Estava lá o Leão, rei da floresta, sentado no seu majestoso trono quando apareceu o macaco-prego, como sempre, todo falante.
- Majestade, majestade. Bom dia, augustíssima pessoa! A sua juba hoje tem algo de diferente, Senhor. Olha como ela está brilhando!? ! Vossa majestade, a cada dia que passa está mais galante, elegante, estimulante...
- Diga logo o que deseja, Macaco, que não tenho todo o tempo do mundo. – disse o Leão impaciente.
- Temos aquele problema das hienas, chefe. Elas estão invadindo o nosso território e precisamos tomar alguma decisão sobre isso.
- É verdade. Já estamos demorando muito a tomar decisões sobre este problema...
- E como o Senhor sempre diz: a pior decisão é não tomar decisões, não é, Excelentíssimo?
- Claro que é. Diga aos diretores que estou convocando o conselho para essa tarde.
E assim foi o macaco-prego para a sua mesa enviar emails para todo o conselho. “Em caráter de urgência, eu estou convocando o conselho para essa tarde, ao pôr do sol. Assinado: ministro Macaco-prego.”
Na hora determinada, todos se reuniram no salão do reino e, sem muitas demoras, o rei apresentou o problema e esperou as sugestões da sua diretoria.
- Senhores, não há muitas alternativas. – disse o Leão. - Ou vamos para a batalha ou deixamos as hienas nas nossas terras. Eu gostaria que meu povo não sofresse novamente.
- Acho que devemos assinar um tratado de paz com as hienas. – disse o Hipopótamo. - Ninguém quer mais guerras.
- Considero um tratado de paz como a solução ideal. – proferiu a Girafa. – Vamos evitar derramamentos de sangue.
- Qual a sua opinião, Coruja? – perguntou o rei.
- Penso que vocês estão todos errados. Na verdade, estou com vergonha da covardia de vocês. Vocês sabem como as hienas procriam rapidamente. Em pouco tempo, a população delas será enorme e incontrolável. Elas vão ganhar mais território e comer todas as nossas provisões. É uma burrice sem tamanho deixar de agir energicamente agora. Deveríamos expulsá-las imediatamente.
- Eu discordo de você, Diretora Coruja. – soltou o Macaco. – Se o nosso imperador diz que não quer guerras, ele que está certo. O rei nunca erra. Apoiemos o rei.
E todos aplaudiram o discurso do ministro macaco.
A decisão foi por aclamação e, quase unânime. Só a Coruja manteve a sua posição e foi voto vencido.
Anos depois, a floresta era uma terra arrasada. As hienas ganharam força e destruíram tudo.
A Coruja estava certa, mas não havia mais ninguém para relembrar o seu conselho. Todos haviam migrado ou morrido. Mas, antes da partida, o Leão devorou o Hipopótamo, a Girafa e, é claro, o adulador Macaco-prego.
- Senhor, senhor, não me coma! Eu fui seu servo fiel, dedicado, submisso...
- Eu precisava de conselhos honestos, Macaco, e não de bajulação. – foram as últimas palavras que o macaco ouviu antes de ser abocanhado.
Moral da história: Evite os bajuladores. O seu colaborador mais leal pode ser justamente aquele que tem coragem de discordar de você. Ninguém está certo sempre. Líderes precisam de pessoas que os questionem sim. Sempre com bons argumentos, no fórum correto e da maneira correta. Não seja um bajulador e, se for líder de uma equipe, não se cerque de bajuladores. Esse é o caminho mais rápido para o fracasso. Até o próximo!