori de Campos - CRM 146.649 RQE nº 73444 

Médica Formada pela Faculdade de Medicina de Taubaté, Especialização em Pediatria pelo Hospital da Puc Campinas, Especialização em Medicina Intensiva Pediátrica pelo Hospital da Puc Campinas, Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria - Contato: carolinacalafiori@hotmail.com