Bronquite e Bronquiolite : você sabe a diferença? Coluna Pediatria por Dra. Carolina Calafiori de Campos

O tempo frio e seco acaba aumentando muito as doenças respiratórias nas crianças , principalmente nos centros urbanos, onde a poluição é maior.

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Tosse , falta de ar e desconforto respiratório são alguns sintomas dessas duas doenças que muitas vezes causam confusão pelo nome e sintomas semelhantes , mas que são DIFERENTES! Então entenda aqui , nesse post , as principais diferenças entre elas:

A bronquite é uma inflamação dos BRÔNQUIOS, que são estruturas em forma de tubo que levam o ar até aos pulmões, e ela pode ser AGUDA ou CRÔNICA.
A aguda é causada por agentes infecciosos (como vírus ou bactérias) , ou irritantes (como pó, poeira, poluição e cigarro) e ainda pela exposição a baixas temperaturas. Esses agentes provocam a inflamação na via aérea, gerando sintomas como : desconforto respiratório, tosse com secreção e chiado, irritação na garganta; as vezes pode acontecer a febre baixa também. Ela é autolimitada , podendo durar até 2 semanas.

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A bronquite crônica acontece por um processo inflamatório recorrente, que dura pelo menos três meses, com episódios recorrentes durante pelo menos dois anos consecutivo, acompanhado de falta de ar e secreção. A causa mais comum é uma resposta alérgica a várias substâncias, principalmente o cigarro . Outra causa em crianças é o RGE (refluxo gastroesofágico) quando ocorre aspiração pulmonar.
A bronquite crônica pode acometer pessoas de qualquer idade.

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Já a bronquiolite é uma doença infecciosa, causada por vírus , sendo o principal o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), e acomete os BRONQUÍOLOS. Geralmente acomete bebês e crianças menores de 2 anos e que tem maior incidência no Outono e Inverno.
Inicialmente o vírus acomete as vias aéreas superiores, com sintomas como coriza e tosse, e depois de 3 dias ele acomete a região do bronquíolo, inflamando a região e causando um estreitando das vias respiratórias.
Os sintomas mais comuns são febre, chiado no peito, tosse , desconforto para respirar e a expiração fica mais longa. Adultos e crianças mais velhas podem ter o vírus causador da bronquiolite, mas não apresentam os sintomas clássicos.

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Carolina Calafiori de Campos

Coluna Pediatria

Dra Carolina Calafiori de Campos - CRM 146.649 RQE nº 73944 

Médica Formada pela Faculdade de Medicina de Taubaté, Especialização em Pediatria pelo Hospital da Puc Campinas, Especialização em Medicina Intensiva Pediátrica pelo Hospital da Puc Campinas, Membro da Sociedade Brasileira de Pediatria - Contato: carolinacalafiori@hotmail.com  

Sarampo - Coluna Pediatria por Dra. Carolina Calafiori de Campos

No início do mês de junho, o Ministério da Saúde confirmou 31 novos casos de Sarampo no Brasil, sendo que a maioria desses casos ocorreu no estado de São Paulo, com 21 novas confirmações. No total, o Brasil atingiu a marca de 123 casos até o momento em 2019. Saiba o que é essa doença, como trata-la e preveni-la no texto abaixo.

O Sarampo é uma doença infecciosa aguda, vira. Transmitida pela fala, tosse e espirro, é extremamente contagiosa, mas que pode ser prevenida pela vacina.
O agente envolvido na causa da doença é o Vírus do Sarampo, que pertence ao gênero Morbillivirus, da família Paramyxoviridae.
A transmissão do Sarampo ocorre de forma direta, por meio de gotículas de muco ou salivas expelidas pelo doente ou até mesmo o contato direto com as secreções do nariz e da garganta das pessoas infectadas; por isso é elevado o poder de contágio da doença. O período de incubação do vírus (tempo entre a exposição ao agente da doença e início dos primeiros sintomas) é de 10 dias, até o aparecimento da febre e cerca de 14 dias até o início das lesões da pele.
Inicialmente os sintomas do sarampo são bem inespecíficos e duram de 1 a 6 dias : febre alta, acima de 38,5°C, dor de cabeça, mal-estar, tosse, coriza clara ( secreção pelo nariz) e prostração. No final desse período aparecem manchas brancas na mucosa oral , chamadas de manchas de Koplik ( veja na foto abaixo)

 Após 1 a 3 dias do surgimento dessas manchas brancas na boca, temos o surgimento exantema cutâneo maculopapular, ou seja, manchas vermelhas que surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas, e, em seguida se espalham pelo corpo na direção da cabeça aos pés. Essas manchas vermelhas tendem a permanecer por 3 a 4 dias, e nesse período a febre e a tosse se tornam mais intensas, os olhos ficam vermelhos e com secreção e a coriza passa a ser purulenta.

O sarampo é uma das doenças que mais apresenta complicações, causadas tanto pelo próprio vírus do sarampo, como infecções secundárias por bactérias, sendo a infecção de ouvido (otite) e as pneumonias as mais comuns.

Existe algum exame que confirme a doença? Sim, podemos ter a confirmação laboratorial por meio da detecção de anticorpos antissarampo no sangue (IgG e IgM) , mas o exame clínico dessa doença é fundamental. E qual é o tratamento? Não existe tratamento
específico para o sarampo. É recomendável a administração da vitamina A em crianças acometidas pela doença, a fim de reduzir a ocorrência de casos graves e fatais.
Para os casos sem complicação devemos manter a hidratação, o suporte nutricional e diminuir a febre por meio de antitérmicos. Muitas crianças necessitam de quatro a oito semanas, para recuperar o estado nutricional que apresentavam antes do sarampo. As complicações como diarréia, pneumonia e otite média, também devem ser tratadas de acordo com a recomendação médica.


Como prevenir o sarampo? A vacinação é a única maneira de prevenir efetivamente a doença. O esquema vacinal é: VACINA TRÍPLICE VIRAL (SCR – Sarampo + Caxumba + Rubéola) aos 12 meses de idade e uma dose de reforço (2º dose) dos 4 aos 6 anos de idade.  Dessa forma todos os indivíduos de 1 a 29 anos devem ter DUAS doses da vacina do sarampo para serem considerados protegidos. Os adultos entre 30 e 49 anos, sem comprovação de nenhuma dose, devem receber pelo menos uma dose da vacina Tríplice Viral (SCR). Assim, o Brasil só voltará a erradicar o Sarampo, se conseguir vacinar 95% da população.

Preciso afastar meu filho doente da escola? Sim! O paciente deve ser afastado da creche, escola ou trabalho, durante todo o período de TRANSMISSIBILIDADE, que é de 4 a 5 dias antes dos sintomas até 4 dias após o aparecimento das lesões de pele.

Em caso de dúvidas procure sempre um médico, nenhum post substitui a consulta e o exame físico.

Dra. Carolina Calafiori de Campos

CRM 146.649

Registro de Qualificação em Especialista - RQE 73944

Pediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e Intensivista Pediátrica no Hospital da Puc Campinas e na Clínica Congenitus

Quadro “ Papo de Criança “ no Programa Saúde e Você

Colunista do site Raquel Baracat

Instagram : @dra.carolcalafiori

Facebook : Dra. Carolina Calafiori de Campos

 

BRONQUIOLITE – entenda a doença que mais acomete os bebês no outono e inverno - Coluna pediatria por Dra. Carolina Campos

Pronto Socorro Infantil e consultórios de Pediatria lotados, muitas crianças com falta de ar e precisando de inalação, muita tosse e muito chiado no peito: um cenário comum , todos os anos, durante o outono e o inverno . Dentre as doenças respiratórias que mais acometem as crianças podemos citar a famosa Bronquiolite. Mas você sabe o que é essa doença? A Bronquiolite é uma infecção dos bronquíolos, que é o menor ramo da árvore brônquica, antes do ar chegar nos alvéolos pulmonares; ela acomete , principalmente , crianças menores de 2 anos e é causada por um vírus, sendo o mais comum deles o Vírus Sincicial Respiratório (VSR); os outros vírus causadores da Bronquiolite são :Parainfluenza, Influenza , Metapneumovírus e Adenovírus. A sazonalidade desse vírus ocorre a partir de março até junho, por isso nessa época aumentam os casos de Bronquiolite .

      O vÍrus é transmitido a partir do contato das secreções contaminadas do doente com os olhos, nariz ou boca da criança sadia. O doente, ao levar sua mão à boca, nariz ou olhos, acaba contaminando as suas mãos e, ao tocar em outras pessoas ou objetos acaba espalhando o vírus. A criança sadia também pode se infectar ao respirar em um ambiente onde um doente, ao tossir, falar ou espirrar, deixou gotículas contaminadas com o vírus,  dispersos no ar. Daí a importância de NÃO levar os pequenos em ambientes fechados e aglomerados.

      Os sintomas da Bronquiolite geralmente começam com uma leve tosse e coriza, acompanhada ou não de febre. Depois de 3 a 5 dias, a criança desenvolve mais problemas respiratórios, por conta da inflamação que ocorre nesses bronquíolos; iniciam sintomas como chiado no peito, piora da tosse, cansaço, dificuldade para respirar e falta de ar, Devemos estar atentos a sinais mais graves como retrações intercostais, em que os músculos ao redor das costelas afundam à medida em que a criança tenta respirar, respiração rápida, e batimento das asas nasais. Geralmente os sintomas duram uma semana, sendo o pico da doença em torno do terceiro dia.

      Doutora, existe algum medicamento para “ matar “ esse vírus causador da Bronquiolite? Não, o tratamento da doença baseia-se em alívio dos sintomas. Para a congestão nasal podemos utilizar umidificador e higiene das narinas, com ou sem aspiração nasal. Devemos sempre estar atentos com a hidratação do bebê, por isso certifique-se de que seu filho tome muito líquido durante esse período e monitore o xixi dele: você deve trocar em média 6 fraldas por dia, com urina abundante e clara.

      Em relação ao tratamento medicamentoso, provavelmente seu pediatra pode usar uma medicação broncodilatadora (aquela que abre os brônquios), muitas vezes dada através de um nebulizador (inalação), antes de considerar a hospitalização. Caso o bebê não melhore com as inalações ou ele piore, fique mais cansado e a saturação de oxigênio no sangue fique baixa, pode ser necessário internação e uso de oxigênio continuo. Existem casos mais graves de crianças que não respondem a esses tratamentos e pode ter de ser colocada em ventilador mecânico (respirador), para ajudar seus pulmões, e assim devem permanecer internadas em UTI Pediátrica. A melhor forma de prevenir a Bronquiolite é manter o bebê longe do vírus que a causa, então evite o contato próximo com crianças ou adultos doentes. Se ele estiver em uma creche onde outras crianças possam ter o vírus, certifique-se de que os responsáveis por ele mantenham as mãos bem lavadas e também as mãos das crianças infectadas. E principalmente evite lugares com aglomeraçõs de pessoas ! Em caso de dúvidas procure sempre seu Pediatria ou um Hospital.

Carolina Calafiori de Campos

Coluna Pediatria

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