Omelete - Coluna "sua Carreira" por Marcelo Veras

 

Não se faz omelete sem quebrar ovos

 Alguns dias atrás eu estava dando uma entrevista que tinha como tema um dos assuntos do momento: Mudança de emprego e carreiras em tempos de crise. Lá pelas tantas, a conversa abordou a palavra “risco”, uma das mais emblemáticas para os dias atuais. Nesse momento, eu dizia que o risco é um dos ingredientes da mudança, e que não adianta querer mudar isso. O que dá para fazer é tentar minimizá-lo, se informando bem sobre o novo emprego, a nova empresa ou o novo setor. Mas, até o melhor planejamento não consegue eliminar o risco de não dar certo. E a razão disso é que nunca conseguimos prever o que pode acontecer com as variáveis que não controlamos.

Essa reflexão vem em um momento duplamente interessante. Primeiro porque estamos no meio de uma crise econômica e ninguém, absolutamente ninguém, pode garantir quando ela acabará e como será o ano de 2016. Segundo porque fim de ano é sempre fim de ano. As emoções se afloram, os balanços começam a ser feitos e o ano que vem começa a ocupar um espaço na nossa cabeça, principalmente no que se refere aos nossos desejos e objetivos pessoais, financeiros e profissionais. Já começo a ouvir pessoas dizendo que a cabeça já está em 2016.

Nessa mesma entrevista, discutia com a Hebe Rios, jornalista da EPTV (Globo Campinas), sobre algumas pessoas que até querem mudar, reconhecem que não estão felizes onde estão, mas que na hora “H” preferem não arriscar. Algumas manifestam claramente o desejo de mudança, mas só se for com garantias plenas de que vai dar certo. Quando vejo esse tipo de postura, costumo dizer: “Você está querendo fazer um omelete sem quebrar os ovos!”. Não dá. Não dá mesmo. Poderia citar aqui inúmeros ditados populares que falam sobre escolhas, renúncias e implicações. No fundo, a vida é uma grande sequência de encruzilhadas, onde, a todo momento, temos que fazer escolhas, renúncias e correr riscos.

Mas sigo batendo na tecla de que não existe melhor momento para se tomar decisões. Não é porque estamos vivendo um momento difícil que temos que nos paralisar. Aliás, como já disse inúmeras vezes, nas crises há muitas oportunidades de mudança para melhor. Porém, somente aqueles que ousam não se acomodar, que mantém um olhar para fora da sua rotina e do seu meio , que nutrem a sua rede de relacionamentos, conseguem enxergar e aproveitar as melhores oportunidades.

As decisões implicam em escolhas e, por sua vez, em renúncias. Muitas vezes no nosso trabalho vivemos o dilema de uma escolha e a sua respectiva renúncia. Ao promover um profissional de uma equipe, tomamos a decisão de não promover seus pares. Ao alocar recursos para um projeto, abrimos mão de outro. Ao abortar um projeto, abrimos mão de ver o seu resultado. Enfim e mais uma vez, “a cada escolha, uma renúncia”. O certo? Ah, isso só o tempo responde. Ele, no final das contas, é o melhor juiz e que vai fazer o balanço das nossas decisões.

O que não podemos, nunca, é cometer dois erros. Primeiro, o de não decidir. A indecisão também é uma decisão, e a pior de todas. O segundo erro é querer se esquivar das renúncias. Querer agradar a todos, não correr riscos, não abrir mão de uma coisa para ter outra e por aí vai. Se tivermos essa consciência, não nos acomodarmos em nenhum momento, muito menos em momentos difíceis, e tivermos objetivos claros e continuamente ratificados, seguimos em frente.

Já que o fim do ano está chegando, aproveite para pensar um pouco nas suas atitudes em relação ao seu processo de tomada de decisões. Quantas decisões você deixou de tomar? Por quê? Quais riscos você realmente deixou de correr? Como acha que teria sido melhor se tivesse levado adiante alguma decisão? Será que você não tem perdido oportunidades porque está sempre querendo fazer um omelete sem quebrar alguns ovos?

Essas são boas questões para discutir com pessoas da sua confiança nessa época do ano, ainda mais se em cima da mesa tiver uma boa garrafa de vinho ou da sua bebida preferida. Até o próximo!

Marcelo Veras

Coluna Sua Carreira

CEO da Atmo Educação.  Sócio e membro do conselho da Unità Educacional. Professor de Marketing, Estratégia Empresarial ePlanejamento de Carreira em cursos de MBA Executivos. Experiência de 25 anos em empresas como: Rede Positivo, Souza Cruz, Claro, TIM, ESPM,  ESAMC, AYR Consulting, Unità Educacional e Atmo Educação. Autor/Organizador de dois livros: Métodos de Ensino para Nativos Digitais (Atlas, 2010) e Gestão de Carreira e Competências (Atlas, 2014). Mediador do FAB – Future Advisory Board.

 marcelo.veras@unitaeducacional.com.brfacebook.com/verasmarcelo 

LinkedIn: Marcelo Veras - Skype: verasmarcelo - Tel: (19) 99610-3105 (19) 99482-3333

 

Email não executa - Coluna "Sua Carreira" por Marcelo Veras

Email não executa

 

“Já mandei o email. Problema resolvido! Sqn”

 

Certa vez, fui convidado para ministrar uma palestra para jovens recém-formados com idades entre  22 e 25 anos. Quem me convidou pediu para que eu focasse a minha fala nas competências não técnicas que, ao meu ver, mais imputam o sucesso de uma carreira, principalmente, nos primeiros 5 anos. Achei o desafio legal e interessante. Era a primeira vez que recebia um pedido tão específico. Aceitei o convite e fui refletir sobre quais competências iria apresentar e defender.

Todos nós sabemos que, geralmente, as primeiras portas se abrem para quem tem uma melhor formação, ou seja, demonstra ter as principais competências técnicas (conhecimento) que a vaga exige. Mas neste caso, o meu desafio era mostrar quais competências comportamentais e de gestão promovem aceleração da carreira nos primeiros 5 anos.

Ao preparar a minha palestra, olhando e refletindo sobre as 21 competências (13 comportamentais e 8 de gestão), escolhi três e mandei ver. Elas foram: Comprometimento e Execução, Relacionamento e Network e Empreendedorismo. Falei sobre cada uma delas, suas habilidades e formas de desenvolvimento. Ao responder as perguntas dos presentes, uma delas me intrigou, no bom sentido:  – Professor, e dessas três competências? Se você tivesse que escolher uma única, qual seria a mais importante? Em outras palavras, fui provocado a fazer a síntese da síntese. Não tive dúvidas. A minha predileta é Comprometimento e Execução.

Já escrevi uma série inteira sobre essa competência. Sou fã dela e sei, por experiência própria, o poder de alavancagem de carreira que ela possui. Uma pessoa que é comprometida, focada em resultados, que entrega suas tarefas com qualidade, pontualidade e de forma completa, que não vive mapeando problemas, mas apresenta soluções e que é organizada com a agenda e pontual em seus compromissos, é uma joia rara no mercado de trabalho. Essa competência, cujo nome quase diz tudo, coloca um profissional em uma posição de extremo destaque perante seus pares e concorrentes.

Nas últimas semanas convivi, em circunstâncias diferentes, com um tipo de frase que mostra a antítese dessa competência. Um tipo de fala que é muito comum nas empresas e que demostra uma total lacuna nessa postura e que irrita profundamente um chefe.

Quando delegamos uma tarefa para alguém, esperamos que essa pessoa a conduza até o fim, garantindo que seja executada como solicitado, concorda? Mesmo que a realização da mesma dependa de outras pessoas, o que se espera do responsável que a recebeu é que acompanhe a execução, cobre de outros, monitore cada etapa e garanta, até o final, que o assunto seja resolvido. Pois bem, o que você acha então da seguinte situação? Você delega uma tarefa para uma pessoa. Dias depois você cobra o resultado, porque viu que não foi executada. A resposta é a seguinte: “Já mandei o email”. Outra versão da mesma resposta: “Sério, não está feito? Mas eu pedi para fulano!”. O que você acha disso? Você delega uma tarefa, ela não é concluída e você tem que descobrir que não foi, e ao cobrar do responsável, ouve esse tipo de resposta. O que dá vontade de fazer? Deixo para cada um responder a si próprio.

Definitivamente, estamos em um momento histórico do mercado de trabalho onde esse tipo de postura é inaceitável. As equipes estão enxutas, o volume de trabalho é grande e não dá cabe mais esse tipo de postura que chamo de “terceirizar responsabilidades”. Se recebemos uma tarefa, temos que executá-la até o fim, mesmo que parte dela dependa de outros. E isso exige basicamente uma competência chamada Comprometimento e Execução. Independente de idade, fase da carreira ou qualquer outra variável, essa competência é o ticket para entrar no jogo quando se fala de crescimento profissional. Sem ela plenamente desenvolvida, dificilmente alguém vai muito longe na carreira. Pense nisso e nunca delegue nada para o email, porque “email não executa”. Até o próximo!

Marcelo Veras

Coluna Sua Carreira

CEO da Atmo Educação.  Sócio e membro do conselho da Unità Educacional. Professor de Marketing, Estratégia Empresarial ePlanejamento de Carreira em cursos de MBA Executivos. Experiência de 25 anos em empresas como: Rede Positivo, Souza Cruz, Claro, TIM, ESPM,  ESAMC, AYR Consulting, Unità Educacional e Atmo Educação. Autor/Organizador de dois livros: Métodos de Ensino para Nativos Digitais (Atlas, 2010) e Gestão de Carreira e Competências (Atlas, 2014). Mediador do FAB – Future Advisory Board.

 marcelo.veras@unitaeducacional.com.brfacebook.com/verasmarcelo 

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Preparar, Fogo, Apontar - Coluna Coaching por Gustavo Nicolini

Certa vez tive uma ideia fantástica para um projeto que, na minha opinião, iria trazer excelentes benefícios para a empresa que eu trabalhava. Eu pesquisei sobre o assunto, rascunhei, revi a proposta e, duas semanas depois, o meu chefe, exatamente o meu chefe, apresentou algo muito semelhante para a equipe. Pensei: “por que não apresentei a ideia antes?”

Você já passou por uma situação como essa?

Ou então, você é daqueles que precisa estudar, estudar, estudar... e nunca está pronto para agir. Nunca pronto para aceitar novos desafios profissionais ou pessoais.

É ilusão pensarmos que teremos todas as respostas, ou então saber o que vai ocorrer no futuro. Muito menos estar preparado e protegido para todas as circunstâncias que poderão surgir em nossa vida.

Na primeira vez que li a frase que dá nome a esse artigo, no livro “Os segredos da mente milionária” – T. Harv Eker, ela soou um tanto estranha, mas o princípio por trás dela fez todo o sentido.

Se brincarmos com as palavras e invertermos novamente (“Fogo, preparar, apontar”), temo dizer que se você dispara antes de mirar, seu futuro está seriamente comprometido. A frase original também tem suas limitações. Sou apaixonado por planejamento estratégico e trabalho há muito tempo nisso, entretanto pessoas e empresas perdem tanto tempo no processo de planejar, no preparo do documento oficial e divulgação do mesmo, que esquecem de agir.

Quando você não age o medo cresce. A frustração também. Enquanto você não age e fica se preparando, outros estão buscando as oportunidades, agarrando e mergulhando para vencer.

Richard Branson diz: “Se alguém te oferece uma oportunidade incrível, mas você não tem certeza de que pode executar, diga sim – e aprenda como fazer depois”.

Prepare-se o melhor que puder no menor tempo possível, aja e corrija-se no caminho.


“Somos assim. Sonhamos o voo, mas tememos a altura.

Para voar é preciso ter coragem para enfrentar o terror do vazio.

Porque é só no vazio que o voo acontece.

O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas.

Mas é isso que tememos: o não ter certezas.

Por isso trocamos o voo por gaiolas.

As gaiolas são o lugar onde as certezas moram”.

Rubem Alves

Gustavo Nicolini

Coluna Coaching

Master Coach e palestrante, formado pela Federação Brasileira de Coaching Integral Sistêmico (Febracis), com certificação internacional pela Florida Christian University (FCU). Possui MBA em Administração com ênfase em Gestão pela Fundação Getulio Vargas (FGV), Mestrado em Educação pela PUC-Campinas e Bacharel em Odontologia pela PUC-Campinas. Experiência de 14 anos como gestor de empresas, atuando nas áreas de planejamento estratégico, gestão de projetos e processos, desenvolvimento e treinamento de equipes.

www.gustavonicolini.com / contato@gustavonicolini.com.br