A polêmica sobre a nova série do Netflix - Coluna Entretenimento por Milena Baracat

O drama italiano Baby, nova série original da Netflix produzida inteiramente na Itália, colocou a Netflix em uma polêmica que parece não ter fim.

Acusada de glamourizar a prostituição adolescente por conta de seu enredo, que supostamente romantiza a prostituição de menores de idade como se fosse algo que valesse a pena, gerou uma ferrenha campanha contra a série organizada pela NCSE (sigla em inglês para Centro Nacional contra a Exploração Sexual), sediada em Nova York, com o apoio de 55 sobreviventes do tráfico sexual.

"A Netflix parece que virou as costas para a realidade da exploração sexual", disse em nota Dawn Hawkins, diretora-executiva da organização.

Entretanto, a série não causa esse efeito, nem de longe. Somente os mais reacionários conseguem ver uma apologia a alguma coisa por aqui. Além do mais é baseada em uma história real, então, espera-se que ela seja narrada como tal. Eu assisti a primeira temporada e achei que Baby, na verdade, expõe como a juventude num modo geral se sente vazia, sem perspectiva e atormentada com as consequências de suas decisões erradas.

A HISTÓRIA REAL

A história principal de Baby é livremente baseada em um caso real ocorrido na Itália em 2014, que ficou conhecido como “Baby Squillo”. Na época, duas ricas adolescentes de Parioli, um bairro nobre em Roma, ofereciam serviços sexuais em troca de dinheiro. Advogados, políticos e empresários estavam envolvidos no esquema de prostituição infantil. O acontecimento repercutiu consideravelmente na mídia, ao ponto de uma das mães das garotas ser presa.

A SÉRIE

Os roteiristas Antonio Le Fosse, Eleonora Cheats, Marco Raspanti, James Mazzariol e Rei Salvador - que formam o coletivo chamado Grams - usaram essa história real como inspiração e pano de fundo para retratar uma juventude entediada e frustrada que, sem medir as consequências de seus atos, devastam suas vidas.

Na série, as duas adolescentes italianas de 16 anos - Chiara (Benedetta Porcaroli) e Ludovica (Alice Pagani) - são atraídas pelo sexo em troca de dinheiro e de presentes para manter um estilo de vida caro e para descarregar a raiva que tem dos pais e amigos.

Além das duas personagens principais, que são diretamente inspiradas no caso de 2014, também temos um leque de personagens coadjuvantes que ressaltam ainda mais as discussões sobre como os jovens se sentem solitários e sem rumo.

Ponto positivo: a trilha sonora que ajuda a compor os cenários e a expressar as emoções dos personagens. Confira o trailer:



FONTE: Notícias da TV / interprete.me / Fotos Reprodução / Vídeo: Youtube

 Milena Baracat

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Formada em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas). Atualmente presta assessoria ao Site Raquel Baracat.